Faculdades representam alívio nas oscilações do Ibovespa
Ações das empresas de educação estão entregando retornos mais constantes durante o período mais volátil das ações do país
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2014 às 16h42.
São Paulo - As empresas educacionais do Brasil estão entregando aos investidores os retornos mais constantes durante o período mais volátil das ações do país nos últimos dois anos.
A Kroton Educacional , maior operadora de faculdades com fins lucrativos do Brasil, registrou o maior retorno ajustado ao risco do Brasil neste ano e uma concorrente menor, a Estácio Participações , obteve o terceiro maior ganho.
A estabilidade contrasta com o Ibovespa , que nos últimos 50 dias registrou as maiores oscilações de preços desde 2012 porque os investidores estão fazendo apostas relacionadas ao resultado da eleição presidencial deste mês.
As empresas educacionais se beneficiaram com a expansão de empréstimos estudantis liderados pela presidente Dilma Rousseff, uma iniciativa que continuará independentemente de quem ganhar no segundo turno, no dia 26 de outubro, segundo a Canepa Asset Management e a Quantitas Asset Management.
As ações de empresas como Petrobras e Banco do Brasil são mais dependentes da perspectiva para a eleição, com os investidores apostando que o opositor Aécio Neves seria melhor para as ações do que Dilma.
“Os mercados agora estão exagerando sua reação às perspectivas eleitorais, mas há alguns setores que certamente se recuperarão quando essa volatilidade atual terminar”, disse Alexandre Póvoa, sócio da Canepa, em entrevista por telefone, do Rio de Janeiro.
“Não esperamos que nenhum dos candidatos modifique as políticas relacionadas aos empréstimos estudantis”.
Programas populares
O número de estudantes matriculados em universidades no Brasil mais do que dobrou em relação a 2001, para 7,31 milhões no ano passado, segundo dados do Ministério da Educação.
Durante seus quatro anos de mandato, Dilma melhorou os prazos de reembolso e reduziu as taxas de juros aplicadas sobre os empréstimos estudantis para ampliar o total de formados na maior economia da América Latina.
O número de empréstimos estudantis concedidos por meio do Fundo de Financiamento Estudantil do Ministério da Educação, conhecido como Fies, aumentou para 423.050 até 2013, multiplicando-se quase seis vezes desde 2010.
O programa federal Universidade para Todos, conhecido como ProUni, concedeu bolsas de estudo integrais para 108.686 estudantes no primeiro semestre de 2013, mais do que o dobro do número do mesmo período de 2010.
Os programas educacionais são populares entre os políticos porque um número maior de matrículas reforçará a economia, pois implica em mais trabalhadores qualificados no mercado de trabalho e cria uma chance melhor para os brasileiros pobres chegarem à classe média, segundo Felipe Pezerico, analista de investimentos da Quantitas, em Porto Alegre.
Oscilações de preço
“Além de alavancar o desempenho das empresas educacionais, os empréstimos estudantis são bons para o país”, disse Pezerico, em entrevista por telefone. “É por isso que não esperamos que nenhum dos candidatos elimine os programas”.
A Kroton subiu 56 por cento neste ano, para R$ 15,36, registrando um retorno ajustado pelo risco de 38 por cento. A Estácio teve um aumento de 30 por cento, para R$ 26,48, com um retorno ajustado pelo risco de 33 por cento.
A Bloomberg calcula os valores por meio da divisão do retorno total pela volatilidade, ou o grau das oscilações de preço, dando um indicador de desempenho por unidade de risco.
A JBS, segunda maior produtora de carne do mundo, teve o segundo maior retorno ajustado ao risco deste ano, saltando 20 por cento.
A assessoria de imprensa da Estácio preferiu não comentar e a da Kroton não respondeu aos telefonemas em busca de comentário.
O Ibovespa subiu 13 por cento neste ano. O índice entrou em um mercado baixista em março após as ações atingirem a maior baixa em cinco anos e subiram até 38 por cento depois que as pesquisas eleitorais mostraram que Dilma estava perdendo apoio, o que impulsionou as apostas de que um novo governo estimularia o crescimento e reduziria a interferência na economia.
A projeção é de que o lucro da Kroton mais do que dobre para R$ 1,2 bilhão (US$ 500 milhões) neste ano, segundo a estimativa média de 15 analistas consultados pela Bloomberg.
O lucro da Estácio terá um incremento de 80 por cento neste ano, para R$ 440,4 milhões, segundo a estimativa média de 16 analistas consultados pela Bloomberg.
São Paulo - As empresas educacionais do Brasil estão entregando aos investidores os retornos mais constantes durante o período mais volátil das ações do país nos últimos dois anos.
A Kroton Educacional , maior operadora de faculdades com fins lucrativos do Brasil, registrou o maior retorno ajustado ao risco do Brasil neste ano e uma concorrente menor, a Estácio Participações , obteve o terceiro maior ganho.
A estabilidade contrasta com o Ibovespa , que nos últimos 50 dias registrou as maiores oscilações de preços desde 2012 porque os investidores estão fazendo apostas relacionadas ao resultado da eleição presidencial deste mês.
As empresas educacionais se beneficiaram com a expansão de empréstimos estudantis liderados pela presidente Dilma Rousseff, uma iniciativa que continuará independentemente de quem ganhar no segundo turno, no dia 26 de outubro, segundo a Canepa Asset Management e a Quantitas Asset Management.
As ações de empresas como Petrobras e Banco do Brasil são mais dependentes da perspectiva para a eleição, com os investidores apostando que o opositor Aécio Neves seria melhor para as ações do que Dilma.
“Os mercados agora estão exagerando sua reação às perspectivas eleitorais, mas há alguns setores que certamente se recuperarão quando essa volatilidade atual terminar”, disse Alexandre Póvoa, sócio da Canepa, em entrevista por telefone, do Rio de Janeiro.
“Não esperamos que nenhum dos candidatos modifique as políticas relacionadas aos empréstimos estudantis”.
Programas populares
O número de estudantes matriculados em universidades no Brasil mais do que dobrou em relação a 2001, para 7,31 milhões no ano passado, segundo dados do Ministério da Educação.
Durante seus quatro anos de mandato, Dilma melhorou os prazos de reembolso e reduziu as taxas de juros aplicadas sobre os empréstimos estudantis para ampliar o total de formados na maior economia da América Latina.
O número de empréstimos estudantis concedidos por meio do Fundo de Financiamento Estudantil do Ministério da Educação, conhecido como Fies, aumentou para 423.050 até 2013, multiplicando-se quase seis vezes desde 2010.
O programa federal Universidade para Todos, conhecido como ProUni, concedeu bolsas de estudo integrais para 108.686 estudantes no primeiro semestre de 2013, mais do que o dobro do número do mesmo período de 2010.
Os programas educacionais são populares entre os políticos porque um número maior de matrículas reforçará a economia, pois implica em mais trabalhadores qualificados no mercado de trabalho e cria uma chance melhor para os brasileiros pobres chegarem à classe média, segundo Felipe Pezerico, analista de investimentos da Quantitas, em Porto Alegre.
Oscilações de preço
“Além de alavancar o desempenho das empresas educacionais, os empréstimos estudantis são bons para o país”, disse Pezerico, em entrevista por telefone. “É por isso que não esperamos que nenhum dos candidatos elimine os programas”.
A Kroton subiu 56 por cento neste ano, para R$ 15,36, registrando um retorno ajustado pelo risco de 38 por cento. A Estácio teve um aumento de 30 por cento, para R$ 26,48, com um retorno ajustado pelo risco de 33 por cento.
A Bloomberg calcula os valores por meio da divisão do retorno total pela volatilidade, ou o grau das oscilações de preço, dando um indicador de desempenho por unidade de risco.
A JBS, segunda maior produtora de carne do mundo, teve o segundo maior retorno ajustado ao risco deste ano, saltando 20 por cento.
A assessoria de imprensa da Estácio preferiu não comentar e a da Kroton não respondeu aos telefonemas em busca de comentário.
O Ibovespa subiu 13 por cento neste ano. O índice entrou em um mercado baixista em março após as ações atingirem a maior baixa em cinco anos e subiram até 38 por cento depois que as pesquisas eleitorais mostraram que Dilma estava perdendo apoio, o que impulsionou as apostas de que um novo governo estimularia o crescimento e reduziria a interferência na economia.
A projeção é de que o lucro da Kroton mais do que dobre para R$ 1,2 bilhão (US$ 500 milhões) neste ano, segundo a estimativa média de 15 analistas consultados pela Bloomberg.
O lucro da Estácio terá um incremento de 80 por cento neste ano, para R$ 440,4 milhões, segundo a estimativa média de 16 analistas consultados pela Bloomberg.