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Ex-sócio processa corretora XP nos Estados Unidos

David Curley está processando os antigos sócios, pedindo uma indenização de US$ 5 milhões

XP: Curley alega que a XP e seus sócios, Guilherme Benchimol e Marcelo Maisonnave, o dispensaram injustamente da empresa (Beatriz Souza/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2014 às 11h36.

São Paulo - O americano David Curley, que participou da criação e foi um dos principais executivos da corretora da XP em Nova York, está processando os antigos sócios na Justiça dos EUA, pedindo uma indenização de US$ 5 milhões.

Ele alega que a XP e seus sócios, Guilherme Benchimol e Marcelo Maisonnave, o dispensaram injustamente da empresa e ofereceram um valor muito mais baixo que o inicialmente combinado pela parte que tinha na corretora americana.

Segundo a ação, que deu entrada terça-feira na Suprema Corte do Estado de Nova York, a XP teria oferecido US$ 120 mil pela participação de 50% que Curley tinha na C Square que, por sua vez, detinha 25% da XP Holding, controladora da corretora americana XP Securities.

Curley afirma que o valor deveria se de, no mínimo, US$ 500 mil, que seria o inicialmente estimado quando a sociedade foi proposta. Ele reclama ainda salários atrasados e despesas que não foram reembolsadas.

O valor de R$ 5 milhões incluiria a participação na XP Securities, calculada a partir de sua geração de caixa, e outras compensações.

No processo, Curley acusa ainda a XP, onde trabalhou também no Brasil, de uso de informação privilegiada e de ter tentado oferecer produtos de investimentos para clientes americanos antes de obter as licenças de operação nos Estados Unidos.

Além disso, segundo o ex-sócio, a corretora teria distribuído relatório de analistas brasileiros que não estavam credenciados a operar no mercado americano, contra sua orientação. Curley afirma ainda que a XP teria ficado com os clientes que ele atendia no Brasil antes de entrar na corretora, sem repassar a ele a participação em comissões.

Curley, que fez carreira na Merrill Lynch no Brasil e no exterior, descreve de maneira minuciosa sua passagem pela XP, desde os primeiros contatos com os sócios em maio de 2010 até sua saída em agosto de 2012. E detalha vários episódios do dia a dia em que questiona o comportamento da empresa.

Em um deles, ele relata o dia em que comentou com um dos sócios da XP as frases a respeito do mercado escritas nas paredes da sede da empresa no Rio, elogiando o marketing da corretora.

Segundo Curley, o sócio disse a ele que a corretora simplesmente pegou frases do americano Charles Schwab, criador da maior corretora de varejo dos EUA, e as traduziu para o português, poupando dinheiro para a XP. Curley observa ainda que a campanha publicitária da XP no Brasil, batizada de “Acorda Brasil”, é idêntica ao programa “Wake-up America”, da Charles Schwab.

O ex-sócio afirma ainda ter acompanhado, na mesa de operações da XP, uma orientação de compra de papéis da Brasil Ecodiesel baseada na informação obtida por um executivo da corretora de que uma revista no fim de semana traria notícias sobre uma fusão envolvendo a companhia.

Com as compras feitas para os clientes da corretora nos últimos minutos do pregão, o papel subiu 20%.
O anúncio da operação se confirmou no fim de semana, mas não teve o impacto financeiro previsto, e o papel devolveu toda a alta logo no início da semana.

Em outro episódio, segundo Curley, a XP teria iniciado uma assessoria para a construtora PDG para uma emissão de bônus conversíveis em ações.

A mesa de ações da corretora teria sido orientada a consultar os principais clientes sobre o interesse na oferta.

Em seguida, a corretora divulgou um relatório de um de seus analistas falando das vantagens do papel em relação aos concorrentes e sugerindo aos clientes uma operação de compra de PDG e a venda do papel da concorrente, o que fez a ação da construtora subir 26% nos cinco dias seguintes.

Depois, quando o mercado percebeu o que estava acontecendo, afirma Curley, o papel caiu 28% rapidamente, ficando 9% abaixo do preço antes do relatório.

Curley foi demitido da XP em 31 de agosto de 2012. Segundo ele o motivo alegado pela XP foi ele ter chegado atrasado 50 minutos a um encontro com um dos sócios da XP em Boston para preparar uma reunião com um cliente, além de ter se apresentado “vestido inapropriadamente”, ou seja, sem gravata.

Ele alega que não havia uma reunião marcada e que havia passado mal na noite anterior, após jantar com o mesmo sócio em um restaurante.

Curley abriu também um processo trabalhista no Brasil contra a XP, alegando que ganhava mais que os R$ 2,8 mil reais registados em sua carteira de trabalho. Segundo ele, o salário era de R$ 30 mil, mais participação nos resultados.


Consultada sobre o processo e as acusações, a XP enviou um comunicado oficial. Segundo a nota, “sobre os processos judiciais apresentados pelo Sr. David Curley, a XP Investimentos informa que as alegações são infundadas e serão matéria de prova na Justiça”.

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São Paulo - O americano David Curley, que participou da criação e foi um dos principais executivos da corretora da XP em Nova York, está processando os antigos sócios na Justiça dos EUA, pedindo uma indenização de US$ 5 milhões.

Ele alega que a XP e seus sócios, Guilherme Benchimol e Marcelo Maisonnave, o dispensaram injustamente da empresa e ofereceram um valor muito mais baixo que o inicialmente combinado pela parte que tinha na corretora americana.

Segundo a ação, que deu entrada terça-feira na Suprema Corte do Estado de Nova York, a XP teria oferecido US$ 120 mil pela participação de 50% que Curley tinha na C Square que, por sua vez, detinha 25% da XP Holding, controladora da corretora americana XP Securities.

Curley afirma que o valor deveria se de, no mínimo, US$ 500 mil, que seria o inicialmente estimado quando a sociedade foi proposta. Ele reclama ainda salários atrasados e despesas que não foram reembolsadas.

O valor de R$ 5 milhões incluiria a participação na XP Securities, calculada a partir de sua geração de caixa, e outras compensações.

No processo, Curley acusa ainda a XP, onde trabalhou também no Brasil, de uso de informação privilegiada e de ter tentado oferecer produtos de investimentos para clientes americanos antes de obter as licenças de operação nos Estados Unidos.

Além disso, segundo o ex-sócio, a corretora teria distribuído relatório de analistas brasileiros que não estavam credenciados a operar no mercado americano, contra sua orientação. Curley afirma ainda que a XP teria ficado com os clientes que ele atendia no Brasil antes de entrar na corretora, sem repassar a ele a participação em comissões.

Curley, que fez carreira na Merrill Lynch no Brasil e no exterior, descreve de maneira minuciosa sua passagem pela XP, desde os primeiros contatos com os sócios em maio de 2010 até sua saída em agosto de 2012. E detalha vários episódios do dia a dia em que questiona o comportamento da empresa.

Em um deles, ele relata o dia em que comentou com um dos sócios da XP as frases a respeito do mercado escritas nas paredes da sede da empresa no Rio, elogiando o marketing da corretora.

Segundo Curley, o sócio disse a ele que a corretora simplesmente pegou frases do americano Charles Schwab, criador da maior corretora de varejo dos EUA, e as traduziu para o português, poupando dinheiro para a XP. Curley observa ainda que a campanha publicitária da XP no Brasil, batizada de “Acorda Brasil”, é idêntica ao programa “Wake-up America”, da Charles Schwab.

O ex-sócio afirma ainda ter acompanhado, na mesa de operações da XP, uma orientação de compra de papéis da Brasil Ecodiesel baseada na informação obtida por um executivo da corretora de que uma revista no fim de semana traria notícias sobre uma fusão envolvendo a companhia.

Com as compras feitas para os clientes da corretora nos últimos minutos do pregão, o papel subiu 20%.
O anúncio da operação se confirmou no fim de semana, mas não teve o impacto financeiro previsto, e o papel devolveu toda a alta logo no início da semana.

Em outro episódio, segundo Curley, a XP teria iniciado uma assessoria para a construtora PDG para uma emissão de bônus conversíveis em ações.

A mesa de ações da corretora teria sido orientada a consultar os principais clientes sobre o interesse na oferta.

Em seguida, a corretora divulgou um relatório de um de seus analistas falando das vantagens do papel em relação aos concorrentes e sugerindo aos clientes uma operação de compra de PDG e a venda do papel da concorrente, o que fez a ação da construtora subir 26% nos cinco dias seguintes.

Depois, quando o mercado percebeu o que estava acontecendo, afirma Curley, o papel caiu 28% rapidamente, ficando 9% abaixo do preço antes do relatório.

Curley foi demitido da XP em 31 de agosto de 2012. Segundo ele o motivo alegado pela XP foi ele ter chegado atrasado 50 minutos a um encontro com um dos sócios da XP em Boston para preparar uma reunião com um cliente, além de ter se apresentado “vestido inapropriadamente”, ou seja, sem gravata.

Ele alega que não havia uma reunião marcada e que havia passado mal na noite anterior, após jantar com o mesmo sócio em um restaurante.

Curley abriu também um processo trabalhista no Brasil contra a XP, alegando que ganhava mais que os R$ 2,8 mil reais registados em sua carteira de trabalho. Segundo ele, o salário era de R$ 30 mil, mais participação nos resultados.


Consultada sobre o processo e as acusações, a XP enviou um comunicado oficial. Segundo a nota, “sobre os processos judiciais apresentados pelo Sr. David Curley, a XP Investimentos informa que as alegações são infundadas e serão matéria de prova na Justiça”.

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