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Fundo de títulos verdes para emergentes se aproxima de US$ 2 bi

O fundo pretende casar os objetivos de investidores e bancos de desenvolvimento que pretendem expandir a economia verde

Fundo Verde: o mercado de títulos verdes como um todo deverá crescer mais de 30% neste ano (Foto/Thinkstock)
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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2017 às 18h52.

Nova York - A Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), membro do Banco Mundial, e a gestora de ativos europeia Amundi planejam levantar até o fim do ano US$ 2 bilhões para aquele que deverá ser o maior fundo de títulos verdes do mundo dedicado aos mercados emergentes.

O fundo pretende casar os objetivos dos investidores que buscam mais oportunidades de alto rendimento e bancos de desenvolvimento que pretendem expandir a economia verde nos mercados emergentes.

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Inicialmente, apenas 10 por cento a 12 por cento do capital do fundo Amundi-IFC será investido em títulos verdes, disse Fred Samama, vice-chefe global de clientes institucionais e soberanos da Amundi, em entrevista.

Instituições como o Banco Mundial estão ansiosas para ver o mercado de títulos pró-meio ambiente crescer mais rapidamente para ajudar a atingir os objetivos climáticos globais.

O mercado de títulos verdes como um todo deverá crescer mais de 30 por cento neste ano, para um recorde de US$ 131 bilhões, segundo a Bloomberg New Energy Finance, mas ainda assim representaria apenas cerca de 0,2 por cento do mercado total de títulos.

“Vemos a oportunidade de oferecer rendimento e diversificação a esses investidores”, disse Jean Marie Masse, diretor de investimentos da IFC, em entrevista.

A IFC informou em abril que investiria até US$ 325 milhões no chamado Green Cornerstone Bond Fund, que comprará títulos verdes emitidos por bancos da África, da Ásia, do Oriente Médio, da América Latina, do Leste Europeu e da Ásia Central. A Amundi levantará o restante dos US$ 2 bilhões com investidores institucionais globais.

O fundo ampliará gradualmente os investimentos em títulos verdes ao longo de sete anos, “caso contrário, precisaríamos comprar todos os títulos verdes na China e na Índia”, disse Samama. Esses dois países foram os que emitiram mais títulos verdes nos mercados emergentes até o momento, sendo a China a maior fonte de títulos verdes do ano passado.

A Amundi e a IFC estão buscando investidores interessados na exposição e no rendimento dos mercados emergentes, mas não no risco que às vezes envolvem. Isto faz parte do apelo dos títulos verdes, que normalmente são de grau de investimento apesar de a classificação soberana de muitos mercados emergentes não ser, disse Masse.

Como a energia solar atualmente está mais barata do que o carvão em algumas partes do mundo e devido ao foco crescente em eficiência energética e infraestrutura de transporte, o mercado de títulos verdes está pronto para explorar setores da economia de rápido crescimento, disse Masse.

Os títulos verdes possuem custos extras de certificação ambiental e normalmente não obtêm preços melhores do que os títulos convencionais, fatores que desencorajaram alguns emissores. Alguns candidatos óbvios, como a Tesla, optaram por não emitir títulos verdes, enquanto a refinaria espanhola Repsol emitiu.

A IFC possui um fundo filantrópico separado destinado a cobrir os custos de certificação das emissões de títulos verdes e ajudará as empresas de mercados emergentes com a documentação dos títulos verdes. A Amundi comprará esses títulos para o fundo apenas se os papéis se encaixarem em seus objetivos de investimento, disse Samama.

O objetivo geral é ver “o que podemos fazer para acelerar essas economias de forma inteligente em relação ao clima”, disse Sean Flannery, consultor sênior da IFC.

-(Gráfico/Bloomberg)

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