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Ibovespa avança mais de 1% aguardando votação da Previdência na CCJ

Às 11:24, o Ibovespa subia 1,31 por cento, a 95.826,23 pontos

B3: Ibovespa subia no pregão desta terça-feira, 23 (MicroStockHub/Getty Images)

B3: Ibovespa subia no pregão desta terça-feira, 23 (MicroStockHub/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 23 de abril de 2019 às 10h15.

Última atualização em 23 de abril de 2019 às 13h47.

São Paulo — O tom positivo prevalecia na bolsa paulista nesta terça-feira, 23, com o Ibovespa recuperando o patamar dos 96 mil pontos no melhor momento, em meio a expectativas de avanço no andamento da reforma da Previdência e tendo de pano de fundo um viés relativamente benigno em Wall Street.

Às 11:24, o Ibovespa subia 1,31 por cento, a 95.826,23 pontos. Na máxima até o momento, o Ibovespa subiu a 96.088,34 pontos. O volume financeiro somava 3,16 bilhões de reais.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados reúne-se nesta tarde para analisar - e possivelmente votar - novo parecer pela admissibilidade da reforma da Previdência, que deve trazer alterações negociadas com parlamentares nos últimos dias

O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, explicou mais cedo que prosseguem as tratativas sobre o texto e que uma definição deve acontecer até meio-dia.

De acordo com reportagens publicadas na imprensa brasileira, entre as mudanças, o governo aceitou retirar da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) o fim do pagamento da multa sobre o FGTS para aposentados e a possibilidade de alterar por projeto de lei a idade da aposentadoria compulsória.

Ainda de acordo com as matérias, a equipe econômica aceitou as mudanças, mas elas não impactam o objetivo do governo de economizar 1,16 trilhão de reais em uma década com a reforma.

A equipe da Ágora Investimentos também cita como mais um componente positivo o noticiário de que caminhoneiros desistiram de nova paralisação após negociações com o governo.

No exterior, as bolsas dos Estados Unidos oscilavam no azul, ajudadas pelo avanço de ações de tecnologia e resultados corporativos animadores de várias empresas, entre elas a Coca-Cola. O S&P 500 subia 0,3 cento. Também o petróleo avançava no mercado externo.

Destaques

- GOL valorizava-se 5 por cento após declinar 10,8 por cento em abril até a véspera, com agentes financeiros atentos ao envolvimento da área em leilão de ativos da Avianca Brasil, que está em recuperação judicial. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também divulgou que a demanda por voos domésticos no Brasil em março subiu 3,40 por cento, enquanto a oferta aumentou 2,23 por cento.

- CIELO avançava 4,6 por cento, após fechar na mínima desde fevereiro de 2012 na véspera, com papel sendo pressionado pelo aumento da competição no setor de meios de pagamentos. Apenas em abril, a ação acumulava até a segunda-feira perda de 15,5 por cento. A Cielo divulga balanço após o fechamento do pregão.

- BRF subia 4,9 por cento, também entre as maiores altas, conforme o setor de proteínas continua beneficiado por perspectivas de aumento de vendas para a China em razão do surto de peste suína africana naquele país. JBS e MARFRIG avançavam 3,9 e 2,8 por cento. Minerva tinha valorização de 4,2 por cento.

- NATURA cedia 1,2 por cento, entre as poucas quedas da sessão, tendo de pano de fundo expectativas relacionadas a uma possível aquisição da Avon pela fabricante brasileira de cosméticos.

- PETROBRAS PN tinha acréscimo de 1,5 por cento, favorecida também pela alta do petróleo no exterior.

- VALE subia 0,9 por cento, destoando do movimento mais fraco de outras mineradoras no exterior.

- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 1,5 por cento, com o setor de bancos como todo favorecido pelo tom mais positivo na bolsa, com BRADESCO PN também em alta de 1,5 por cento, BANCO DO BRASIL subindo 1,6 por cento e SANTANDER BRASIL com acréscimo de 0,9 por cento.

Dólar

São Paulo — O dólar avançava ante o real nesta terça-feira, 23, acompanhando o movimento externo antes da votação da admissibilidade da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, prevista para começar às 14h30.

Às 12:10, o dólar avançava 0,22 por cento, a 3,9415 reais na venda.

Na véspera, a divisa norte-americana fechou com variação positiva de 0,08 por cento, a 3,9328 reais na venda.

O dólar futuro tinha variação positiva de 0,08 por cento neste pregão.

A análise do novo parecer pela admissibilidade da reforma da Previdência na CCJ nesta tarde concentra a atenção de investidores neste pregão, que optam por manter a cautela antes da votação.

"Investidores estão 'vacinados' e preparados para eventuais contratempos por parte da oposição, que ainda ontem sofreu uma derrota no STF, instância que negou ação do PSB pela suspensão da votação da PEC em questão", afirmou a corretora H.Commcor, em nota.

O governo ainda não fechou um acordo com partidos do chamado centrão quanto aos pontos que serão modificados na reforma da Previdência antes da votação do texto na CCJ, e a expectativa é de uma definição no início da tarde.

Enquanto não há decisão na CCJ, o que pode ocorrer apenas após o fechamento do mercado, e na ausência de outros fatores internos que possam fazer preço, investidores locais se voltam para o exterior e as negociações passam a acompanhar o movimento externo, explicou o analista de câmbio da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva Filho.

"Um fator importante que não está nas notícias é o desconto que o euro está tendo (ante o dólar) em função das sessões em que os mercados ficaram fechados por lá", disse o analista.

"Além disso, esse movimento vem sendo potencializado pelo exterior negativo no dia de hoje. Há um sentimento de aversão ao risco", afirmou ele, citando a decisão dos Estados Unidos de encerrar as isenções sobre as exportações de petróleo do Irã.

O dólar avançava cerca de 0,4 por cento ante uma cesta de moedas, enquanto o euro perdia 0,4 por cento contra o dólar.

O Banco Central vendeu o lote integral de 5.350 contratos de swap cambial tradicional ofertados nesta segunda-feira em operação de rolagem do vencimento maio. Em 16 leilões neste mês, o BC já vendeu 4,280 bilhões de dólares nesses contratos. O lote a expirar em 2 de maio é de 5,343 bilhões de dólares.

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