Ibovespa fecha trimestre com melhor desempenho desde 2009
Após série de altas que levou o Ibovespa a fechar nos 76 mil pontos pela 1ª vez na semana passada, o índice engatou um movimento de realização
Reuters
Publicado em 29 de setembro de 2017 às 18h28.
São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta sexta-feira, após uma sequência de seis quedas abrir espaço para ajustes, e fechou setembro com a terceira alta mensal seguida e o melhor desempenho trimestral em oito anos.
O Ibovespa fechou em alta de 0,99 por cento, a 74.293 pontos, acumulando perda de 1,45 por cento na semana. No mês, o índice subiu 4,88 por cento e, no trimestre, a alta foi de 18,11 por cento, o maior ganho desde o terceiro trimestre de 2009 (19,53 por cento).
O giro financeiro deste pregão somou 9,07 bilhões de reais, um pouco abaixo da média diária verificada no mês até a véspera, de 10,01 bilhões de reais.
Após uma série de altas que levou o Ibovespa a fechar nos 76 mil pontos pela primeira vez na história na semana passada, o índice engatou um movimento de realização e acumulou queda de 3,21 por cento em seis pregões, interrompendo as perdas nesta sessão que teve ainda o respaldo de uma diminuição da aversão a risco no exterior.
"A tendência para a bolsa ainda é de alta, mas não dá para dizer que o movimento de realização acabou", disse o analista de investimentos Pedro Galdi da corretora Magliano, que vê o Ibovespa em torno de 82 mil pontos ao final do ano.
Nesta sessão, dados de inflação nos Estados Unidos e na zona do euro divulgados mais cedo mostraram números abaixo das metas dos bancos centrais, o que alivia a pressão por alta de juros nessas economias.
Nos EUA, o núcleo do índice de preços PCE, que exclui alimentos e energia e é a medida preferida de inflação do Federal Reserve, subiu 0,1 por cento em agosto ante julho e 1,3 por cento ante agosto de 2016, no menor avanço anual desde novembro de 2015.
O cenário político local permanece como motivo de cautela diante de receios de que a mais recente denúncia contra o presidente Michel Temer atrase as reformas, incluindo a da Previdência. No entanto, o peso da política tem sido contrabalançado por dados que vêm corroborando uma expectativa de melhora da economia, como a desaceleração da inflação e os juros em queda.
Nesta manhã, essa visão ganhou respaldo após dados mostrando a diminuição do desemprego no país nos três meses até agosto, para uma taxa de 12,6 por cento, ante 12,8 por cento no trimestre até julho e expectativa de 12,7 por cento em pesquisa Reuters.
Destaques
- CSN ON avançou 5,84 por cento, liderando a ponta positiva do índice, enquanto USIMINAS PNA teve alta de 2,5 por cento e GERDAU PN ganhou 1,66 por cento, após as fortes baixas da véspera e com o movimento de alta nos contratos futuros de aço, apesar das perdas do minério de ferro.
- VALE ON subiu 0,38 por cento, depois das perdas na véspera e na contramão do movimento dos contratos futuros do minério de ferro na China.
- KROTON ON teve valorização de 4,97 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa, após notícia publicada no jornal O Estado de S. Paulo de que a Somos Educação está mais perto de ser vendida e que a Kroton é vista como a principal candidata a compradora.- BRADESCO PN avançou 1,42 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN teve alta de 0,86 por cento, ajudando o tom positivo do Ibovespa devido ao peso dessas ações em sua composição.
- PETROBRAS PN recuou 0,26 por cento e PETROBRAS ON teve baixa de 0,63 por cento, após trocar de sinal algumas vezes, assim como os preços do petróleo no mercado internacional, que acabaram encerrando em território positivo. [O/R]
- RENOVA UNIT, que não faz parte do Ibovespa, disparou 10,41 por cento, após a Reuters informar que a Cemig caminha para deixar a geradora de energia, uma vez que a canadense Brookfield Asset Management considera elevar sua proposta de aquisição da empresa.
- MULTIPLUS ON, que também não faz parte do Ibovespa, teve alta de 3,82 por cento, após a operadora de programas de fidelidade anunciar acordo com a Latam Airlines por meio do qual passará a ser o programa exclusivo de milhagem da companhia aérea para América do Norte e Europa. Analistas do BTG Pactual destacam que o acordo é positivo do ponto de vista estratégico, uma vez que vai aumentar as opções para resgate de passagens internacionais. A equipe do BTG têm recomendação de "compra" para as ações da Multiplus, mas afirmou preferir a SMILES ON, que avançou 4,6 por cento.