Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 18 de novembro de 2021 às 18h30.
Última atualização em 18 de novembro de 2021 às 19h09.
O Ibovespa registrou seu quarto pregão consecutivo de perdas nesta quinta-feira, 18, renovando sua pior pontuação do ano. O principal índice da B3 recuou 0,51%, aos 102.426 pontos, puxado para baixo por riscos fiscais e queda nas ações ligadas ao minério de ferro. O patamar é o mais baixo para o índice desde novembro de 2020.
No front político, investidores aguardam com preocupação a votação da PEC dos Precatórios no Senado após críticos à proposta apresentarem um texto alternativo à PEC. A proposta — que foi utilizada como ferramenta para driblar o teto de gastos e custear o Auxílio Brasil, novo programa social do governo — é vista pelo mercado como a alternativa “menos pior” para as contas públicas.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, reforçou a expectativa de que o Senado mantenha a maior parte do texto da PEC dos Precatórios aprovado pela Câmara, mas contradisse o presidente Jair Bolsonaro ao dizer que não há margem fiscal para concessão de reajuste de servidores, como foi sinalizado por Bolsonaro há dois dias.
Já na bolsa, o impacto negativo veio da queda de mais de 4% no preço do minério de ferro na China. A queda da commodity afeta os papéis da empresa com maior participação no Ibovespa, a Vale (VALE3). As ações da mineradora recuaram 4,11%, enquanto as siderúrgicas Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) lideram as perdas do índice, caindo 5,7% e 5,35%, respectivamente.
Do lado positivo, a maior valorização do índice ficou com as ações da Méliuz (CASH3), que dispararam 10,22%, ainda refletindo o resultado do terceiro trimestre da empresa, apresentado na noite de terça-feira. Na véspera, os papéis da fintech estiveram entre os únicos do índice que fecharam em terreno positivo. Outra fintech, o Banco Pan (BPAN4), avançou 2,81%.
Maiores altas |
Maiores quedas | |||||
Méliuz | CASH3 |
10,22% | Usiminas | USIM5 |
-5,60% | |
Alpargatas | ALPA4 |
4,95% | CSN | CSNA3 |
-5,35% | |
NotreDame Intermédica | GNDI3 |
3,77% | PetroRio | PRIO3 |
-4,42% |
Além da pressão do minério de ferro, a piora nos mercados internacionais adicionou cautela entre os investidores brasileiros. Apesar de resultados acima do esperado nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street fecharam o dia de forma mista, com o Dow Jones caindo 0,17%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq subiram 0,34% e 0,45%, respectivamente. Na Europa, Stoxx 600 fechou em queda de 0,46%, embora as bolsas do continente tenham batido máximas históricas no começo da sessão.
No mercado internacional, investidores ainda repercutem os dados semanais de pedidos de seguro desemprego dos Estados Unidos, que ficaram em 268.000, acima dos 260.000 esperados. Ainda assim, o número ficou abaixo do apresentado na semana passada, que foi revisado para 269.000 pedidos.
O mercado de câmbio também refletiu a maior cautela dos mercados globais brasileiro, com o dólar valorizando frente às principais moedas emergentes. No Brasil, a moeda americana encerrou a sessão negociada em alta de 0,83%, a 5,57 reais.