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História mostra que maiores ganhos vêm das bolsas emergentes

Nos últimos 20 anos, nove entre os 10 índices acionários de melhor desempenho acompanham países em desenvolvimento, de acordo com os números

Emergentes: os investidores também embolsam mais dinheiro nos mercados emergentes e de fronteira após ajuste para o risco de volatilidade (freedarst/Thinkstock)

Emergentes: os investidores também embolsam mais dinheiro nos mercados emergentes e de fronteira após ajuste para o risco de volatilidade (freedarst/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 15h45.

Londres - Quem quiser taxa de retorno superior em seus investimentos em ações ano após ano não pode evitar os mercados emergentes.

Os 10 índices acionários que proporcionaram aos investidores globais os melhores retornos em 2016 acompanham mercados emergentes ou de fronteira, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Não foi uma exceção. Nos últimos 20 anos, nove entre os 10 índices acionários de melhor desempenho acompanham países em desenvolvimento, de acordo com os números.

Os investidores geralmente consideram os emergentes mais arriscados porque suas taxas de retorno maiores vêm junto com maior volatilidade e turbulência cambial.

Os dados colocam esse entendimento em xeque. As bolsas emergentes permanecem no topo do ranking mesmo quando seus ganhos são convertidos em dólares.

Os investidores também embolsam mais dinheiro nos mercados emergentes e de fronteira após ajuste para o risco de volatilidade.

“O que os dados mostram é que nossos pré-conceitos frequentemente estão errados”, disse Julian Mayo, que ajuda a supervisionar US$ 2 bilhões como codiretor de investimentos da Charlemagne Capital, em Londres.

“O pensamento de longa data é que os mercados emergentes são mais arriscados e menos resistentes do que os mercados desenvolvidos. Esses dados demonstram que não é sempre o caso.”

Há sinais de que as nações em desenvolvimento podem continuar superando a concorrência em 2017, pois são responsáveis por nove entre as 10 melhores taxas de retorno em dólares neste começo de ano.

Os mercados emergentes vão se beneficiar com a expectativa de um quadro de lucros maiores, maior diferencial de crescimento em relação aos países ricos e maior disciplina das empresas em seus investimentos, de acordo com Mayo.

Em 2016, o mercado acionário brasileiro foi o melhor em dólares, com alta de 69 por cento. Ajustando o retorno para a volatilidade, o campeão foi o Cazaquistão, seguido do Paquistão, que neste ano será promovido pela MSCI de mercado de fronteira a mercado emergente.

Esses dois países, juntamente com Peru, Rússia, Marrocos e Bulgária, entraram nos dois rankings.

A última vez em que os países ricos dominaram a lista de vencedores em renda variável foi em 1998, quando os emergentes enfrentavam as consequências da moratória da Rússia e da crise cambial na Ásia.

Naquele ano, a bolsa que proporcionou maior retorno em dólares foi a da Grécia, depois rebaixada a mercado emergente pela MSCI em 2013.

Mayo alerta para equívocos na interpretação dos dados: os números mostram que os mercados acionários de melhor desempenho são em sua maioria emergentes, e não que todo país emergente tem desempenho superior.

De fato, os mesmos dados mostram que os piores mercados também são aqueles em desenvolvimento.

Mesmo após o desempenho superior registrado em 2016, os múltiplos das ações de companhias de países em desenvolvimento permanecem atraentes e devem conquistar investidores neste ano, disse Mayo.

O MSCI Emerging Markets Index é negociado por 12,1 vezes os lucros projetados para suas componentes. É 26 por cento a menos do que a razão entre preço e lucro do MSCI World Index. “É um desconto justo”, afirmou Mayo.

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