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Ibovespa cai 1,5% com queda no exterior e ameaça ao risco fiscal; Vale puxa baixa

Expectativa de juro mais alto nos EUA cresce com aproximação de reunião do Fed enquanto, no Brasil, fiscal continua a preocupar

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 8 de junho de 2022 às 17h31.

Ibovespa hoje : a bolsa brasileira recua nesta quarta-feira, 8, pressionada por três fatores: queda da Vale, risco fiscal e um ambiente negativo no mercado internacional. Como pano de fundo da maior cautela no exterior estão apostas de altas de juro mais fortes nos Estados Unidos, com rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro americano voltando a superar 3%.

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A retomada do patamar, o mais alto desde o início de maio, ocorre a uma semana da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), na próxima quarta. Índices de Nova York operam em queda.

Perdas também são registradas no mercado europeu, mesmo após o PIB do primeiro trimestre da Zona do Euro ter sido revisada para cima, de 0,3% de alta para 0,6% e de 5,1% para 5,4% na comparação anual. No radar, está a decisão do Banco Central Europeu (BCE), prevista para esta quinta-feira, 9.

O preço do petróleo, que volta a ser negociado acima de US$ 121 por barril, contribui para aumentar o temor com a inflação global. A combinação de fatores derruba as bolsas americanas e europeias.

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Por aqui, a principal força negativa vem da Vale (VALE3). A mineradora, que tem a ação com maior participação na carteira teórica do índice, opera em queda de olho na China. Após saltar ontem com a expectativa de reabertura no país, hoje os papéis acompanham o enfraquecimento do rali do minério de ferro.

Siderúrgicas, também dependentes do preço do minério, acompanham as perdas e ficam entre as maiores quedas do Ibovespa no dia.

Outra preocupação dos investidores por aqui é o cenário fiscal. Para conter o preço dos combustíveis em ano eleitoral, o governo defende a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis em até 17% – medida contestada pelos governos estaduais, que pedem contrapartida do governo federal. O temor do mercado é que a medida aumente os gastos da União em troca de um alívio na inflação no curto prazo.

Na véspera, as preocupações fiscais impulsionaram o dólar em mais de 1,6%. Nesta quarta, a moeda americana volta a subir e encerrou o dia negociada perto da marca dos R$ 4,90.

A Petrobras (PETR3/PETR4) também continua no olho do furacão. Nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a estatal, dizendo que o momento pede colaboração. “Infelizmente, não temos um entendimento com a Petrobras. As grandes petrolíferas baixaram a sua margem de lucro. Aqui, se faz o contrário", afirmou.

As ações da petroleira encerraram o dia de lado, sem conseguir acompanhar a alta do petróleo no mercado internacional.

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