Governo garante rating da Petrobras, avalia S&P
Apesar disso, agência avalia que espera um deterioramento das métricas de crédito da estatal
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2010 às 21h52.
São Paulo - O adiamento do processo de capitalização da Petrobras e o plano de investimentos de 224 bilhões de dólares até 2014 não afetam o rating da Petrobras, afirmou a agência de classificação de risco Standard and Poor's em nota publicada na noite desta sexta-feira (25). O atual rating da empresa na agência é BBB-, com perspectiva estável.
Segundo a agência, o perfil de crédito da estatal reflete um perfil de risco de negócio satisfatório e um perfil de risco financeiro intermediário. Além disso, a agência destaca que a relação com o governo brasileiro garante a probabilidade "bastante alta" de o governo dar suporte extraordinário, caso necessário.
Apesar disso, os analistas Reginaldo Takara e Milena Zaniboni, que assinam o texto, fizeram ressalvas. "Nossa expectativa tem sido a de que as métricas de crédito da Petrobras se deteriorem, dado o aumento em sua dívida para financiar o agressivo plano de expansão, uma tendência que se reforça ainda mais sob a premissa de investimentos ainda maiores", diz o comunicado.
"Estamos monitorando as implicações que a revisão da estratégia da empresa terá sobre sua estrutura de capital e liquidez", destacam os analistas. "Ressaltamos que os vínculos entre a Petrobras e o governo brasileiro têm incrementado significativamente, tanto em termos de capitação de recursos (funding), quanto de governança", encerra o texto.
A Petrobras decidiu adiar para setembro a enorme oferta pública de ações que programava levar a mercado em meados de julho. A oferta foi adiada devido à expectativa de que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) só tenha em agosto o laudo sobre o valor estimado do barril de petróleo das reservas que deverão ser utilizadas pela União em uma troca indireta por ações da Petrobras, a chamada cessão onerosa.
A agência Fitch também disse esta semana que não pretende alterar os ratings da Petrobras.