Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 29 de setembro de 2021 às 17h33.
Última atualização em 29 de setembro de 2021 às 19h39.
O Ibovespa fechou em alta de 0,89%, em 111.107 pontos, nesta quarta-feira, 29, seguindo os principais índices internacionais, que recuperaram parte das fortes perdas do pregão anterior.
Apesar do movimento positivo, preocupações sobre um aperto monetário nos Estados Unidos, que derrubaram as bolsas na véspera, seguiram presentes ao longo da sessão. Durante a tarde, as curvas de juros voltaram a abrir, pressionando, principalmente, ações com perspectivas de crescimento mais longas, como as de tecnologia.
Em Wall Street, o índice Nasdaq caiu 0,24%, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones, mais ligados à economia tradicional, subiram 0,16% e 0,26%, respectivamente.
No radar dos investidores estiveram declarações dos principais banqueiros centrais do mundo, que se reuniram em evento do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt. O presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), Jerome Powell, voltou a sinalizar que o início da retirada de estímulos via compra de títulos, o "tapering", irá começar em breve.
Segundo ele, tem sido "frustrante" perceber que a crise de oferta, uma das principais razões para a alta da inflação americana, não está melhorando. Pelo contrário, está "aparentemente ficando um pouco pior".
O discurso mais contracionista do que o que vem adotando a presidente do BCE, Christine Lagarde, deu novo fôlego ao dólar, que se fortaleceu contra o euro. Nesta quarta, o índice DXY, que mede a variação da moeda americana contra divisas desenvolvidas, bateu a máxima desde setembro do ano passado.
As negociações também influenciaram o mercado de câmbio emergente, com o dólar se valorizando. Aqui, mesmo com atuação do BC no leilão de swaps, a o dólar fechou em alta de 0,06%, a 5,43 reais,
No radar dos investidores ainda estiveram os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que revelou a abertura de 372.265 vagas formais de trabalho em agosto. O número superou as expectativas colhidas pela Reuters, que era de criação de 272.500 postos de trabalho.
Com a maior alta do Ibovespa, as ações da Braskem (BRKM5) dispararam 9,06%, tendo como pano de fundo a assinatura do aditivo do contrato de fornecimento de etano com a Pemex, que prevê a quitação de pendências contratuais e um convênio que estabelece medidas de apoio à construção de um terminal de importação de etano.
A alta foi seguida pelas ações da JBS (JBSS3), que subiu 6,22%. Já os frigoríficos Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3) avançaram 3,34% e 4,03%, respectivamente. Na sexta-feira, 24, o Cade autorizou a aquisição de ações da BRF pela Marfrig, renovando o apetite dos investidores pelo setor. No radar dos investidores também está a coletiva do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin, que disse que o governo brasileiro está negociando exportação de frango para o Reino Unido. Líder do mercado global de frangos, a BRF (BRFS3) subiu 1,93%.
Com o maior peso do Ibovespa índice, os papéis da Vale (VALE3) subiram 1,27% em linha com a valorização de 2,1% do minério de ferro na China. As siderúrgicas seguiram o movimento, com destaque para a alta de 6,15% da Usiminas (USIM5). Já as ações da Petrobras (PETR3/PETR4) subiram cerca de 1,5%, mesmo com a leve queda do petróleo no exterior, após os Estados Unidos registrarem maior nível de oferta de estoque de gasolina.
Na ponta negativa, o efeito tapering fez as ações do Banco Inter (BIDI4) caírem mais 3,70%, após terem despencado 11,70% na última sessão. Também associadas à tecnologia, as ações do Banco Pan (BPAN4), Magazine Luiza (MGLU3), Totvs (TOTS3) e Locaweb (LWSA3) queda. As ações da fintech Méliuz (CASH3), por outro lado, subiram 3,9%, após terem caído mais de 8% na última sessão.
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