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Ibovespa cai 2,55% por receios sobre reforma da Previdência

O principal índice da bolsa paulista fechou abaixo dos 73 mil pontos pela primeira vez em dois meses

B3: os receios de que a reforma da Previdência não avance voltaram a crescer (Patricia Monteiro/Bloomberg)

B3: os receios de que a reforma da Previdência não avance voltaram a crescer (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 7 de novembro de 2017 às 18h33.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista caiu nesta terça-feira e fechou abaixo dos 73 mil pontos pela primeira vez em dois meses, pressionado por receios de que o governo federal não consiga aprovar uma proposta de reforma da Previdência e o potencial impacto sobre o rating do Brasil.

O Ibovespa caiu 2,55 por cento, a 72.414 pontos, menor patamar de fechamento desde 5 de setembro (72.150 pontos). O volume financeiro somou 13,02 bilhões de reais.

Os receios de que a reforma da Previdência não avance voltaram a crescer após a reunião da véspera do presidente Michel Temer com líderes da base aliada na Câmara, na qual Temer reconheceu a possibilidade de derrota na apreciação do texto.

Ao mesmo tempo, deixou a porta aberta para abrandamento adicional na proposta em direção a "um avanço que permita a quem vier depois fazer uma nova revisão".

"De ontem para hoje deu a entender que o Congresso não vai ter número para votar e as agências de classificação já avisaram sobre o risco de rebaixamento sem essa reforma. Com isso, gera um estresse nos mercados", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos.

Além da reação ao quadro político, a alta de mais de 20 por cento acumulada no ano até outubro, também abre espaço para um movimento de ajuste.

"Tem o fator político pontual de hoje, mas nas últimas semanas o mercado também vinha sinalizando uma tendência de realização", disse o analista da XP Investimentos Marco Saravalle, que ainda vê espaço, considerando os fundamentos das empresas, para alguma recuperação do índice até o fim do ano.

Destaques

- SMILES ON caiu 5,38 por cento, em reação aos dados reportados para o terceiro trimestre que, segundo analistas do BTG Pactual, trouxe resultado sem direção clara. A administradora de programa de fidelidade teve lucro de 339,5 milhões de reais no período, com ganhos extraordinários oriundos de uma reestruturação societária impulsionando o resultado e ofuscando o efeito da queda em dados operacionais devido a maiores despesas. Em teleconferência, executivos da empresa previram estabilidade de margem e crescimento de dois dígitos na receita em 2018.

- PETROBRAS PN caiu 5,34 por cento e PETROBRAS ON perdeu 4,59 por cento, contaminado pelo mau humor predominante no mercado e em sessão negativa também para os preços do petróleo no mercado internacional.

- VALE ON recuou 2,39 por cento, após três pregões seguidos de ganhos, quando acumulou alta de 7 por cento. O movimento deste pregão vinha na contramão dos contratos do minério de ferro na China.

- USIMINAS PNA perdeu 8,68 por cento, GERDAU PN caiu 3,56 por cento e CSN ON teve desvalorização de 4,29 por cento, cedendo ao pessimismo que atingiu o mercado como um todo.

- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 2,38 por cento e BRADESCO PN perdeu 3,05 por cento, ajudando a pressionar o índice devido ao peso desses papéis em sua composição.

- LOCALIZA ON subiu 5,35 por cento, liderando a ponta positiva do Ibovespa, após reportar resultado do terceiro trimestre, com lucro líquido ajustado recorde de 139,5 milhões de reais.

- ELETROBRAS ON avançou 2,41 por cento e ELETROBRAS PNB ganhou 1,29 por cento, ampliando o desempenho positivo da véspera, em meio à expectativa pelo avanço no processo de privatização.

 

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