Mercados

Ibovespa fecha em queda com sessão marcada por política

O principal índice da Bovespa fechou em queda com as ações da Vale e da Petrobras entre as maiores pressões negativas


	Bovespa: o Ibovespa reduziu as perdas e fechou em queda de 1,41 por cento, a 50.990 pontos
 (Paulo Fridman/Bloomberg News)

Bovespa: o Ibovespa reduziu as perdas e fechou em queda de 1,41 por cento, a 50.990 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg News)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2016 às 18h23.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta segunda-feira, pressionado particularmente pelas ações da Vale e da Petrobras na esteira do recuo das commodities, com a turbulência no quadro político adicionando volatilidade aos negócios.

A decisão do presidente em exercício da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), de suspender a sessão da Casa que aceitou o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff estressou brevemente o pregão local, levando o Ibovespa a recuar 3,5 por cento e abaixo de 50 mil pontos, na mínima do dia.

A piora, contudo, perdeu força em meio a dúvidas sobre sustentação da decisão do deputado e sinais de que a tramitação do processo no Senado seria mantido.

Com isso, o Ibovespa reduziu as perdas e fechou em queda de 1,41 por cento, a 50.990 pontos. O volume financeiro do pregão somou 7,96 bilhões de reais. "Foi um ruído desnecessário. A leitura é de que o governo está tentando tumultuar algo tido como certo e, com isso, o mercado fica apreensivo", disse o gestor Joaquim Kokudai, sócio na JPP Capital.

Perto do fechamento, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), manteve a tramitação do impeachment na Casa.

Para o gestor Marco Tulli Siqueira, da mesa de operações de Bovespa da Coinvalores, a volatilidade no pregão está dentro do esperado até que o processo de impeachment seja concluído, com o provável afastamento de Dilma.

DESTAQUES

- VALE encerrou com as ações ordinárias derretendo 9,77 por cento e as preferenciais em baixa de 8,65 por cento, após queda do minério de ferro e dados piores do que o esperado sobre as exportações e importações na China.

- PETROBRAS fechou com os papéis ordinários em queda de 6,65 por cento e as preferenciais com recuo de 5,95 por cento, na esteira do noticiário político e da retração dos preços do petróleo. Na mínima, Petrobras PN caiu 12,3 por cento, abaixo de 9 reais. - BANCO DO BRASIL caiu 2,13 por cento, também contaminado por ruídos no cenário político, capitaneando as perdas do setor bancário no Ibovespa, embora longe do pior momento, quando derreteu mais de 7 por cento.

- CSN perdeu 10,05 por cento, no pior desempenho do Ibovespa, em dia de queda das ações de siderúrgicas afetadas pelo noticiário da China, que incluiu recuo do preço do aço diante de preocupações com a demanda da segunda maior economia do mundo.

- JBS recuou 4,29 por cento, afetada pelo noticiário do fim de semana, quando o jornal O Globo publicou que a mulher do marqueteiro João Santana, Monica Moura, afirmou a procuradores que a JBS pagou caixa dois à campanha de reeleição de Dilma Rousseff. A JBS negou as informações.

- SUZANO PAPEL E CELULOSE subiu 1,06 por cento após elevação na sexta-feira do preço de celulose branqueada de eucalipto na Ásia, para 540 dólares a tonelada e favorecida pela alta do dólar ante o real.

- BB SEGURIDADE fechou com acréscimo de 0,22 por cento antes da divulgação de resultado trimestral, após o fechamento do pregão nesta segunda-feira. O papel acumula em maio queda de quase 8 por cento.

- ELETROPAULO, que não está no Ibovespa, cedeu 2,63 por cento após divulgar queda anual de quase 35 por cento no lucro do primeiro trimestre, para 30,5 milhões de reais.

Texto atualizado às 18h22
Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresIbovespaMercado financeiro

Mais de Mercados

Lucro da Vale (VALE3) supera expectativas e sobe 210%, para US$ 2,76 bilhões

"Mercado precifica cenário de quase crise fiscal no Brasil, que não é verdade", diz Mansueto Almeida

Ibovespa retorna aos 125 mil pontos após IPCA-15 e PIB dos EUA virem acima do esperado

IA transforma tarefas em Wall Street, mas profissionais ainda estão céticos

Mais na Exame