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Ibovespa fecha estável, com pressão de petróleo e crise política

A crise que atinge o Planalto tem deixado o mercado instável, com receios, principalmente, sobre o impacto no andamento das reformas no Congresso

B3: "Se fosse pela economia, (o mercado acionário) estaria de bom para razoável" (Patricia Monteiro/Bloomberg)

B3: "Se fosse pela economia, (o mercado acionário) estaria de bom para razoável" (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 21 de junho de 2017 às 19h02.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou estável nesta quarta-feira, com uma tentativa de recuperação ofuscada pela pressão dos preços do petróleo e pelas perdas nas ações do setor de educação, que tiraram força de um mercado já cauteloso diante da cena política.

O Ibovespa fechou com variação negativa de 0,01 por cento, a 60.761 pontos. O índice trocou de sinal algumas vezes ao longo do dia, mas não registrou movimentos muito fortes, tendo subido 0,69 por cento na máxima e recuado 0,37 por cento na mínima do dia. O volume financeiro do pregão somou 7,2 bilhões de reais.

A crise que atinge o Planalto desde a divulgação de conversa entre um dos sócios da JBS e o presidente Michel Temer tem deixado o mercado instável, com receios, principalmente, sobre o impacto no andamento das reformas no Congresso Nacional.

"Se fosse pela economia, (o mercado acionário) estaria de bom para razoável", disse o gestor da mesa de operações de Bovespa da corretora Coinvalores Marco Tulli Siqueira.

Na véspera, o governo sofreu uma derrota ao ter o parecer oficial do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) sobre a reforma trabalhista rejeitado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.

Apesar do revés, o líder do governo e relator da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou nesta quarta-feira parecer pela constitucionalidade da proposta, previsto para ser votado na próxima quarta-feira pelo colegiado.

Destaques

- PETROBRAS PN caiu 1,85 por cento e PETROBRAS ON recuou 1,77 por cento, revertendo os ganhos vistos mais cedo --o papel PN chegou a subir mais de 2 por cento--, conforme os preços do petróleo também firmaram-se no vermelho e fecharam com perdas superiores a 2 por cento.

- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES ON caiu 7,28 por cento e liderou a ponta negativa do Ibovespa, diante de receios quanto à fusão com a KROTON ON, que perdeu 3,54 por cento. Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, a possibilidade de rejeição do acordo é discutida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e somente a relatora do caso, Cristiane Alkmin, é a favor da operação com restrições, sendo a principal delas a venda da Anhanguera, adquirida pela Kroton em 2014.

- JBS ON avançou 5,32 por cento, a despeito do noticiário negativo para a empresa neste pregão, com a Justiça Federal de Brasília proibindo uma negócio de 300 milhões de dólares com a MINERVA e a Advocacia-Geral da União (AGU) pedindo ao Tribunal de Contas da União (TCU) para bloquear os bens da JBS e de seus sócios. As ações da Minerva, que não fazem parte do Ibovespa, caíram 1,6 por cento.

Segundo operadores, o mercado segue atento às vendas de ativos da JBS, que anunciou na véspera um plano de desinvestimento no valor de 6 bilhões de reais, considerado por analistas do UBS importante para melhorar a estrutura dos negócios e de capital da empresa em meio às investigações e multas. O UBS tem recomendação neutra para as ações da JBS e preço-alvo em 12 meses de 11,80 reais, mais de 86 por cento acima do preço de fechamento desta quarta-feira, de 6,33 reais.

- VALE PNA subiu 3,49 por cento e VALE ON teve alta de 2,96 por cento, após as perdas da véspera e em sessão de ganho para os contratos futuros do minério de ferro na China.

- ALPARGATAS PN, que não faz parte do Ibovespa, subiu 0,8 por cento, tendo como pano de fundo a expectativa pela venda da empresa, controlada pela holding J&F. Nesta quarta-feira, o jornal Valor Econômico noticiou que a J&F recebeu propostas de fundos de investimentos pela Alpargatas, incluindo os fundos Carlyle e Advent. Na semana passada, fontes disseram à Reuters que a Cambuhy Investimentos e a GP Investments estão entre as empresas de investimento que consideram fazer uma oferta pela fabricante de roupas esportivas e de calçados.

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