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Ibovespa contém euforia mas registra 7ª semana consecutiva de alta, melhor sequência desde 2017

Cautela no exterior com estímulos nos EUA e Brexit na Europa frearam desempenho da bolsa; dólar fecha em leve alta

Painel de cotações da B3  | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 18 de dezembro de 2020 às 09h15.

Última atualização em 18 de dezembro de 2020 às 18h23.

O Ibovespa encerrou o pregão desta sexta-feira, 18, em baixa em linha com a cautela nos mercados internacionais, que continuam à espera de estímulos nos Estados Unidos e definição para um acordo pós-Brexit. O índice fechou aos 118.023 pontos, em queda de 0,32%, com volume financeiro negociado de 31,4 bilhões de reais. Apesar do resultado, o balanço semanal é positivo: esta é a sétima semana consecutiva de alta para o Ibovespa, o que não acontecia desde setembro de 2017.

O índice operou entre perdas e ganhos ao longo da sessão, e chegou a superar os 119.000 pontos na máxima intradia pelo segundo dia seguido. Desde novembro, quando iniciou a sequência positiva, o Ibovespa já subiu mais de 25% e está próximo de bater o recorde de 119.527,63 pontos, alcançado em 23 de janeiro.

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O crescimento de 2,5% na semana também reforça a atuação sólida do índice durante a semana, na avaliação de Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos. "A perda de força no fim do dia é um movimento realização de lucros, que é ainda mais natural no final do ano, quando a liquidez cai e o mercado fica mais volátil", diz.

O pano de fundo para as realizações foram o clima de cautela no exterior. Os investidores estão menos confiantes sobre a possibilidade de o pacote americano de 900 bilhões de dólares ser aprovado ainda hoje. Após líderes democratas e republicanos chegarem próximos a um acordo nesta semana, a atuação do Federal Reserve (Fed) entrou nas conversas, se mostrando um obstáculo para um entendimento entre os dois partidos. Enquanto republicanos tentam impedir que o Fed renove linhas de crédito emergenciais que irão expirar no fim deste ano, democratas os acusam de ferir a independência do banco central americano.

Como consequência, os três principais índices americanos recuaram após as máximas registradas na véspera. O Dow Jones caiu 0,40%, enquanto o S&P 500 caiu 0,35%. O Nasdaq encerrou em baixa de 0,07%. 

Na Europa, os principais índices de ações também caíram. As ações europeias recuaram com as crescentes dúvidas sobre um acordo comercial pós-Brexit e a falta de definição no pacote de estímulo nos Estados Unidos. O índice pan-europeu STOXX 600 interrompeu quatro dias de altas e fechou em queda de 0,4%.

No cenário internacional, o movimento de alta também foi contido após a guerra comercial entre China e Estados Unidos voltar a dar as caras no mercado. Segundo a Reuters, o governo americano deve adicionar 80 companhias chinesas na chamada lista negra, o que dificultaria a atração de investimentos e negócios com empresas do país. 

“A disputa comercial entre EUA e China voltará a ser o principal tópico do mercado mundial, após as vacinações contra o coronavírus. Com toda certeza, a inclusão de 80 empresas chinesas na lista negra americana agravaria a disputa”, diz Victor Faleiros, sócio e líder da mesa de renda variável da BlueTrade.

No câmbio, o dólar fechou com alta discreta de 0,081% nesta sexta-feira, ao fim de um dia de bastante oscilação. Os investidores evitaram vender a moeda por conta do menor apetite por risco no exterior e de maiores tensões políticas no Brasil. Na semana, a cotação teve alta de 0,73%, depois de quatro semanas consecutivas de perdas. Em dezembro, a moeda ainda cai 4,90%.

Os investidores nacionais passaram parte do dia com as atenções em Brasília, após o presidente da Câmara Rodrigo Maia afirmar que conduziria nesta sexta-feira a votação da medida provisória que prorroga o auxílio emergencial. Nela também foi incluída o 13º do Bolsa Família. A inclusão ocorreu após o presidente Jair Bolsonaro acusar Maia de ter inviabilizado a 13ª parcela, que foi uma de suas promessas de campanha. Maia o acusou de “mentiroso”.

No início da tarde, porém, Maia informou ao plenário que a medida não seria analisada nesta sexta-feira. “Isso estressa o mercado financeiro, porque é mais um risco para o fiscal. O mercado já comemorou o que tinha que comemorar e agora o momento é de realização de lucros. O atrito do governo com o Maia só contribui para essa realização”, afirma Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.

 

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