Estrangeiros tiraram R$ 3,34 bilhões da Bolsa em março
Saldo negativo é o mais alto desde quando o país vivia a perda do grau de investimento, a saída de Joaquim Levy da Fazenda e as incertezas do governo Dilma
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2017 às 12h13.
Última atualização em 6 de abril de 2017 às 09h27.
Os estrangeiros retiraram da Bovespa R$ 3,347 bilhões, um dos maiores resgates líquidos mensais da bolsa brasileira, segundo dados da B3, a nova bolsa. Com isso, no ano, o saldo acumulado dos estrangeiros continuou positivo, mas caiu para R$ 3,537 bilhões.
O saldo negativo de março é o mais alto desde os R$ 4,310 bilhões de dezembro de 2015, quando o país vivia a incerteza após a perda do grau de investimento, a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy e as incertezas políticas e econômicas do governo Dilma Rousseff.
O saldo de estrangeiros tem forte impacto no mercado brasileiro, uma vez que eles respondem por 50,7% do volume negociado na bolsa este ano.
Ou seja, de cada R$ 100 negociados em ações na Bovespa, R$ 50,70 eram de estrangeiros. Os institucionais respondem por 25,6% e as pessoas físicas, por 17,9% no ano.
Tanto que a saída mais forte dos estrangeiros fez o Índice Bovespa fechar março com queda de 2,5% em reais, aos 64.984 pontos, e 4,6% em dólares, aos 20.510 pontos pela moeda americana.
Em março, porém, as pessoas físicas reduziram sua participação no mercado, para 16,6%, enquanto os estrangeiros aumentaram, para 52,8%. Os institucionais, fundos de pensão e seguradoras, também reduziram sua fatia para 25,2%.
O volume médio diário negociado em ações em março ficou em R$ 8,218 bilhões, 10,5% abaixo da média de fevereiro, de R$ 9,180 bilhões.
No ano, a média está em R$ 8,017 bilhões, 8% superior aos R$ 7,4 bilhões de 2016, o que mostra maior interesse dos investidores pela bolsa brasileira.
Este conteúdo foi originalmente publicado no blog Arena do Pavini.