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Ibovespa fecha em queda e perde mais de 2% na semana

Ainda há receios dos investidores sobre a habilidade do governo em articular a maioria necessária para aprovar a reforma da Previdência

B3: "O comportamento de hoje é o de inércia do sentimento que predominou ao longo da semana" (Patricia Monteiro/Bloomberg)
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Reuters

Publicado em 10 de novembro de 2017 às 18h57.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em queda pelo segundo dia seguido nesta sexta-feira, acumulando perda de superior a 2 por cento na semana, com a cautela predominando diante de receios em relação ao trâmite da reforma da Previdência.

O Ibovespa fechou em queda de 1,05 por cento, a 72.165 pontos, acumulando perda de 2,37 por cento na semana, a segunda consecutiva com perdas acumuladas acima da marca de 2 por cento. O giro financeiro era de 8,99 bilhões de reais.

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Embora a possibilidade de votar um texto da reforma da Previdência ainda este ano tenha voltado à tona, ainda há receios sobre a habilidade do governo em articular a maioria necessária para aprovar a medida e sobre o teor da versão que conseguiria passar no Congresso.

"O comportamento de hoje é o de inércia do sentimento que predominou ao longo da semana, que foi muito pautada pela reforma da Previdência e pelo mercado internacional", disse o sócio analista da Eleven Financial Raphael Figueredo.

Segundo o analista, o Ibovespa pode ver novas perdas no curto prazo, diante da ausência de noticiário mais favorável, podendo chegar mais perto dos 70 mil pontos antes de reiniciar o processo de recuperação.

Ajudou o tom de cautela com a cena política no pregão a retirada do comando interino do PSDB do senador Tasso Jereissati (CE) pelo presidente licenciado do partido, senador Aécio Neves (MG). Parte dos tucanos, entre eles Tasso, é favorável ao desembarque do partido do governo federal, enquanto outra parcela, incluindo Aécio, defende a permanência.

No exterior, o tom de cautela veio com o andamento da reforma tributária nos Estados Unidos. Na véspera, os republicanos do Senado apresentaram um plano tributário diferente da versão dos deputados em vários tópicos importantes, incluindo a maneira como tratam a tributação corporativa e dedução para impostos estaduais e locais.

Destaques

- BRF ON caiu 4,6 por cento, anulando os ganhos iniciais, quando chegou a subir 1,74 por cento na máxima, tendo como pano de fundo o resultado do terceiro trimestre que mostrou lucro abaixo do esperado. A empresa de alimentos reportou lucro líquido de 138 milhões de reais no terceiro trimestre, abaixo da estimativa de analistas.

- CEMIG PN teve queda de 3,43 por cento. Como pano de fundo esteve o anúncio da empresa de programa para quitação de débitos de ICMS, que impactará negativamente o Ebitda e o lucro do terceiro trimestre em aproximadamente 588 milhões e 388 milhões de reais, respectivamente.

- KROTON ON perdeu 2,94 por cento, após reportar resultado para o terceiro trimestre com lucro líquido de 450,8 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 22,4 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo analistas do Morgan Stanley, os resultados não foram empolgantes, com margens "apenas estáveis", pressionadas por uma comparação mais difícil na base anual.

- ELETROBRAS ON caiu 2,15 por cento e ELETROBRAS PNB recuou 3,4 por cento, ampliando as perdas da véspera após o BNDES divulgar as regras básicas para o leilão de privatização de seis distribuidoras de eletricidade da estatal, prevendo ajustes financeiros para acomodar uma dívida de quase 21 bilhões de reais.

- CYRELA ON subiu 1 por cento, após avançar 2,84 por cento na máxima do dia e cair 1,25 por cento na mínima. A empresa divulgou na noite da véspera resultado do terceiro trimestre com prejuízo de 6,8 milhões de reais. Segundo analistas do Itaú BBA, o resultado da última linha do balanço veio em linha com o esperado, sendo que o destaque positivo ficou por conta da geração de fluxo de caixa.

- PETROBRAS PN fechou estável e PETROBRAS ON subiu 0,17 por cento, em sessão de perdas para os preços do petróleo no mercado internacional.

- MAGAZINE LUIZA ON, que não faz parte do Ibovespa, caiu 5,14 por cento, ampliando as fortes perdas da véspera. O movimento deste pregão veio apesar do início de cobertura do JP Morgan, com recomendação "overweight" e preço-alvo de 72 reais ao final de 2018. Segundo os analistas do banco, a varejista traz uma boa combinação de execução e cultura corporativa para reinventar o negócio e passar por processos de transformação de lojas físicas para um canal mais amplo e plataforma digital.

- SUZANO PAPEL E CELULOSE encerrou em queda de 2,7 por cento, a 20,56 reais, em linha com recuo no setor, com Fibria caindo 3,2 por cento e Klabin caindo 3 por cento. A Suzano estreou nesta sexta-feira no segmento Novo Mercado da B3. Em evento com analistas, o presidente da companhia afirmou que a empresa deve decidir no primeiro trimestre de 2018 se vai ampliar sua capacidade de produção de celulose e se esse aumento será feito via crescimento de capacidade em instalações atuais ou construção de fábrica nova.

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