Grandes economias têm US$ 7,6 tri em dívida vencendo em 2012
O país com maior dívida é o Japão, após o desastre do terremoto de março de 2011
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2012 às 12h41.
Londres - Os governos das maiores economias do mundo têm mais de US$ 7,6 trilhões em vencimentos de dívida este ano. E a maior parte deles enfrenta um aumento nos custos de financiamento.
Liderado pelos US$ 3 trilhões do Japão e pelos US$ 2,8 trilhões dos Estados Unidos, o montante de dívida a vencer dos países do Grupo dos Sete, além de Brasil, Rússia, Índia e China é maior do que os US$ 7,4 trilhões apurados no mesmo período do ano passado, segundo dados compilados pela Bloomberg. O rendimento dos títulos de 10 anos será maior até o final do ano para pelo menos sete países, mostram as projeções.
Os investidores devem exigir uma compensação maior para emprestar aos países que lutam para financiar a dívida crescente em meio à desaceleração global, segundo a pesquisa. O Fundo Monetário Internacional cortou sua estimativa de crescimento mundial este ano, de 4,5 por cento para 4 por cento, diante do agravamento da crise de dívida europeia, dos esforços dos EUA para reduzir o déficit fiscal que passa de US$ 1 trilhão e do desaquecimento do mercado imobiliário chinês.
“O excesso de oferta pode ser uma preocupação”, disse em entrevista por telefone em 28 de dezembro Stuart Thomson, gestor de recursos da Ignis Asset Management Ltd. em Glasgow, que administra US$ 121 bilhões. “Em vez de o começo do ano ser um problema, é o meio do ano que se tornará um problema. É quando veremos a desaceleração da economia global tendo seu maior impacto.”
Disputa por compradores
A quantia que precisa ser refinanciada aumenta para mais de US$ 8 trilhões quando os pagamentos de juros são incluídos. A disputa para encontrar compradores está se aquecendo, depois que a Standard & Poor’s rebaixou no ano passado a nota de crédito dos EUA de AAA para AA+ e colocou 15 países europeus em avaliação para possível rebaixamento.
“É um número grande e obviamente, como muitos governos têm uma situação de déficit, a dívida continua a crescer e esse é um dos maiores problemas”, disse Elwin de Groot, economista do Rabobank Nederland em Utrecht, Holanda, em entrevista em 27 de dezembro.
Enquanto a maior parte dos maiores devedores mundiais teve poucos problemas para financiar suas dívidas em 2011, com o índice Global Sovereign Broad Market Plus do Bank of America Merrill Lynch ganhando 6,1 por cento, a maior alta desde 2008, isso pode mudar.
Em 29 de dezembro, a Itália vendeu em leilão 7 bilhões de euros (US$ 9,1 bilhões), menos do que os US$ 8,5 bilhões esperados. Com a economia entrando em sua quarta recessão desde 2001, o governo do primeiro-ministro Mario Monti precisa refinanciar cerca de US$ 428 bilhões em títulos que vencem ao longo deste ano, a terceira maior quantia, além de mais US$ 70 bilhões em pagamentos de juros, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Alta de custos
Os custos de financiamento para os países do G-7 aumentarão até 39 por cento em 2011, segundo estimativas baseadas nos rendimentos dos títulos de 10 anos por economistas e estrategistas ouvidos pela Bloomberg em pesquisas separadas. O rendimento dos bônus de 10 anos da China pode permanecer estável, enquanto os da Índia devem cair de 8,39 por cento para 8,02 por cento. A pesquisa não incluiu estimativas para Rússia e Brasil.
Depois da Itália, a França tem a maior quantia de dívida a vencer, US$ 367 bilhões, seguida pela Alemanha, com US$ 285 bilhões. O Canadá tem US$ 221 bilhões, o Brasil possui US$ 169 bilhões, Reino Unido tem US$ 165 bilhões, China tem US$ 121 bilhões e a Índia, US$ 57 bilhões. A Rússia possui a menor quantia a vencer, US$ 13 bilhões.
A elevação dos custos de financiamento levou Grécia, Portugal e Irlanda a buscarem ajuda da União Europeia e do FMI. O rendimentos dos títulos italianos de 10 anos superou 7 por cento no mês passado, nível que antecedeu o pedido de ajuda por esses três outros países.
A seguir uma tabela com títulos, resgates e pagamentos de juros em 2012 do Grupo dos Sete países, Brasil, China, Índia e Rússia, em dólares, usando dados calculados pela Bloomberg até 29 de dezembro:
País | Bônus 2012, resgates (US$) | Pagamento de cupom |
---|---|---|
Japão | 3 trilhões | 117 bilhões |
EUA | 2,783 trilhões | 212 bilhões |
Itália | 428 bilhões | 72 bilhões |
França | 367 bilhões | 54 bilhões |
Alemanha | 285 bilhões | 45 bilhões |
Canadá | 221 bilhões | 14 bilhões |
Brasil | 169 bilhões | 31 bilhões |
Reino Unido | 165 bilhões | 67 bilhões |
China | 121 bilhões | 41 bilhões |
Índia | 57 bilhões | 39 bilhões |
Rússia | 13 bilhões | 9 bilhões |
Londres - Os governos das maiores economias do mundo têm mais de US$ 7,6 trilhões em vencimentos de dívida este ano. E a maior parte deles enfrenta um aumento nos custos de financiamento.
Liderado pelos US$ 3 trilhões do Japão e pelos US$ 2,8 trilhões dos Estados Unidos, o montante de dívida a vencer dos países do Grupo dos Sete, além de Brasil, Rússia, Índia e China é maior do que os US$ 7,4 trilhões apurados no mesmo período do ano passado, segundo dados compilados pela Bloomberg. O rendimento dos títulos de 10 anos será maior até o final do ano para pelo menos sete países, mostram as projeções.
Os investidores devem exigir uma compensação maior para emprestar aos países que lutam para financiar a dívida crescente em meio à desaceleração global, segundo a pesquisa. O Fundo Monetário Internacional cortou sua estimativa de crescimento mundial este ano, de 4,5 por cento para 4 por cento, diante do agravamento da crise de dívida europeia, dos esforços dos EUA para reduzir o déficit fiscal que passa de US$ 1 trilhão e do desaquecimento do mercado imobiliário chinês.
“O excesso de oferta pode ser uma preocupação”, disse em entrevista por telefone em 28 de dezembro Stuart Thomson, gestor de recursos da Ignis Asset Management Ltd. em Glasgow, que administra US$ 121 bilhões. “Em vez de o começo do ano ser um problema, é o meio do ano que se tornará um problema. É quando veremos a desaceleração da economia global tendo seu maior impacto.”
Disputa por compradores
A quantia que precisa ser refinanciada aumenta para mais de US$ 8 trilhões quando os pagamentos de juros são incluídos. A disputa para encontrar compradores está se aquecendo, depois que a Standard & Poor’s rebaixou no ano passado a nota de crédito dos EUA de AAA para AA+ e colocou 15 países europeus em avaliação para possível rebaixamento.
“É um número grande e obviamente, como muitos governos têm uma situação de déficit, a dívida continua a crescer e esse é um dos maiores problemas”, disse Elwin de Groot, economista do Rabobank Nederland em Utrecht, Holanda, em entrevista em 27 de dezembro.
Enquanto a maior parte dos maiores devedores mundiais teve poucos problemas para financiar suas dívidas em 2011, com o índice Global Sovereign Broad Market Plus do Bank of America Merrill Lynch ganhando 6,1 por cento, a maior alta desde 2008, isso pode mudar.
Em 29 de dezembro, a Itália vendeu em leilão 7 bilhões de euros (US$ 9,1 bilhões), menos do que os US$ 8,5 bilhões esperados. Com a economia entrando em sua quarta recessão desde 2001, o governo do primeiro-ministro Mario Monti precisa refinanciar cerca de US$ 428 bilhões em títulos que vencem ao longo deste ano, a terceira maior quantia, além de mais US$ 70 bilhões em pagamentos de juros, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Alta de custos
Os custos de financiamento para os países do G-7 aumentarão até 39 por cento em 2011, segundo estimativas baseadas nos rendimentos dos títulos de 10 anos por economistas e estrategistas ouvidos pela Bloomberg em pesquisas separadas. O rendimento dos bônus de 10 anos da China pode permanecer estável, enquanto os da Índia devem cair de 8,39 por cento para 8,02 por cento. A pesquisa não incluiu estimativas para Rússia e Brasil.
Depois da Itália, a França tem a maior quantia de dívida a vencer, US$ 367 bilhões, seguida pela Alemanha, com US$ 285 bilhões. O Canadá tem US$ 221 bilhões, o Brasil possui US$ 169 bilhões, Reino Unido tem US$ 165 bilhões, China tem US$ 121 bilhões e a Índia, US$ 57 bilhões. A Rússia possui a menor quantia a vencer, US$ 13 bilhões.
A elevação dos custos de financiamento levou Grécia, Portugal e Irlanda a buscarem ajuda da União Europeia e do FMI. O rendimentos dos títulos italianos de 10 anos superou 7 por cento no mês passado, nível que antecedeu o pedido de ajuda por esses três outros países.
A seguir uma tabela com títulos, resgates e pagamentos de juros em 2012 do Grupo dos Sete países, Brasil, China, Índia e Rússia, em dólares, usando dados calculados pela Bloomberg até 29 de dezembro:
País | Bônus 2012, resgates (US$) | Pagamento de cupom |
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Japão | 3 trilhões | 117 bilhões |
EUA | 2,783 trilhões | 212 bilhões |
Itália | 428 bilhões | 72 bilhões |
França | 367 bilhões | 54 bilhões |
Alemanha | 285 bilhões | 45 bilhões |
Canadá | 221 bilhões | 14 bilhões |
Brasil | 169 bilhões | 31 bilhões |
Reino Unido | 165 bilhões | 67 bilhões |
China | 121 bilhões | 41 bilhões |
Índia | 57 bilhões | 39 bilhões |
Rússia | 13 bilhões | 9 bilhões |