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Ibovespa salta 2% e retoma os 116 mil pontos com Powell; dólar cai 0,6%

Nos EUA, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam em alta após Fed manter promessa de juro perto de zero até 2023

A elevação da Selic já é dada como certa pelo mercado diante do aumento das expectativas de inflação e da desvalorização cambial (Germano Lüders/Exame)
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Beatriz Quesada

Publicado em 17 de março de 2021 às 09h12.

Última atualização em 17 de março de 2021 às 17h21.

Quadro geral do dia:


O Ibovespa fechou em alta de 2,2% nesta quarta-feira, 17, em 116.549 pontos, próximo da máxima do dia (em 116.736 pontos), após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reforçar que vê a inflação como temporária e repetir a promessa de manter os juros perto de zero pelo menos até 2023.

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O dólar comercial, por sua vez, que chegou a subir mais de 1% na máxima do dia, virou para o terreno negativo. A moeda encerrou com queda de 0,59%, cotada em 5,58 reais, perto da mínima do dia (em 5,57 reais).

Em Wall Street, os três principais índices acionários avançaram na esteira da fala de Powell. O Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq registraram ganhos de 0,58%, 0,29% e 0,40%, respectivamente.

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No comunicado do Fomc (Federal Open Market Committee) divulgado hoje à tarde, o banco central americano manteve a taxa de juros entre zero e 0,25%.O Fed também revisou para cima suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Para 2021, a estimativa passou de 4,2% para 6,5%, enquanto, para 2022, subiu de 3,2% para 3,3%.

Em coletiva com a imprensa, Powellgarantiu que o banco central americano irá avisar o mercado com antecedência em relação à qualquer redução no programa de compras e reforçou que a política monetária irá permanecer nos moldes atuais até que seja alcançado um "progresso substancial" em direção aos objetivos de pleno emprego e estabilidade de preços.

No Brasil, o mercado espera ainda pela decisão do Comitê de Política Monetária ( Copom ) após o fechamento do pregão.

A junção das duas importantes decisões em um único dia é conhecida no mercado como “Super Quarta”.

Mais cedo, o Ibovespa também refletia algumas notícias positivas no campo da vacinação. O Instituto Butantã entregou hoje outras 2 milhões de doses da Coronavac e ogovernador de São Paulo, João Doria, anunciou um conjunto de medidas para recuperar a economia do estado, como a redução de impostos e maior disponibilidade de crédito aos microempresários.

“É um fator positivo em meio ao crescente e preocupante dados de aumento de casos e óbitos na pandemia da Covid-19, e internações apontando para um colapso no Brasil. Fica claro que para aumentar as restrições e isolamento das pessoas o governo precisa dar o maior suporte possível para as pessoas e empresas”, afirma Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos.

Ontem o Brasil bateu um novo recorde e registrou o maior número de mortes em 24h: 2.841. Segundo a Fiocruz, 24 Estados e o Distrito Federal têm taxas de ocupação dos leitos de UTI para a covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS) iguais ou superiores a 80%.

Com a melhora do humor do mercado, só nove das 82 ações do Ibovespa fecharam em queda hoje. Lideraram as perdas os papéis da Hapvida (HAPV3), NotreDame Intermédica (GNDI3), que reportou resultado do quarto trimestre, e Eneva (ENEV3), com baixas de 2,39%, 1,43% e 0,95%, respectivamente.

Segundo analistas da Ativa Investimentos, as ações de Intermédica sofrem após divulgação de resultados por conta de uma visão do mercado de que está ocorrendo uma maior dependência de crescimento via aquisições da empresa do que de forma orgânica – sem adição de capital.

"Olhando para a queda de Hapvida, podemos observar que por conta de um aumento na sinistralidade nos resultados de Intermédica, o mercado pode estar precificando que esse problema também deverá estar presente nos resultados de Hapvida, que serão reportados no dia 19 de março", comentaram.

Do outro lado, as maiores altas ficaram com SulAmérica (SULA11), JHSF (JHSF3) e Cosan (CSAN3), com ganhos de 9,87%, 7,62% e 7,37%.

Projeções para decisão do Copom

Por aqui, a elevação da taxa básica de juros, a Selic , já é dada como certa pelo mercado diante do aumento das expectativas de inflação e da desvalorização cambial.

O consenso dos analistas para a Selic aposta em um aumento de 0,50 ponto percentual, elevando a taxa de juros para 2,5% ao ano. Existem, porém, algumas projeções para taxas ainda mais agressivas até 2,75% ao ano.

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