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"Escassez" de moeda e rolagem de futuros elevam dólar

Dois dias, atrás, o dólar era cotado no Brasil perto dos menores níveis desde 1999

Banco Central pode realizar a rolagem dos contratos de swap cambial reverso que vencem neste mês para ajustar câmbio (Mark Wilson/Getty images)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2011 às 11h39.

São Paulo - O dólar subia 1 por cento nesta quinta-feira, descolado do mercado internacional em meio à rolagem de contratos futuros e à manutenção de condições atípicas no mercado à vista, com relativa escassez de dólares e intervenção do Banco Central.

A moeda norte-americana tinha alta de 1,02 por cento, a 1,587 real. No mesmo horário, o dólar caminhava na contramão em relação a uma cesta com as principais divisas, como o euro, em baixa de 0,71 por cento.

Há apenas dois dias, o dólar era cotado no Brasil perto dos menores níveis desde 1999. Mas, com a aproximação do final do mês, a rolagem de contratos futuros em vencimento começou a contaminar a formação da taxa de câmbio, segundo operadores.

A rolagem, no entanto, acontece sob condições atípicas neste mês. Com a abrupta redução no fluxo de dólares --que se mantém equilibrado este mês após ingressos de mais de 35 bilhões de dólares no primeiro trimestre-- e a manutenção dos leilões de compra do Banco Central --recentemente dois por dia--, há a percepção de que faltam dólares no mercado à vista.

Um reflexo dessa escassez é que a cotação do dólar à vista já supera a cotação do dólar futuro. O contrato em vencimento neste mês, para maio , era cotado a 1,580 real, e o contrato com vencimento em junho a 1,583 real.

"O 'spot' continua acima do futuro, faz alguns dias já que a gente tem notado", disse Moacir Marcos Júnior, operador de câmbio da Interbolsa, que associa essa inversão ao forte aumento do cupom cambial, taxa de juros local em dólares.

A diminuição da entrada de dólares se intensificou após medidas do governo para encarecer os empréstimos externos com prazo de até dois anos, tomadas no início do mês. A entrada em vigor dos depósitos compulsórios sobre posições vendidas excedentes dos bancos em moeda estrangeira também tem limitado a oferta de dólares no mercado à vista.

Ainda assim, o operador da Interbolsa acredita que o movimento é pontual e deve perder fôlego na virada do mês, após a rolagem dos contratos em vencimento. Segundo ele, apesar da diminuição, o fluxo de dólares deve continuar positivo diante da abundância de liquidez no mercado internacional. "O motivo para o dólar subir (de forma consistente) é o juro começar a subir lá fora, e o (chairman do Federal Reserve, Ben) Bernanke já avisou que vai segurar", disse.

Além da rolagem dos contratos futuros, o Banco Central também pode realizar a rolagem dos contratos de swap cambial reverso que vencem neste mês. A instituição realizará a partir das 18h uma pesquisa de demanda para decidir sobre a operação.

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São Paulo - O dólar subia 1 por cento nesta quinta-feira, descolado do mercado internacional em meio à rolagem de contratos futuros e à manutenção de condições atípicas no mercado à vista, com relativa escassez de dólares e intervenção do Banco Central.

A moeda norte-americana tinha alta de 1,02 por cento, a 1,587 real. No mesmo horário, o dólar caminhava na contramão em relação a uma cesta com as principais divisas, como o euro, em baixa de 0,71 por cento.

Há apenas dois dias, o dólar era cotado no Brasil perto dos menores níveis desde 1999. Mas, com a aproximação do final do mês, a rolagem de contratos futuros em vencimento começou a contaminar a formação da taxa de câmbio, segundo operadores.

A rolagem, no entanto, acontece sob condições atípicas neste mês. Com a abrupta redução no fluxo de dólares --que se mantém equilibrado este mês após ingressos de mais de 35 bilhões de dólares no primeiro trimestre-- e a manutenção dos leilões de compra do Banco Central --recentemente dois por dia--, há a percepção de que faltam dólares no mercado à vista.

Um reflexo dessa escassez é que a cotação do dólar à vista já supera a cotação do dólar futuro. O contrato em vencimento neste mês, para maio , era cotado a 1,580 real, e o contrato com vencimento em junho a 1,583 real.

"O 'spot' continua acima do futuro, faz alguns dias já que a gente tem notado", disse Moacir Marcos Júnior, operador de câmbio da Interbolsa, que associa essa inversão ao forte aumento do cupom cambial, taxa de juros local em dólares.

A diminuição da entrada de dólares se intensificou após medidas do governo para encarecer os empréstimos externos com prazo de até dois anos, tomadas no início do mês. A entrada em vigor dos depósitos compulsórios sobre posições vendidas excedentes dos bancos em moeda estrangeira também tem limitado a oferta de dólares no mercado à vista.

Ainda assim, o operador da Interbolsa acredita que o movimento é pontual e deve perder fôlego na virada do mês, após a rolagem dos contratos em vencimento. Segundo ele, apesar da diminuição, o fluxo de dólares deve continuar positivo diante da abundância de liquidez no mercado internacional. "O motivo para o dólar subir (de forma consistente) é o juro começar a subir lá fora, e o (chairman do Federal Reserve, Ben) Bernanke já avisou que vai segurar", disse.

Além da rolagem dos contratos futuros, o Banco Central também pode realizar a rolagem dos contratos de swap cambial reverso que vencem neste mês. A instituição realizará a partir das 18h uma pesquisa de demanda para decidir sobre a operação.

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