Esta small cap pode render mais de 300% em 2022, aponta BTG Pactual
Fora dos holofotes do Ibovespa, ação vem sendo negociada a menos da metade do preço do IPO, realizado em janeiro deste ano
Guilherme Guilherme
Publicado em 29 de dezembro de 2021 às 07h15.
Pressionadas por taxas de juros mais altas, inflação e perspectivas de crescimento mais tímidas, as ações das empresas do setor imobiliário estiveram entre as mais penalizadas pelo mercado em 2021. Como resultado, o Índice Imobiliário (IMOB) caminha para fechar o ano com mais de 30% de queda. Agora, com os preços mais baixos, é justamente nesse setor que analistas do BTG Pactual (BPAC11) enxergam uma das maiores oportunidades da bolsa para 2022.
Com preço-alvo de 35 reais em 12 meses, analistas do BTG estimam que as ações da HBR Realty (HBRE3), cotadas na casa de 8,00 reais, possam subir mais de 300% no período de um ano. Nesta semana, a recomendação de compra dos papéis foi reiterada, após a empresa comprar centros de conveniência em construção pela Cyrela (CYRE3) por 284,7 milhões de reais. Foram três imóveis com área bruta locável de 25.400 m² e preço médio de 11.209 reais por m².
Analistas do BTG Pactual classificaram a compra como uma "grande aquisição" para a frente ComVem da HBR, de desenvolvimento e operação de centros de conveniências em espaços como o térreo de edifícios comerciais e residenciais -- a unidade representa uma das principais avenidas de crescimento da companhia.
A HBR possui ainda outras três grandes áreas, que englobam desenvolvimentos de ativos de escritório (HBR 3A), administração de shopping centers (HBR Malls) e consolidação de ativos complementares (HBR Opportunities).
Mas, ainda que a HBR Realty tenha elevado sua receita líquida em 12,7% nos nove primeiros meses de 2021, para 72,418 milhões de reais, e melhorado seus níveis de ocupação em todas as frentes, as ações da companhia caminham para fechar seu primeiro ano na B3 com perdas de cerca de 50%. A estreia da ação com o IPO foi em janeiro.
A queda supera não só os 30% do Índice Imobiliário da bolsa mas também as de empresas com atuação em shoppings, como BrMalls (BRML3), Aliansce Sonae (ALSO4) e Multiplan (MULT3), que acumularam perdas entre 15% e 30%.
A desvalorização recente, porém, não foi motivada pela piora dos negócios da HBR, pontuam os analistas, mas pelas taxas de juros mais altas, que afetaram o setor como um todo. "Mantemos nossa classificação de compra, pois a HBR tem forte potencial de crescimento e o valuation é atraente", afirmaram os analistas em relatório.
À primeira vista, o EV/EBTIDA de 9,7x para 2021 pode não parecer tão atraente em relação aos múltiplos de 10,9x da BrMalls e 8,5x da Aliansce Sonae. No entanto, devido às expectativas de crescimento da companhia, a expectativa do BTG é a de que o múltiplo da HBR caia para 6,6x até 2023, o que a colocaria entre as mais baratas do setor.
A estimativa do banco é a de que, mantidos os preços atuais, somente a JHSF (JHSF3) tenha EV/EBITDA menor em 2023, de 6,5x. Porém o potencial de alta (upside) esperado para a companhia à frente do Hotel Fasano Boa Vista e do conjunto Cidade Jardim, entre outros, é igualmente inferior, de cerca de 100% contra os mais de 300% da HBR.