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Ibovespa cai pelo 6º pregão seguido e tem maior sequência negativa em 8 meses

Índice tocou a mínima do ano após falas do presidente do Banco Central; para Campos Neto, as incertezas aumentaram

Ibovespa: bolsa volta a subir após dias consecutivos de queda (Germano Luders/Exame)

Ibovespa: bolsa volta a subir após dias consecutivos de queda (Germano Luders/Exame)

Publicado em 17 de abril de 2024 às 10h29.

Última atualização em 27 de maio de 2024 às 11h39.

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O Ibovespa fechou em queda de 0,17%, a 124.171 pontos nesta quarta-feira, 17. Foi o sexto pregão consecutivo de queda, a maior sequência negativa desde agosto. No pregão de hoje, o índice foi ao menor patamar do ano ao tocar 123.642 pontos, após falas duras do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Já o dólar fechou em queda de 0,5% a R$ 5,24, quebrando a série de seis altas seguidas. Apesar da queda, o patamar é o segundo mais alto do ano, atrás apenas do fechamento de ontem.

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  • IBOV: -0,17%, aos 124.171 pontos
O presidente do BC reafirmou que as questões fiscais tendem a se tornar uma discussão cada vez mais presente em nível global. No Brasil, ele afirmou que as incertezas aumentaram desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e que esses riscos podem afetar o ritmo ou paralisar a queda da taxa de juros no Brasil.
Segundo ele, a maior parte dessa incerteza, que afetou o preço dos ativos no Brasil, decorre da interpretação de que a queda de juros nos Estados Unidos deve ocorrer no fim do ano ou ficar para 2025. E, em menor parte, a piora do ambiente no Brasil decorre da mudança da meta fiscal.

A queda acentuada nos dois primeiros dias desta semana está atrelada a mudança na meta fiscal. Na segunda, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) foi enviado ao Congresso e não agradou o mercado. Um ponto de destaque foi a flexibilização das metas fiscais previstas para o período entre 2025 e 2028.

No ano passado, a previsão era de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Com a mudança, a nova estimativa é de déficit zero para 2025. Quando questionado sobre a disparada do dólar, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu grande parte ao cenário externo.

Exterior negativo

Apesar das preocupações internas, a maior aversão ao risco no exterior também teve impactos negativos. Nos Estados Unidos, o S&P 500 caiu 0,62% e chegou ao quarto pregão seguido de queda. As perdas tem como pano de fundo temores geopolíticos e a perspectiva de que os juros americanos terão que se manter elevados por mais tempo.

Na véspera, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, disse entender o impacto da política monetária americana na economia global, mas defendeu que o melhor que o Fed pode fazer para o mundo é garantir a estabilidade de preços.

Powell afirmou que levará mais tempo para o banco central americano obter a confiança necessária para reduzir os juros, devido aos dados recentes da inflação acima do esperado. Hoje, por lá, terá a divulgação do Livro Bege, um documento que apresenta o panorama econômico dos 12 distritos do Fed e pode trazer mais elementos sobre o futuro dos juros nos EUA.

As tensões no Oriente Médio também movimentaram o dia. O Irã disse que está se preparando para um ataque de retaliação de Israel em seu território ou no de aliados. Segundo o governo do país, sua força aérea está se arquitetando para enfrentar ataques e sua marinha pode começar a escoltar navios comerciais iranianos no Mar Vermelho.

O conflito impacta diretamente o preço do petróleo, já que o Irã é o terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), extraindo 4,3 milhões de barris por dia. As negociações, no entanto, caminham para fechar esta quarta com o petróleo em queda de mais de 2%, próximo de US$ 87,50.

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