Ibovespa avança ajudado por JBS em pregão sem Wall Street
Índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 0,47%, a 89.039,79 pontos
Reuters
Publicado em 5 de dezembro de 2018 às 18h12.
Última atualização em 5 de dezembro de 2018 às 19h03.
São Paulo - O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, 5, em sessão marcada por menor liquidez diante da ausência de negócios em Wall Street , com JBS entre os destaques de alta após troca do comando da empresa, enquanto Petrobras teve sessão volátil em meio a noticiário vigoroso, que incluiu plano de negócios.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,47 por cento, a 89.039,79 pontos. O volume no pregão somou 8,75 bilhões de reais, ante média diária no ano de 12 bilhões de reais.
O mercado nos Estados Unidos esteve fechado em razão do luto pela morte do ex-presidente norte-americano George H.W. Bush, na última sexta-feira.
Para o gestor Frederico Mesnik, sócio-fundador da Trígono Capital, houve uma recuperação após o estresse da véspera. Mas agentes de mercado seguem receosos com o noticiário recente de Brasília, como potencial fatiamento da reforma da Previdência e impasse sobre a questão da cessão onerosa. "O mercado está cansado do amadorismo e de politicagem", afirmou. De acordo com ele, a ausência de definições ajuda a manter estrangeiros de fora da bolsa brasileira. "Todo mundo espera o novo governo e as medidas iniciais", disse.
A área de gestão de recursos do BTG Pactual citou que investidores estrangeiros mostraram otimismos com o Brasil, mas sabem da necessidade de aprovação de algumas reformas, o que faz com que fiquem aguardando alguma definição, como o ritmo e intensidade que elas acontecerão.
Dados da B3 mostraram entrada de 1,2 bilhão de reais no segmento Bovespa no último dia 3, mas o saldo no ano segue negativo em mais de 8 bilhões de reais. Em novembro, houve saída líquida de 3,6 bilhões de reais.
Na visão do gestor Marco Tulli, da mesa de Bovespa da Coinvalores, o mercado deveria estar mais fraco em razão da falta de avanço nas discussões sobre reformas. "Isso acaba derrubando as expectativas".
Destaques
- JBS avançou 5,49 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, após nomeação de Gilberto Tomazoni como novo presidente-executivo. Em teleconferência, o ele afirmou que a maior processadora de carnes do mundo tem como prioridade melhorar as margens e que a listagem de operações da companhia nos Estados Unidos continua sendo uma das principais prioridades do grupo, mas "no momento adequado".
- PETROBRAS PN encerrou em alta de 0,87 por cento, após passar o pregão trocando de sinal, marcado pelo plano de negócios para 2019-23, período no qual prevê investir 84,1 bilhões de dólares; e noticiário mostrando o impasse nas negociações sobre a questão da cessão onerosa. Também ocupou a atenção nova fase da operação Lava Jato envolvendo a área de trading da empresa.
- BRASKEM PNA caiu 3,15 por cento, engatando o quarto pregão seguido de perdas. Desta vez, o foco foi o plano de negócios da sócia Petrobras, que prevê reposicionamento da estatal na área de refino. A equipe do Itaú BBA citou que tal sinalização pode gerar dúvidas sobre o desinvestimento da sua fatia na Braskem.
- COSAN recuou 2,97 por cento, no segundo pregão de baixa, após subir mais de 2 por cento na segunda-feira.
- ITAÚ UNIBANCO PN teve acréscimo de 0,06 por cento, enquanto BRADESCO PN cedeu 0,05 por cento, SANTANDER BRASIL UNIT subiu 1,22 por cento e BANCO DO BRASIL valorizou-se 1,01 por cento.
- CYRELA avançou 2,64 por cento, ampliando ganhos no final, após a Câmara dos Deputados aprovar o projeto que regulamenta direitos e deveres nos casos de rompimento de contratos de compra de imóveis, o distrato, antiga demanda da indústria de construção. O texto vai à sanção presidencial.
- GRUPO PÃO DE AÇÚCAR PN caiu 1,34 por cento. A varejista teve encontro com analistas e investidores, no qual anunciou aumento dos investimentos no próximo ano para até 1,8 bilhão de reais, com o foco principalmente na expansão orgânica e na conversões de lojas.