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Gestora brasileira monta estratégia para lucrar com embate entre Musk e Twitter (TWTR34)

Em entrevista ao videocast Clube, da Exame Invest, Fabiano Rios, da Absolute Investimentos, fala sobre a aposta na valorização das ações da empresa de tecnologia

Twitter x Musk: gestora Absolute monta posição de investimentos apostando na compra da rede social pelo bilionário (AFP/AFP)
BA

Bianca Alvarenga

Publicado em 18 de agosto de 2022 às 11h38.

Última atualização em 18 de agosto de 2022 às 18h48.

Na gestão de fundos de investimento, são praticamente infinitas as combinações de estratégia para buscar um bom desempenho. É possível montar posições pensando na valorização e desvalorização de diferentes ativos, de forma com que ciclos de alta e de baixas podem, igualmente, render frutos. No caso da gestora Absolute, uma das apostas da vez é no embate judicial entre o Twitter (TWTR34) e o bilionário Elon Musk.

Em entrevista ao Clube , o videocast da EXAME Invest , Fabiano Rios, sócio-fundador e CIO da gestora disse enxergar uma grande possibilidade de Musk ser obrigado, judicialmente, a honrar a proposta de compra.

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"Achamos que ele abriu a discussão tentando barganhar um desconto sobre o valor pago, porque considerou que, no final das contas, fez uma oferta muito elevada. Mas dentro da árvore de probabilidades, há uma boa chance de o juiz forçar a compra nos termos originais. A probabilidade de um ganho de causa para Musk é de 5 a 10%", estimou Rios.

Elon Musk, fundador e principal acionista das empresas Tesla e SpaceX, fez uma oferta de compra do Twitter em meados de abril, por um valor deUS$ 54,20 por ação, o que representava um valor total de mais de US$ 40 bilhões e um prêmio de cerca de 20%, em relação à cotação da época. Mesmo com um bônus elevado, os acionistas do Twitter resistiram em um primeiro momento, mas no dia 25 de abril anunciaram o acordo para a venda dos papeis.

No entanto, os meses seguintes foram de muitas idas e vindas para o negócio. Em 13 de maio, Musk disse que estava considerando cancelar a oferta, devido à sua preocupação com o número de contas falsas na rede social. A mudança de planos levou o Twitter do céu ao inferno: as ações, que chegaram a ser negociadas acima dos US$ 51 no auge do "cortejo" de Musk, voltaram à casa dos US$ 30 em julho.

Desde então, o discurso oficial do bilionário é o de que ele tem, sim, a intenção de honrar a proposta, desde que o Twitter abra a sua base de dados de usuários, decisão que a rede social disse que não tomará até que a venda seja concluída. Impasse estabelecido, os controladores da empresa decidiram processar Musk para que ele pague, efetivamente, o que prometeu.

Em 12 de julho, argumentando que a estratégia de Elon Musk é “um modelo de hipocrisia” e de “má-fé”, o Twitter entrou com sua ação em um tribunal especializado em direito empresarial no estado de Delaware. O julgamento deve ocorrer em outubro, e se terminar com uma decisão favorável ao Twitter, Musk será obrigado ou a comprar a rede social ou pagar uma multa de US$ 1 bilhão pela desistência.

"Se o juiz decidir por forçar a compra, as ações podem subir 15%. O upside chegou a ser de mais de 25%, mas recentemente as cotações subiram", explicou o gestor da Absolute.

Rios diz que a gestora tem uma posição pequena de alocação na tese, mas que está mais confiante do que a média do mercado. Ele diz que os investidores calculam uma probabilidade de 65% de ganho de causa para o Twitter, enquanto o cálculo da Absolute antecipa uma chance perto de 90%.

A tese está dentro do escopo de uma estratégia que é especialidade de Rios e da Absolute: a arbitragem. A arbitragem de investimentos é um processo adotado por gestores de fundos para buscar assimetria em preços de ativos. No caso da Absolute, o gancho costuma ser uma operação de fusão ou aquisição que pode ampliar o valor futuro das ações de uma empresa.

Além do caso do Twitter, a gestora aposta na valorização dos papeis da SulAmérica, seguradora que está em processo de aquisição pela Rede D'Or.

Confira a entrevista completa de Rios, da Absolute, ao Clube Invest. O trecho sobre a operação envolvendo o Twitter começa no minuto 49.

 

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