Fusões e aquisições batem recorde e alcançam US$ 5 tri em 2021
Houve crescimento de 63% nos volumes, para 5,63 trilhões de dólares até 16 de dezembro
Reuters
Publicado em 20 de dezembro de 2021 às 19h20.
Última atualização em 20 de dezembro de 2021 às 19h28.
A atividade global de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) quebrou recorde histórico em 2021, superando com folga a marca anterior de quase 15 anos atrás.
O valor de fusões e aquisições globalmente ultrapassou em 2021 pela primeira vez os 5 trilhões de dólares. Houve crescimento de 63% nos volumes, para 5,63 trilhões de dólares até 16 de dezembro, de acordo com dados da Dealogic. O resultado é maior do que antigo recorde de 4,42 trilhões de dólares, estabelecido em 2007, ano pré-crise financeira.
"Os balanços patrimoniais corporativos estão incrivelmente saudáveis, com 2 trilhões de dólares em dinheiro apenas nos Estados Unidos — e o acesso a capital continua amplamente disponível a custos historicamente baixos", disse Chris Roop, que cochefia a parte de fusões e aquisições do J.P. Morgan.
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Empresas dos setores de tecnologia e saúde, que normalmente representam a maior parcela do mercado de M&A, puxaram a fila novamente em 2021, impulsionadas em parte pela demanda reprimida do ano passado, quando o ritmo de fusões e aquisições caiu para um mínimo de três anos devido às consequências financeiras globais da pandemia de covid-19.
O volume total de negócios nos EUA quase dobrou em 2021, para 2,61 trilhões de dólares, de acordo com a Dealogic. Na Europa, as transações saltaram 47%, para 1,26 trilhão de dólares, enquanto na região Ásia-Pacífico houve aumento de 37%, para 1,27 trilhão de dólares.
"Embora a atividade internacional da China tenha sido modesta, empresas de outros países asiáticos intensificaram a compra de ativos globais. Esperamos ver essa tendência continuar, especialmente para negócios na Europa e nos EUA", disse Raghav Maliah, vice-presidente global da área de banco de investimento do Goldman Sachs.
A disponibilidade de financiamento impulsionou os negócios de private equity, com volumes mais do que o dobrando em relação ao ano passado, para um recorde de 985,2 bilhões de dólares, de acordo com a Dealogic.
Taxas abundantes
Depois de um ano de restrições pela covid-19, os principais bancos de investimento de Wall Street incentivaram seus profissionais a encontrar mais clientes pessoalmente na busca por mandatos mais lucrativos.
"Este ano, devemos ultrapassar os 100 bilhões de dólares em taxas com a operação global do banco de investimentos", disse Berthold Fuerst, codiretor global de fusões e aquisições do Deutsche Bank
É esperado os custos de empréstimos aumentem nos próximos meses, dado que o Federal Reserve, dos EUA, indicou que aumentará as taxas no próximo ano para combater a escalada da inflação. No entanto, os banqueiros esperam que a atividade de de M&A permaneça robusta.