São Paulo - A bolsa paulista começou o segundo semestre com o Ibovespa em leve alta, ajudado pela melhora de Wall Street e disparada das ações da BRF, que contrabalançaram a pressão negativa da queda dos papéis da Vale na esteira do recuo do preço do minério de ferro na China.
Ibovespa fecha com leve alta ajudado por NY; BRF dispara 12%
Principal índice da B3 acusou acréscimo de 0,11 por cento, a 72.839 pontos. Na mínima do dia, recuou 1,14 por cento, caindo abaixo de 72 mil pontos
Reuters
Publicado em 2 de julho de 2018 às 17h20.
Última atualização em 2 de julho de 2018 às 17h44.
No fechamento, o principal índice de ações da B3 acusou acréscimo de 0,11 por cento, a 72.839 pontos. No pior momento do dia, recuou 1,14 por cento, caindo abaixo de 72 mil pontos. O volume financeiro do pregão alcançou 6,67 bilhões de reais.
Profissionais da área de renda variável atribuíram o volume mais baixo, contra média diária do ano de 11,9 bilhões de reais, ao jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo no final da manhã. "Em muitos lugares houve esquema de rodízio", afirmou uma das fontes.
O Brasil venceu o México por 2 x 0 com gols de Neymar e Firmino e se classificou para as quartas de final da Copa, em que enfrentará a Bélgica na sexta-feira.
A recuperação nos pregões em Wall Street endossou o alívio doméstico, com o S&P 500 fechando em alta de 0,3 por cento, após sessão volátil, com a questão do comércio global ainda no foco das atenções.
Estrategistas e analistas de ações enxergam um possível melhora das ações brasileiras neste mês após perdas recentes. Da máxima de fechamento do ano, de 87.652 pontos, em 26 de fevereiro, ao encerramento do pregão da última sexta-feira, o Ibovespa acumulou uma queda de quase 17 por cento.
"O fluxo vendedor acentuado em maio e junho gerou divergência em algumas empresas e isso deve voltar a atrair investimentos em renda variável com alguma seletividade para ações com perfil considerado sólido", destacou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos.
Ele ainda destacou, contudo, que segue o cenário de incerteza nos campos político e eleitoral, bem como o começo da temporada de balanços do segundo trimestre neste mês deve trazer alguns reflexos da greve dos caminhoneiros e impacto da valorização do dólar ante o real.
Analistas do Itaú BBA revisaram as expectativas de crescimento dos lucros em 2018 para 58 por cento ante 68 por cento estimados em maio, conforme relatório da equipe de estratégia enviado a clientes.
Destaques
- BRF disparou 12,28 por cento, após anunciar depois do fechamento dos mercados na última sexta-feira que pretende vender 5 bilhões de reais em ativos neste segundo semestre. O Credit Suisse elevou a recomendação das ações para 'neutra', mas destacou que há várias questões ainda para serem abordadas.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON fecharam com altas de 1,63 e 1,34 por cento, respectivamente, revertendo perdas verificadas mais cedo, quando pesaram a queda dos preços do petróleo mostravam fraqueza no exterior e as dúvidas sobre a autonomia da petrolífera de controle estatal.
- ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON subiram 8,34 e 7,14 por cento, respectivamente, tendo de pano de fundo avaliação do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Marcio Félix, de que o leilão agendado para 26 de julho para a privatização de seis distribuidoras de energia da companhia não deve ser afetado por liminar do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). A liminar, da semana passada, determinou que a venda de empresas públicas depende de aprovação pelo Congresso.
- VALE caiu 1,67 por cento, principal pressão negativa no Ibovespa dada a sua relevante participação no índice, em sessão negativa para os preços do minério de ferro na China. Mais cedo, dados apontaram crescimento industrial chinês mais lento no mês passado.
- BRADESCO PN caiu 0,67 por cento, longe das mínimas, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN encerrou com variação positiva de 0,07 por cento e BANCO DO BRASIL avançou 2,58 por cento.
- VIA VAREJO UNIT recuou 3,92 por cento, maior queda do Ibovespa, para 17,88 reais, mínima de fechamento desde setembro de 2017, em sessão negativa para outras varejistas como MAGAZINE LUIZA, que perdeu 2 por cento, e LOJAS AMERICANAS, que cedeu 2,16 por cento.