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Europa fecha em queda após alertas de Draghi

O dia foi de intensa volatilidade na região e as bolsas chegaram a registrar alta durante a manhã

Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu: cautela ressaltada por Draghi sobre recuperação da zona do euro no curto prazo pressionou ações no fim da sessão (Daniel Roland/AFP)
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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 14h50.

São Paulo - Em um dia de decisões das taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), os principais mercados da Europa fecharam em queda após os alertas do presidente do BCE , Mario Draghi. O dia foi de intensa volatilidade na região e as bolsas chegaram a registrar alta durante a manhã.

Contudo, a cautela ressaltada por Draghi sobre a recuperação da zona do euro no curto prazo pressionou as ações no fim da sessão. O mercado também interpretou negativamente possíveis rumores sobre rebaixamento de ratings de bancos globais. O índice Stoxx Euro 600 fechou em queda de 0,41%, a 328,41 pontos.

Como o esperado, tanto o BCE quanto o BOE decidiram manter suas taxas de juros inalteradas em 0,25% e 0,5%, respectivamente. As decisões não impactaram o mercado, mas o discurso de Mario Draghi trouxe maior instabilidade aos mercados.

O presidente demonstrou uma postura mais cautelosa sobre a recuperação da zona do euro e ressaltou que o banco manterá os estímulos monetários pelo tempo que for necessário, mas alertou que a economia da região ainda é "fraca, modesta e frágil". "É prematuro declarar vitória", disse.

Segundo a autoridade, o bloco poderá conviver com um intervalo longo de baixa inflação e a produção deve se recuperar em um ritmo lento nos próximos dois anos. Draghi também ressaltou que não está preocupado com um cenário de deflação. "Não vemos deflação, mas quando se tem inflação baixa por um período prolongado, é claro que devemos estar extremamente atentos aos riscos", afirmou.

Nos minutos finais da sessão, os investidores interpretaram rumores no mercado de que uma agência de classificação de riscos deve rebaixar os ratings de bancos globais, o que ajudou as bolsas a caírem ainda mais.

Entre os indicadores europeus, o índice de sentimento econômico da zona do euro subiu em dezembro para o maior nível desde julho de 2011, principalmente pelo avanço no setor de serviços e na indústria. O índice subiu para 100 de 98,4 em novembro, acima da expectativa de 99,3. A produção industrial da Alemanha também superou as expectativas e teve alta de 1,9% em novembro, ante outubro. A expectativa da Dow Jones Newswires era de um ganho de 1,5%.


Mesmo com os bons números do setor industrial, os comentários de Draghi pesaram mais na Bolsa de Frankfurt, que fechou em queda de 0,80%, aos 9.421,61 pontos. No mercado corporativo, o destaque negativo foram as ações da Celesio, do setor de medicamentos, que caíram 1,4% depois da McKesson elevar o valor dos papéis da companhia de 23 euros para 23,50 euros.

Na Espanha, o índice IBEX35 chegou a operar em alta durante toda a sessão, mas finalizou com queda de 0,2%, aos 10.234,20 pontos. Os bancos estão entre os maiores perdedores de hoje. Banco Popular e Banco de Sabadell caíram 3,2% e 2,4%, respectivamente. A construtora Sacyr ainda discute os altos custos de expansão do Canal de Panamá e fechou com perdas de 3,4% nas ações.

Em Londres, o varejo britânico trouxe más notícias no mercado corporativo. O Tesco, maior rede de supermercados do Reino Unido e a terceira do mundo, anunciou queda de 2,4% nas vendas das últimas seis semanas de 2013 em relação ao mesmo período de 2012 no conceito das mesmas lojas. O resultado ficou abaixo da previsão.

A lojista de vestuário Marks & Spencer e os supermercados Morrisons também decepcionaram com alertas de que as vendas de Natal ficaram abaixo do esperado. Em movimento contrário, a rede de padarias Greggs anunciou um retorno positivo e um crescimento das vendas no natal. Com isso, as ações subiram 4,8%. Neste cenário misto do setor, a Bolsa de Londres encerrou com queda de 0,45%, aos 6.691,34 pontos.

Na França, o dia também foi negativo para o índice CAC40, que caiu 0,84%, aos 4.225,14 pontos. Além da influência dos comentários de Draghi, foi anunciado que o déficit comercial do país subiu para 5,7 bilhões de euros em novembro, de 4,8 bilhões de euros em outubro. Além disso, o governo vendeu 8,326 bilhões de euros em bônus para 2020, 2024 e 2060.

Assim como na sessão de quarta-feira, 8, as bolsas de Milão e de Lisboa foram em direção contrária e sustentaram as altas do começo da sessão. O índice FTSEMIB encerrou com ganhos de 0,34%, enquanto o PSI20 avançou 0,31%, aos 7.076,92 pontos. Com informações da Dow Jones Newswires.

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Contudo, a cautela ressaltada por Draghi sobre a recuperação da zona do euro no curto prazo pressionou as ações no fim da sessão. O mercado também interpretou negativamente possíveis rumores sobre rebaixamento de ratings de bancos globais. O índice Stoxx Euro 600 fechou em queda de 0,41%, a 328,41 pontos.

Como o esperado, tanto o BCE quanto o BOE decidiram manter suas taxas de juros inalteradas em 0,25% e 0,5%, respectivamente. As decisões não impactaram o mercado, mas o discurso de Mario Draghi trouxe maior instabilidade aos mercados.

O presidente demonstrou uma postura mais cautelosa sobre a recuperação da zona do euro e ressaltou que o banco manterá os estímulos monetários pelo tempo que for necessário, mas alertou que a economia da região ainda é "fraca, modesta e frágil". "É prematuro declarar vitória", disse.

Segundo a autoridade, o bloco poderá conviver com um intervalo longo de baixa inflação e a produção deve se recuperar em um ritmo lento nos próximos dois anos. Draghi também ressaltou que não está preocupado com um cenário de deflação. "Não vemos deflação, mas quando se tem inflação baixa por um período prolongado, é claro que devemos estar extremamente atentos aos riscos", afirmou.

Nos minutos finais da sessão, os investidores interpretaram rumores no mercado de que uma agência de classificação de riscos deve rebaixar os ratings de bancos globais, o que ajudou as bolsas a caírem ainda mais.

Entre os indicadores europeus, o índice de sentimento econômico da zona do euro subiu em dezembro para o maior nível desde julho de 2011, principalmente pelo avanço no setor de serviços e na indústria. O índice subiu para 100 de 98,4 em novembro, acima da expectativa de 99,3. A produção industrial da Alemanha também superou as expectativas e teve alta de 1,9% em novembro, ante outubro. A expectativa da Dow Jones Newswires era de um ganho de 1,5%.


Mesmo com os bons números do setor industrial, os comentários de Draghi pesaram mais na Bolsa de Frankfurt, que fechou em queda de 0,80%, aos 9.421,61 pontos. No mercado corporativo, o destaque negativo foram as ações da Celesio, do setor de medicamentos, que caíram 1,4% depois da McKesson elevar o valor dos papéis da companhia de 23 euros para 23,50 euros.

Na Espanha, o índice IBEX35 chegou a operar em alta durante toda a sessão, mas finalizou com queda de 0,2%, aos 10.234,20 pontos. Os bancos estão entre os maiores perdedores de hoje. Banco Popular e Banco de Sabadell caíram 3,2% e 2,4%, respectivamente. A construtora Sacyr ainda discute os altos custos de expansão do Canal de Panamá e fechou com perdas de 3,4% nas ações.

Em Londres, o varejo britânico trouxe más notícias no mercado corporativo. O Tesco, maior rede de supermercados do Reino Unido e a terceira do mundo, anunciou queda de 2,4% nas vendas das últimas seis semanas de 2013 em relação ao mesmo período de 2012 no conceito das mesmas lojas. O resultado ficou abaixo da previsão.

A lojista de vestuário Marks & Spencer e os supermercados Morrisons também decepcionaram com alertas de que as vendas de Natal ficaram abaixo do esperado. Em movimento contrário, a rede de padarias Greggs anunciou um retorno positivo e um crescimento das vendas no natal. Com isso, as ações subiram 4,8%. Neste cenário misto do setor, a Bolsa de Londres encerrou com queda de 0,45%, aos 6.691,34 pontos.

Na França, o dia também foi negativo para o índice CAC40, que caiu 0,84%, aos 4.225,14 pontos. Além da influência dos comentários de Draghi, foi anunciado que o déficit comercial do país subiu para 5,7 bilhões de euros em novembro, de 4,8 bilhões de euros em outubro. Além disso, o governo vendeu 8,326 bilhões de euros em bônus para 2020, 2024 e 2060.

Assim como na sessão de quarta-feira, 8, as bolsas de Milão e de Lisboa foram em direção contrária e sustentaram as altas do começo da sessão. O índice FTSEMIB encerrou com ganhos de 0,34%, enquanto o PSI20 avançou 0,31%, aos 7.076,92 pontos. Com informações da Dow Jones Newswires.

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