Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 16 de agosto de 2021 às 17h31.
Última atualização em 16 de agosto de 2021 às 20h33.
O Ibovespa fechou em queda de 1,66%, a 119.180 pontos, nesta segunda-feira, 16, em preocupações fiscais e relacionadas à retomada da economia global, após dados da China voltarem a sair abaixo das expectativas. O dólar comercial subiu 0,68% e fechou sendo vendido a 5,281 reais.
Divulgada ainda na noite de domingo, a produção industrial chinesa teve alta anual em julho de apenas 6,4% ante expectativa de crescimento de 7,8%. A China ainda decepcionou em seus dados de vendas do varejo, com o aumento de 8,5% frustrando o consenso de mercado de 11,5%. Os números abaixo do esperado reforçaram os temores sobre os efeitos de novos casos de coronavírus na Ásia.
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Os dados negativos também pressionaram o mercado europeu, com o Stoxx 600 fechando em queda de 0,5% e encerrando uma sequência de dez pregões seguidos de alta. Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones e S&P 500 apagaram as perdas no meio da tarde e encerraram em alta, renovando seus respectivos recordes. O índice Nasdaq fechou em queda de 0,20%.
Na bolsa, as ações da Petrobras (PETR3/PETR4) tiveram papel decisivo na queda do Ibovespa. Com a segunda maior participação do índice, os papéis da estatal caíram mais de 2%, acompanhando a desvalorização do petróleo brent, referência para sua política de preços.
A commodity reagiue à escalada da crise política no Afeganistão após o grupo Talibã tomar a capital, Cabul. O grupo implementou uma rápida campanha militar que conquistou diversas cidades do país após a retirada das forças americanas.
“É um momento de muita incerteza para a região do Oriente Médio, que é muito influente na produção de petróleo”, afirma Luís Mollo, analista do BTG Pactual digital.
A Vale (VALE3), com a maior participação do Ibovespa, fechou em leve alta de 0,46%, se recuperando das perdas do início do pregão. Já as siderúrgicas Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) tombaram 5,3% e 2,7%, respectivamente, após analistas do Itaú BBA rebaixarem a recomendação dos papéis de compra para neutra. Segundo eles, os sinais de menor demanda na China pode enfraquecer o mercado de aço.
Apesar da forte desvalorização das siderúrgicas, foram as ações da CVC (CVCB3) que lideraram as perdas do Ibovespa, com queda de 8,56%, após a divulgação do resultado do segundo trimestre. Com fortes restrições de mobilidade no início do segundo trimestre, a empresa voltou a registrar prejuízo, registrando perdas de 176,2 milhões de reais. Já a receita ficou em 115,5 milhões de reais, abaixo das expectativas de mercado e menor do que os 165,9 milhões de reais registrados no primeiro trimestre do ano.
A Via, que passou a ser negociada hoje sob o ticker (VIIA3), fechou em queda de 6,11%. Efeito semelhante ocorreu recentemente na troca do código da Americanas (AMER3), antiga B2W. Hoje, a varejista que vem de queda superior a 40% no ano, caiu mais 4,91%, voltando a figurar entre as maiores perdas.
O destaque de alta foi de fora do Ibovespa. Com valorização de 19,92%, a Alliar (AALR3) liderou as valorizações do Índice Small Caps, tendo no radar uma possível aquisição por parte da Rede D'Or (RDOR3), que fechou estável, apesar da queda do Ibovespa.
Na madrugada desta segunda, a Rede D’Or anunciou a aprovação por seu conselho administrativo uma oferta pública de aquisição (OPA) de até a totalidade das ações da Alliar por 11,50 reais por papel. O valor cheio da operação pode chegar a 1,36 bilhão de reais.
Analistas do BTG veem a compra como “altamente estratégica” para a Rede D’Or e positiva para as operações da Alliar. Desde o IPO, ela enfrentou uma série de desafios, principalmente relacionados à concorrência e difíceis negociações com as operadoras de Health Care. Mas, ao explorar o ecossistema da Rede D’Or e o forte histórico na integração de ativos, esses desafios devem ser superados”, afirmam em relatório.
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