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Ibovespa desaba 3% e zera alta no ano acompanhando NY; dólar supera R$ 5

Apostas de aperto monetário mais duro nos Estados Unidos disparam, apesar de comentários de Jerome Powell

Painel de cotações da B3 (BRYAN R. SMITH/AFP via/Getty Images)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 5 de maio de 2022 às 10h40.

Última atualização em 5 de maio de 2022 às 16h42.

Ibovespa hoje: a influência negativa dos Estados Unidos derruba o principal índice da B3 em mais de 3% nesta quinta-feira, 5. Na mínima do dia, o Ibovespa chegou a zerar a alta no ano, voltando à casa dos 104.000 pontos.

A forte reação responde ao ciclo de aperto monetário nos EUA – a taxa de juros no país foi elevada em 0,5 ponto percentual na véspera. No pregão de ontem, os mercados chegaram a reagir positivamente após o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmar que a intensidade do aperto monetário não deveria subir para uma alta de 0,75 p.p. na próxima reunião de junho.

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Mas o alívio foi apenas momentâneo. A alta de preços nos Estados Unidos, que está em 8,5% ao consumidor, segue no centro das preocupações e os principais índices de Nova York – que fecharam o último pregão com altas de mais de 2% – hoje operam em forte queda.

O índice de tecnologia Nasdaq, mais dependente de juros baixos na economia americana, tem o pior desempenho de Wall Street, caindo mais de 4%. A queda, até o momento, é a maior já registrada pela bolsa de tecnologia dos Estados Unidos desde junho de 2020.

Apesar das declarações do presidente do Fed, o mercado tem aumentado as apostas de um aperto monetário mais duro na economia americana. O rendimento dos títulos do Tesouro com vencimento em 10 anos, que refletem a expectativa de alta de juros para o período, disparam em mais de 17 pontos base, superando a marca de 3%.

A probabilidade de o Fed ter que subir a taxa de juros em 0,75 p.p. já na reunião de junho saltou de 0%, no início do dia, para 82,9%, segundo o monitor do CME Group. A maior parte das apostas já é de que a taxa de referência do Fed, hoje entre o intervalo de 0,75% e 1%, termine o ano acima de 3%, ainda de acordo com o CME.

O sentimento generalizado de aversão a risco prejudica as bolsas e fortalece o dólar, a medida que investidores buscam opções mais seguras de investimento. Assim, a moeda americana – que havia fechado próximo de R$ 4,90 após o discurso de Powell ontem – nesta quinta dispara e volta a ser negociado acima de R$ 5.

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Destaques de ações

A valorização do dólar ajuda a impulsionar as ações de empresas exportadoras e produtoras de commodities. Entre as 91 ações do índice, apenas as as siderúrgicas Gerdau (GGBR4) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4) e as exportadoras de celulose Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) operam em alta.

A temporada de balanços também influencia as altas. A Suzano divulgou ontem seus resultados, mostrando uma reversão de prejuízo e um lucro de R$ 10,3 bilhões no primeiro trimestre deste ano.

Já a Gerdau registrou 19% de alta em seu lucro líquido nos três primeiros meses deste ano. Além disso, a empresa e sua subsidiária, a Gerdau Metalúrgica, anunciaram o pagamento de dividendos, o que ajuda no desempenho das ações.

Entre as quedas, um dos destaques é a BRF (BRFS3), que chegou a desabar 12% ainda no início do pregão, após o resultado do primeiro trimestre ser mal recebido por investidores.

Os papéis, no entanto, reduziram parte das perdas, conforme o foco do mercado mudou para a alta de juros dos Estados Unidos. A companhia, que havia dado lucro de R$ 22 milhões no mesmo período do ano passado, registrou prejuízo líquido de R$ 1,546 bilhão desta vez.

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