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Ibovespa e Wall Street recuam com falta de estímulos; dólar fecha em alta

Em dia de Copom, investidores locais apostam em manutenção de taxa Selic a 2%; principais índices americanos despencam puxados por bigtechs

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 09h37.

Última atualização em 9 de dezembro de 2020 às 18h16.

O Ibovespa cai nesta quarta-feira, 9, em linha com as bolsas americanas que fecharam em forte queda. Os investidores repercutiram a falta de avanços nas negociações sobre estímulos nos Estados Unidos somada à cautela com a segunda onda de coronavírus no país, onde a média de casos e mortes chegou a superar a máxima de abril.

Por aqui, os investidores locais passaram o dia em compasso de espera aguardando a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) e o posterior comunicado. Embora o mercado acredite, quase que unanimemente, em manutenção da taxa Selic em 2% ao ano, há a expectativa de elevação de juros ainda nas primeiras reuniões de 2021. O Ibovespa encerrou o dia em queda de 0,70%, aos 113.001 pontos.

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Os três principais índices americanos também fecharam no vermelho, sob a liderança do índice de tecnologia Nasdaq, que recuou 1,94%. O Dow Jones caiu 0,48% e o S&P500 fechou em queda de 0,79%. Os resultados foram impulsionados pelas perdas dos papéis das bigtechs, as gigantes de tecnologia. Apple e Amazon recuaram mais de 2%, seguidas de Google, Microsoft e Facebook, que tiveram perdas em torno de 1,9%.

Nesta quarta-feira, o líder da maioria no senado, Mitch McConnell, disse ao site Politico, nesta quarta-feira, que os republicanos e democratas ainda estavam discutindo um caminho para os estímulos fiscal. A declaração foi dada depois que o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, apresentou na véspera um pacote de estímulo de 916 bilhões de dólares à presidente da Câmara, Nancy Pelosi.

"Havia uma expectativa no mercado de que as negociações avançassem mais rapidamente, mas já estamos na quarta-feira e nada de sólido foi apresentado. Isso puxou as bolsas americanas para baixo e o Ibovespa seguiu o tom do exterior", avaliou Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos.

Já as bolsas da Europa fecharam em alta, com expectativa de novos estímulos por parte do Banco Central Europeu e alguma esperança de um acordo pós-Brexit após a reunião entre o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que ocorre ainda hoje. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,32%.

No câmbio, o mercado brasileiro de câmbio deu uma pausa nas fortes quedas do dólar que vinham acontecendo desde as eleições norte-americanas, no começo de novembro. O dólar fechou com alta de 0,87%, a 5,1737 reais --maior ganho diário desde 23 de novembro (+0,90%). A cotação chegou a subir 1,36%, a 5,1987 reais, depois de cair 0,81% no começo do pregão, a 5,0875 reais.

A queda reflete o cenário de incertezas no exterior diante das dificuldades no Congresso dos EUA de se chegar a um acordo sobre pacote de estímulos. Além disso, segundo analistas ouvidos pela Reuters, a renovação de ruídos fiscais em Brasília reforçou uma postura mais conservadora, num contexto em que as boas notícias sobre o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19 no mundo parecem já estar precificadas. Na tarde desta quarta-feira, muitos investidores que venderam o dólar a cotações mais elevadas estavam recomprando após o declínio recente.

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