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Ibovespa fecha no menor patamar do ano, apesar de alta da Petrobras

Mercado ainda repercute falas de Roberto Campos Neto, Gabriel Galípolo e Magda Chambriard

Ibovespa: mercado repercute IPCA-15 abaixo do esperado (Germano Luders/Exame)

Ibovespa: mercado repercute IPCA-15 abaixo do esperado (Germano Luders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 28 de maio de 2024 às 10h35.

Última atualização em 28 de maio de 2024 às 17h44.

Após fechar a sessão anterior em alta, interrompendo a sequência de quedas que se estendia por seis pregões seguidos, o Ibovespa voltou a cair nesta terça-feira, 28, em queda, com recuo de 0,58% aos 123.780 pontos. O patamar foi o mais baixo do ano para um fechamento. Nem mesmo Petrobras (PETR4; PETR3), que subiu 2,14% e 1,76%, respectivamente, conseguiu segurar o índice.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,45%, aos 123.945 pontos

O dia de hoje foi marcado pela divulgação da prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) e de dados fiscais do governo federal. Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou o IPCA-15, indicador que é a prévia da inflação oficial do Brasil. O índice fechou maio em 0,44%, alta de 0,23 pontos percentuais (p.p.) em relação à abril, quando o índice registrou alta de 0,21%. O resultado veio abaixo das expectativas. Segundo o Projeções Broadcast, a estimativa era de 0,47% em maio.

Já as contas do governo federal registraram um superávit primário de R$ 11,1 bilhões em abril deste ano, informou o Tesouro Nacional nesta terça, 28. O resultado é 31,7% menor do registrado no mesmo período do ano passado, quando a União teve superávit de R$ 15,6 bilhões e também veio abaixo das projeções do mercado de que esperava um superávit de R$ 12,6 bilhões em abril, após déficit de R$ 1,527 bilhões em março.

Os números, principalmente da inflação, podem animar investidores. Entretanto, o IPCA-15 abaixo do esperado e as falas da CEO da Petrobras, que acalmaram o mercado, não foram o suficiente para manter a bolsa no azul. Um dos fatores que dificulta a valorização do Ibovespa foi a Vale (VALE3), que caiu 2,16%, na esteira da queda do minério de ferro. O contrato de setembro, o mais negociado na bolsa de Dalian da China, registrou queda de 2,11%, a 882,5 iuanes (US$ 121,78) a tonelada, seu menor nível em uma semana.

Falas de Magda Chambriard acalmam mercado

De olho em Petrobras (PETR4), o mercado repercute a primeira entrevista coletiva da nova presidente da petroleira, Magda Chambriard. Entre os destaques, a nova CEO disse que a petroleira vai seguir com a tendência de 'abrasileirar' os preços.

"A Petrobras sempre funcionou acompanhando uma tendência de preços internacionais, ora mais alta, ora mais baixa. O que é altamente indesejável? Trazer para a sociedade brasileira instabilidade de preços todos os dias", afirmou Chambriard, destacando que a Petrobras sempre "buscou pela estabilidade".

Magda reafirmou o compromisso de manter a companhia rentável e disse que atenderá os interesses dos acionistas minoritários e do controlador, o governo. A chave para se equilibrar nessa corda-bamba, afirmou a nova CEO, é a "conversa".

Discurso de Galípolo e Campos Neto

Investidores também acompanharam a repercussão de falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, destaca a parte em que a autoridade enfatizou que as expectativas inflacionárias voltaram a subir por eventos recentes, mas que devem se estabilizar e virar para um ambiente melhor.

Outro discurso acompanhado de perto foi o de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do BC, que participou, na noite anterior, da 1ª Edição do Market Talks, da Liga de Mercado Financeiro da Unifei. O diretor comentou sobre ver com “serenidade” o ruído causado no mercado pela decisão dividida sobre o ritmo da redução de juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e acrescentou que “o tempo” é quem vai esclarecer as dúvidas que possam existir sobre comprometimento da instituição com o controle da inflação.

Dólar hoje

O dólar encerrou a sessão anterior com queda de 0,51% aos R$ 5,14. Hoje, caiu 0,35% cotado a R$ 5,15.

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