Ibovespa fecha em alta com ata do Copom e renova recorde

Fechou em alta o Ibovespa desta terça-feira, 19. O pregão foi marcado pela repercussão da ata do Copom, divulgada antes da abertura do mercado, bem como as decisões monetárias do Japão e indicadores econômicos da zona do euro. No radar corporativo, os investidores repercutiram a joint-venture formada entre a Vivo (VIVT3) e a Auren (AURE3) focada em energia.

Às 8h, o Banco Central do Brasil divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) , que aconteceu entre terça e quarta-feira passada, e cortou em 0,5 ponto percentual (p.p.) a taxa básica de juros para 11,75% . “Se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, antevêem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz o documento.

Segundo Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos, o cenário otimista de redução de juros contribuiu para a queda dos DIs e o aumento do apetite ao risco por parte dos investidores. “O dólar futuro foi negociado na casa dos R$ 4,85, além de vermos a queda dos futuros de juros. O DI para 2027, 2028 e 2026 foram negociados abaixo dos 10%.”

Ibovespa agora

IBOV: +0,58%, aos 131.851 pontos.

Exterior no radar

E por falar em taxa de juros, na madrugada foi a vez do Bank Of Japan (BoJ) anunciar sua decisão monetária. Contrariando a expectativa de uma parcela do mercado, que previa a elevação da taxa por lá, o país manteve a taxa negativa em 0,1%. Porém, o comunicado da decisão fez o mercado entender que as modificações nos juros virão nas próximas reuniões, com parte dos investidores precificando para o início do próximo ano.

Por lá, a inflação segue no patamar de 2%. Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, destaca que se aproxima o período de negociações salariais no país — que devem superar a inflação mais uma vez. “Isso é contraditório porque ao longo das últimas décadas vimos o Japão buscando um tipo de equilíbrio, com mais ganhos salariais e as pessoas conseguindo ter alguma sensação de mais rendimento. Agora que eles parecem ter um excesso de cautela, pois mesmo sem subir juros, a inflação desacelerou”, diz.

Os impactos da decisão dos juros no Japão refletem positivamente para os ativos de risco, incluindo a cesta de moedas emergentes, que está positiva em 0,26%, em oposição ao dólar. “Embora o iene não tenha um peso tão considerável na cesta, o índice DXY que opera em queda”, diz Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX.

Já na zona do euro, a terça-feira é marcada pela divulgação do índice de preços ao consumidor ( CPI, na sigla em inglês). De acordo com a leitura final do dado, em novembro houve uma retração de 0,6% na comparação mensal. A expectativa era de um recuo de 0,5%. Na comparação anual, houve alta de 2,4%, como esperado, o que representa desaceleração após a alta de 2,9% vista em outubro. O núcleo do CPI teve também queda mensal de 0,6% em novembro, com ganho anual de 3,6% — em linha com as previsões.

Empresas listadas na bolsa

Já no radar corporativo, investidores assimilam a notícia de que a Vivo (VIVT3) e a Auren (AURE3) formaram uma joint-venture focada em comercialização de soluções customizadas de energia em todo o Brasil . Cada empresa terá 50% de participação no novo negócio. Na abertura do Ibovespa as companhias tinham um desempenho misto: os papéis VIVT3 caiam 0,20%, enquanto AURE3 subia 0,30%.

O que também ficou no radar foi a alta do petróleo em meio à desvalorização do dólar no exterior e aos conflitos no Mar Vermelho. O Brent para fevereiro subiu 1,64%, a US$ 79,23 por barril. Com isso, as petroleiras tiveram um fechamento positivo, com as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) subindo 0,66% e 1,14%, respectivamente.

Por outro lado, o minério de ferro caiu na China, devido à baixa demanda junto com uma oferta forte por parte do país. Na bolsa de Dalian, a commodity encerrou as negociações com baixa de 0,11%. Ainda assim, a Vale (VALE3) seguiu por caminho oposto e encerrou o pregão de hoje com alta de 0,70%.

Maiores altas do Ibovespa

Na ponta positiva do índice Bovespa, destaque para a Braskem (BRKM5). “A companhia sobe bem após uma notícia divulgada hoje, sobre o governo avaliar que a Petrobras pode aumentar a participação na empresa para facilitar a venda da companhia para investidores estrangeiros”, diz Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco.

• Braskem (BRKM5): +7,16%
• Dexco (DXCO3): +3,97%
• Grupo Soma (SOMA3): +3,27%

Maiores quedas do Ibovespa

Na lanternas do Ibovespa hoje, chamou atenção a queda do Pão de Açúcar (PCAR3). Louzada explica que os papéis podem ter reagido à queda das ações da Casino, detentora da empresa, na Bolsa de Paris. "As ações passaram a cair após dizer que está em processo de negociação para vender quase todos os supermercados e hipermercados por cerca de 1,35 bilhão de euros."

• Embraer (EMBR3): -2,74%
• Pão de Açúcar (PCAR3): -2,70%
• Petz (PETZ3): -2,69%

Dólar hoje

O dólar fechou em queda nesta terça-feira. Hoje, a moeda americana caiu 0,81%, a R$ 4,865. Na segunda, o dólar encerrou o dia com queda de 0,65%, cotado a R$ 4,905.

Como é calculado o índice Bovespa?

Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real , baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice.

Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 18h . A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 18h25 e 18h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.

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