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Ibovespa fecha quase estável após melhor trimestre em 8 anos

As negociações do governo para barrar a mais recente denúncia contra o presidente Michel Temer seguem no centro das atenções

B3: "O lado econômico está mais tranquilo, mas a questão política voltou ao radar" (Paulo Whitaker/Reuters)

B3: "O lado econômico está mais tranquilo, mas a questão política voltou ao radar" (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 2 de outubro de 2017 às 17h53.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou praticamente estável nesta segunda-feira, após acumular de julho a setembro a maior alta trimestral em oito anos, com investidores evitando grandes apostas à espera de mais clareza na cena política local, especialmente sobre o avanço de reformas no Congresso.

O Ibovespa fechou com variação positiva de 0,09 por cento, a 74.359 pontos. O giro financeiro somou 7,2 bilhões de reais, abaixo da média diária de setembro, de 9,97 bilhões de reais, a melhora média do ano.

As negociações do governo para barrar a mais recente denúncia contra o presidente Michel Temer seguem no centro das atenções, com investidores avaliando as chances desse processo atrasar ou levar a alterações nas propostas de reformas, principalmente a da Previdência.

"O lado econômico está mais tranquilo, mas a questão política voltou ao radar, com dúvidas sobre como vão ficar as votações", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos.

Dados mais recentes da economia, como números de inflação, vêm mantendo a visão de queda da taxa básica de juros, o que tende a favorecer o mercado de renda variável.

No exterior, os dados positivos de atividade industrial na China, que cresceu em setembro no ritmo mais rápido desde 2012, assim como números positivos do setor de serviços chinês, influenciaram a perspectiva para o minério de ferro, amparando o tom positivo de mineradoras.

Destaques

- ELETROBRAS PNB subiu 4,32 por cento e ELETROBRAS ON ganhou 3,95 por cento. O presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr., disse nesta segunda que a divulgação da modelagem para o processo de privatização da empresa deve ocorrer até o final do ano.

- SUZANO PAPEL E CELULOSE PNA avançou 2,02 por cento, após os acionistas da empresa aprovarem a conversão de ações preferenciais em ordinárias, como parte do processo de migração para o segmento Novo Mercado da B3.

- VALE ON subiu 0,09 por cento, após dados otimistas da economia chinesa. A atividade industrial da China, forte consumidor da produção da Vale, subiu em setembro no ritmo mais rápido desde 2012, enquanto o crescimento do setor de serviços no mês passado foi o maior desde maio de 2014.

- CSN ON teve alta de 2,81 por cento, após os dados positivos da China e também diante da perspectiva pela divulgação de balanços atrasados da empresa. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a CSN deve divulgar os balanços até a segunda semana de outubro.

- PETROBRAS PN subiu 0,65 por cento e PETROBRAS ON teve alta de 0,57 por cento, na contramão do movimento dos preços do petróleo no mercado internacional.

- CIELO ON caiu 2,18 por cento, na ponta negativa do Ibovespa, com investidores cautelosos diante das perspectivas de resultados. Na semana passada, analistas da corretora Brasil Plural cortaram a recomendação dos papéis da Cielo, destacando que a combinação de recessão com mudanças estruturais na regulação e maior competição levaram à estabilidade dos resultados, com baixo crescimento do lucro em 2017 e 2018.

- AMBEV ON perdeu 1,62 por cento, após a empresa anunciar previsão de gasto de cerca de 1 bilhão de reais em 2017 com a adesão a programa de regularização tributária que envolve contingências tributárias de 3,5 bilhões de reais.

- B2W ON avançou 7,85 por cento, após analistas do BTG Pactual elevarem o preço-alvo para os papéis da empresa para 29 reais, ante 17 reais.

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