Mercados

Fed coloca dólar em queda após fluxo cambial negativo

Divisa norte-americana começou a sessão em queda, mas engatou alta e renovou máximas no início da tarde, antes de sofrer com anúncio do Fed

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2012 às 16h39.

São Paulo - O dólar fechou em declínio no mercado à vista de balcão nesta quarta-feira sob influência da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). O comunicado realinhou a trajetória da moeda norte-americana ante o real com o movimento no exterior.

Embora a divisa dos EUA tenha iniciado o dia em queda, em face do anúncio de leilões pelo Banco Central na véspera, e tenha aprofundado a baixa após a realização das operações nesta manhã, o dólar encontrou fôlego no fluxo cambial semanal para engatar alta no início da tarde, renovando máximas.

O dólar à vista fechou a R$ 2,0740 no balcão, com queda de 0,29%. Na máxima, bateu em R$ 2,0830 e tocou em R$ 2,0710, na mínima do dia. O giro financeiro somava US$ 2,222 bilhões pouco depois das 16h30. Na BM&F, a moeda spot encerrou cotada a R$ 2,0722, com recuo de 0,42% e 26 negócios (dados preliminares). No mesmo horário, o dólar para janeiro de 2013 era cotado a R$ 2,0785 (-0,29%).

O avanço do dólar à tarde foi revertido com a divulgação da decisão do Fed. "A decisão do Fed foi mais forte e mais ousada do que boa parte dos investidores esperava", afirmou o estrategista-chefe do Credit Agricole Brasil, Vladimir Caramaschi. "O principal é a mudança em diretrizes para inflação e emprego", observou.

O Fed substituiu a linguagem que citava que o juro ficaria excepcionalmente baixo até, ao menos, meados de 2015 por diretrizes "qualitativas e quantitativas", destacou o economista-chefe do Deutsche Bank para os EUA, Joseph LaVorgna. A mudança foi de referência de tempo para diretrizes, "indicando que o juro permanecerá excepcionalmente baixo enquanto a inflação estiver abaixo de 2,5% e o desemprego estiver acima de 6,5%. Este foi o principal foco do comunicado", disse o diretor de estratégia global de moedas do Brown Brothers and Harriman (BBH), Marc Chandler.


O BC dos EUA informou que vai comprar US$ 45 bilhões em Treasuries após o fim da Operação Twist. Além disso, o Fed vai continuar comprando títulos de agências lastreados em hipotecas adicionais, ao ritmo de US$ 40 bilhões por mês.

No mercado domestico, o BC fez leilões de venda de dólares conjugada com recompra com oferta de até US$ 1,5 bilhão. Nas duas operações, a taxa de venda da moeda foi R$ 2,080. No primeiro leilão, com recompra em 14 de janeiro de 2013, a taxa de corte ficou em R$ 2,088700. Na segunda operação, com recompra em 14 de fevereiro de 2013, a taxa de corte ficou em R$ 2,098685.

O fluxo cambial semanal, divulgado pelo Banco Central, mostrou que a saída de dólares do País superou a entrada em US$ 1,350 bilhão na primeira semana do mês, resultado puxado pelas operações comerciais, que responderam por uma saída líquida de US$ 1,244 bilhão no período. Logo após a divulgação da cifra, o dólar renovou máxima nos mercados à vista e futuro. O cenário mudou após os anúncios do Fed.

Em Paris, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu críticas dos agentes financeiros sobre a comunicação do governo quanto ao câmbio. "O governo não dá sinais contraditórios. São anos que eu digo que o nosso câmbio estava valorizado e que isso tirava competitividade da indústria", disse, ao comentar que, agora, o Brasil "conseguiu caminhar" nesse assunto. "Estamos hoje com um câmbio mais competitivo e mais equilibrado."

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresCâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney