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Estes quatro gráficos explicam o caos no mercado

Dólar, Ibovespa, petróleo e coronavírus: veja os números que a EXAME levantou para mostrar o tamanho da crise que se instalou

Mercados em baixa: disputa entre Rússia e Arábia Saudita derrubou as bolsas pelo mundo (Scott Olson/Getty Images)
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Carolina Riveira

Publicado em 9 de março de 2020 às 16h47.

Última atualização em 17 de março de 2020 às 14h58.

São Paulo -- O mercado de capitais foi pego de surpresa, nesta segunda-feira (9), pela disputa sobre o preço do petróleo entre a Rússia e a Arábia Saudita. Como resultado, o caos tomou conta do mundo financeiro.

O Ibovespa , por exemplo, abriu em queda de 10%, acionando um mecanismo chamado " circuit breaker ", que paralisa as negociações por 30 minutos em momentos de pânico para dar tempo de os investidores se acalmarem. O índice S&P 500, dos Estados Unidos, seguiu o mesmo caminho e interrompeu suas atividades. E, por aqui, o dólar disparou, chegando a ser cotado a R$ 4,80 no começo do pregão.

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O motivo para de toda essa tensão? Rússia e Arábia Saudita não conseguiram chegar a um acordo sobre a necessidade de um corte na produção do petróleo por causa da epidemia do coronavírus . Esses dois países fazem parte da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que até o fim da última semana discutiam sobre a possibilidade de diminuir sua produção, mas não chegaram a a um consenso.

No encontro da Opep, os sauditas defenderam a redução da produção, o que manteria ou até mesmo aumentaria o preço do petróleo. Os russos foram contra. Como resposta, a estatal saudita Saudi Aramco anunciou um plano de cortar o preço do produto em 20%. Resultado: o barril do tipo Brent, que serve de referência para os preços internacionais, apresentava queda de mais de 20% ao longo de toda a segunda-feira, chegando a patamares similares a 2016.

O pano de fundo para a crise é a menor demanda por petróleo devido à epidemia de coronavírus, que já infectou mais de 100.000 pessoas e causou mais de 3.000 mortes mundo afora -- a doença gerou a redução da demanda na China e, à medida em que vem se espalhando para outros países nas últimas semanas, pode trazer ainda mais impactos ao mercado petroleiro.

Abaixo, a EXAME preparou quatro gráficos que ajudam a mostrar o tamanho da crise que se instalou nesta segunda.

 

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Como os economistas gostam de dizer, houve uma tempestade perfeita, somando coronavírus e petróleo. O coronavírus já vinha afetando as bolsas desde o começo de 2020, mas as quedas se acentuaram à medida em que o vírus começou a se espalhar para fora da China. O índice brasileiro acumulava queda de 17% em 2020 até a última sexta-feira, 6. A crise do petróleo veio para somar aos problemas. No Brasil, o Ibovespa caiu abaixo dos 90.000 pontos nesta segunda-feira pela primeira vez desde maio de 2019. Já o S&P teve seu menor valor desde outubro do ano passado.


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O dólar também disparou na segunda-feira, chegando a R$ 4,80 no começo do pregão e sendo negociado acima de R$ 4,75, mesmo após a intervenção do Banco Central. Lembrando que, no Brasil, os resultados ruins do mercado financeiro refletem ainda as tensões entre Executivo e Congresso e o Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1,1% em 2019 divulgado em março, menor do que o esperado. A tempestade perfeita ganha também ingredientes locais.

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O preço do petróleo na madrugada desta segunda-feira (9) chegou a cair na casa dos 30%, sendo negociado a 27,34 dólares o barril -- patamar similar ao de 2016, quando houve a última grande crise do petróleo e desacordos na Opep. Por volta das 16h, o preço do barril caía 24%, negociado em 31,22 dólares. O preço já vinha baixo em relação a patamares anteriores, como em 2014, quando o barril passava dos 90 dólares. Um petróleo a preço baixo prejudica países dependentes do produto, como os produtores da Opep.


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A crise do petróleo está intimamente ligada à epidemia de coronavírus. A doença, que surgiu na China nos primeiros dias de 2020, está desacelerando no país asiático, mas se espalhando pelo resto do mundo. É justamente o temor de uma epidemia global que tem diminuído a demanda do petróleo e, consequentemente, seu preço.

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