Ibovespa mostra fraqueza com pressão das ações da Vale
Às 11:23, o índice da bolsa brasileira caía 0,36 por cento, a 75.730 pontos. O giro financeiro era de 2,28 bilhões de reais
Reuters
Publicado em 21 de setembro de 2017 às 12h06.
São Paulo - O principal índice da bolsa paulista oscilava sem muito vigor nesta quinta-feira, com a queda das ações da Vale tirando força do tom positivo respaldado por dados econômicos mostrando desaceleração da inflação no Brasil e manutenção de queda de juros.
Às 11:23, o Ibovespa caía 0,36 por cento, a 75.730 pontos. O giro financeiro era de 2,28 bilhões de reais.
O Banco Central passou a ver a inflação ainda mais abaixo do centro da meta em 2017 e 2018 e ao redor dos alvos perseguidos para 2019 e 2020, segundo dados do Relatório Trimestral de Inflação, o que pavimenta o caminho para que continue cortando os juros e eventualmente leve a Selic a um nível inferior a 7 por cento.
Também corroborando a expectativa de manutenção dos cortes de juros estava o dado da prévia da inflação oficial do Brasil, divulgado nesta manhã, que desacelerou mais do esperado em setembro e atingiu o menor nível para o mês em 11 anos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 0,11 por cento em setembro, abaixo do esperado em pesquisa Reuters, de 0,15 por cento. Em 12 meses, a alta acumulada chegou a 2,56 por cento, ante estimativa de 2,60 por cento.
O mercado ainda digeria a decisão da véspera do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, que manteve a taxa de juros, mas sinalizou que ainda espera mais um aumento até o fim do ano apesar das recentes leituras fracas de inflação. O banco central dos EUA informou também que vai começar a reduzir seu balanço patrimonial a partir de outubro.
"Até o final do ano, o cenário-base da instituição considera outra elevação de juros... algo que muitos participantes do mercado vinham praticamente descartando há poucas semanas", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos, em nota a clientes.
Destaques
- Vale ON tinha queda de 2,44 por cento, em sessão marcada por perdas nos contratos futuros do minério de ferro na China, que caíram 4,7 por cento na Bolsa de Dalian. O desempenho negativo dos papéis da mineradora influenciava as ações da holding BRADESPAR, que perdia 3,18 por cento.
- Petrobras PN caía 0,38 por cento e Petrobras ON perdia 0,73 por cento, em linha com o movimento dos preços do petróleo no mercado internacional. [O/R]
- Rumo ON tinha queda de 3,05 por cento, entre as maiores perdas do Ibovespa, com investidores à espera da assembleia geral extraordinária, marcada para esta quinta-feira, na qual será votada a proposta de capitalização por meio de oferta de ações.
- Banco do Brasil ON subia 2,85 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa. O papel se sobressaía em relação aos pares pelo segundo dia seguido, após analistas do Itaú BBA trocarem as ações do BRADESCO PN, que tinham alta de 0,58 por cento, pelas do Banco do Brasil como top pick do setor bancário na América Latina.
- Cemig PN avançava 1,23 por cento, tendo no radar a expectativa pela possibilidade de voltar a buscar acordo com a União sobre hidrelétricas, após obter liminar no Supremo Tribunal Federal (STF), que suspende determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) que impedia o governo federal de negociar com a empresa um acordo sobre quatro de suas hidrelétricas cuja concessão deve ser leiloada na próxima semana.