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Fundo cobra R$ 150 milhões da LAEP, que alerta pala falência

Segundo a empresa, “não é possível determinar todos os efeitos que decorrerão da execução no tocante à sociedade, seus demais credores e seus acionistas”

No fim do ano passado, a Laep aprovou um aumento de capital de US$ 530 milhões, para US$ 946 milhões, provocando protestos entre os minoritários, que seriam fortemente diluídos (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2013 às 15h02.

A empresa de alimentos e laticínios LAEP Investimentos, dona da marca Parmalat, anunciou hoje que está sendo executada pelo fundo GLG Emerging Market Special Situations Fund por uma dívida de mais de R$ 150 milhões. A ação deu entrada na Justiça de Bermudas e, segundo a LAEP, poderá implicar na liquidação da sociedade.

Segundo a empresa, “não é possível determinar todos os efeitos que decorrerão da execução no tocante à sociedade, seus demais credores e seus acionistas”.

Acrescenta ainda que “caso seja indicado um administrador judicial (provisional liquidator), o mesmo terá por objetivo prioritário a satisfação do crédito” do fundo, “em detrimento dos empregados, dos demais credores e acionistas da sociedade”. A LAEP informa também que a ação não interrompeu as atividades operacionais da empresa.

Trata-se de mais uma confusão envolvendo a dona da estigmatizada marca Parmalat. No fim do ano passado, a Laep aprovou um aumento de capital de US$ 530 milhões, para US$ 946 milhões, provocando protestos entre os minoritários, que seriam fortemente diluídos. A empresa alegou dificuldades financeiras urgentes para fazer o aumento.

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No começo de março, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Ministério Público bloquearam na Justiça os bens do controlador da LAEP, Marcos Elias, e a venda da empresa, que tem sede nas Bermudas, para o grupo Prosperity, empresa angolana controlada pela Companhia Fabril e Comercial de Angola, e que também tem sua sede no paraíso fiscal.

Com a operação, a Laep deixaria de existir e a Prosperity seria sua sucessora em todas as obrigações conjuntas das empresas.

O bloqueio foi pedido pela CVM e pelo MPF dentro de uma ação cautelar para apurar a responsabilidade do empresário em danos causados aos investidores da emissora de BDRs (recibos de ações estrangeiras negociadas no Brasil) da Laep Investments e ao mercado de valores mobiliários como um todo, “tendo em vista indícios de infrações a normas que regem o mercado de valores mobiliários brasileiro e a iminente fusão da Laep com a sociedade Prosperity Overseas”, de Bermuda.


A operação de fusão com a Prosperity foi informada pela empresa ao mercado no dia 18 de fevereiro e estava marcada para ser aprovada em assembleia marcada para dia 7.

A operação chegou a ser aprovada, mas depois, no dia 20, a LAEP informou que a Prosperity havia desistido da fusão, pela “demora e incerteza jurídica que pairava sobre a implementação da fusão”.

A LAEP é sócia da LBR-Lácteos Brasil, responsável pelas marcas Parmalat, Poços de Caldas e Leitbom. Além da LAEP, é também sócio da LBR o laticínio Monticiano Participações, que tem como acionistas a GP Investimentos.

A empresa está em recuperação judicial desde 15 de fevereiro. A sociedade foi formada em 2010 e buscava criar uma líder no setor de laticínios no Brasil, sob as bênçãos do governo via BNDES.

A empresa tem uma dívida de R$ 1 bilhão, sendo o principal credor o BNDES, que fez um aporte de R$ 700 milhões para a criação da LBR. Junto com o pedido de recuperação judicial, a empresa trocou seu presidente por Rami Goldfajn, ex-presidente da Avipal/Eleva e ex-integrante do conselho da BR Foods e sócio da consultoria especializada em recuperação de empresas Galeazzi & Associados.

No fim do ano passado, a LAEP aprovou um aumento de capital de US$ 530 milhões, para US$ 946 milhões, provocando protestos entre os minoritários. A empresa alegou dificuldades financeiras urgentes para fazer o aumento.

O Brazilian Depositary Receipt (BDR, recibo de ações estrangeiras negociadas no Brasil) da LAEP (MILK11) entrou em leilão hoje pela manhã por conta das notícias e voltou ao pregão normal da BM&FBovespa às 11h02. Às 12h15, o papel estava em queda de 2%, negociado a R$ 0,49. Em 12 meses, o papel tem queda de 87,11% em relação aos R$ 3,80 da cotação da época.

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