Em abril, corretoras sinalizam cansaço em seguir Ibovespa

Há alguns meses, ações de grandes empresas, entre as mais negociadas do Índice Bovespa, como Vale do Rio Doce, Petrobras e OGX tinham presença certa na maior parte das carteiras recomendadas pelas corretoras. Em abril, a cena muda um pouco.

“Ilustres desconhecidas” dão o ar da graça e começam a ocupar um espaço antes garantido às “blue chips”. Embora Vale lidere as indicações de 13 corretoras para abril, Cosan e BR Properties chegam entre as cinco mais indicadas, presentes em sete e seis carteiras, respectivamente.

Desde o começo do ano, o Ibovespa vem mostrando descolamento dos principais índices de ações nos Estados Unidos e na Europa. Enquanto o Dow Jones e S&P 500 (os principais índices do mercado americano) bateram recordes sucessivos, a bolsa brasileira continuou andando de lado. Em relatório enviado a clientes, o estrategista da corretora Gradual, Paulo Esteves, diz que ficou difícil “identificar catalisadores que levem as ações a uma nova fase de altas sustentáveis no horizonte de curto prazo”.

Confira as ações mais indicadas para abril:

Entre as razões apontadas pelos analistas, a interferência do governo na economia está entre as principais razões pelas quais o Ibovespa não decola. A falta de agilidade para aumentar o preço dos combustíveis – por causa das preocupações com a inflação – e a mudança na distribuição de dividendos prejudicou as ações da Petrobras em março.

Além disso, as mudanças nas regras de renovação das concessões do setor elétrico continuam mantendo as ações de empresas geradoras e distribuidoras de energia fora do radar.

Como se a intervenção não fosse suficiente, o desempenho da maior parte das empresas brasileiras também não anima. Segundo os analistas do banco Santander, a próxima temporada de resultados deve ser pouco empolgante. “Poucas empresas devem divulgar resultados que surpreendam positivamente o mercado”. A receita, nesse caso, parece ser apostar em papéis sem tanto peso – ou até mesmo fora – do Ibovespa. “É em cima dessas poucas empresas com momento operacional ímpar que concentramos o peso de nossa carteira de abril”, diz o Santander.

Entre elas estão Cosan, Bradesco, Pão de Açúcar e BR Properties, que ainda aparecem como boas opções de investimentos. Para o Santander, a melhor estratégia continuar sendo “permanecer com um portfólio mais exposto a ações domésticas defensivas, que apresentam forte momento operacional, alta previsibilidade de geração de caixa e baixo endividamento, como alimentos e bebidas, bancos, distribuição de combustíveis e embalagens, até que os indicadores macroeconômicos domésticos comecem a melhorar”.

Vale e Petrobras

Os papéis da Vale aparecem na liderança das recomendações, em 11 carteiras das 13 recebidas pelo blog Arena. Segundo os analistas do HSBC, os últimos dados macroeconômicos da China (maior cliente da Vale) indicam que a economia do país está se recuperando.” O reflexo dessa melhora impulsionou o preço do minério de ferro recentemente (+19% desde dezembro de 2012), o que deve contribuir positivamente para os próximos resultados da empresa”, diz a corretora do banco em relatório.

Além disso, para os analistas da XP, a Vale “é uma empresa forte geradora de caixa, com endividamento baixo e com projetos que garantirão seu crescimento no longo prazo tanto em minério de ferro quanto em outras vertentes de seu negócio”. Para a corretora, as ações ainda estão baratas, se comparadas a outras empresas do setor, o que torna o patamar atual de preço “um bom ponto de compra para o papel”.

Assim como no mês passado, a Petrobras é mencionada em poucas carteiras, em comparação ao cenário de meses atrás. Em abril, os papéis da estatal petrolífera estão em seis das 13 carteiras recomendadas. Os analistas permanecem reticentes em relação à empresa, dados os problemas de produção que ela deve apresentar ao longo de 2013, e à demora do governo em reajustar o preço dos combustíveis rumo à paridade com o mercado internacional.

Abaixo, as carteiras de ações recomendadas por 13 corretoras para abril:

Há alguns meses, ações de grandes empresas, entre as mais negociadas do Índice Bovespa, como Vale do Rio Doce, Petrobras e OGX tinham presença certa na maior parte das carteiras recomendadas pelas corretoras. Em abril, a cena muda um pouco.

“Ilustres desconhecidas” dão o ar da graça e começam a ocupar um espaço antes garantido às “blue chips”. Embora Vale lidere as indicações de 13 corretoras para abril, Cosan e BR Properties chegam entre as cinco mais indicadas, presentes em sete e seis carteiras, respectivamente.

Desde o começo do ano, o Ibovespa vem mostrando descolamento dos principais índices de ações nos Estados Unidos e na Europa. Enquanto o Dow Jones e S&P 500 (os principais índices do mercado americano) bateram recordes sucessivos, a bolsa brasileira continuou andando de lado. Em relatório enviado a clientes, o estrategista da corretora Gradual, Paulo Esteves, diz que ficou difícil “identificar catalisadores que levem as ações a uma nova fase de altas sustentáveis no horizonte de curto prazo”.

Confira as ações mais indicadas para abril:

Entre as razões apontadas pelos analistas, a interferência do governo na economia está entre as principais razões pelas quais o Ibovespa não decola. A falta de agilidade para aumentar o preço dos combustíveis – por causa das preocupações com a inflação – e a mudança na distribuição de dividendos prejudicou as ações da Petrobras em março.

Além disso, as mudanças nas regras de renovação das concessões do setor elétrico continuam mantendo as ações de empresas geradoras e distribuidoras de energia fora do radar.

Como se a intervenção não fosse suficiente, o desempenho da maior parte das empresas brasileiras também não anima. Segundo os analistas do banco Santander, a próxima temporada de resultados deve ser pouco empolgante. “Poucas empresas devem divulgar resultados que surpreendam positivamente o mercado”. A receita, nesse caso, parece ser apostar em papéis sem tanto peso – ou até mesmo fora – do Ibovespa. “É em cima dessas poucas empresas com momento operacional ímpar que concentramos o peso de nossa carteira de abril”, diz o Santander.

Entre elas estão Cosan, Bradesco, Pão de Açúcar e BR Properties, que ainda aparecem como boas opções de investimentos. Para o Santander, a melhor estratégia continuar sendo “permanecer com um portfólio mais exposto a ações domésticas defensivas, que apresentam forte momento operacional, alta previsibilidade de geração de caixa e baixo endividamento, como alimentos e bebidas, bancos, distribuição de combustíveis e embalagens, até que os indicadores macroeconômicos domésticos comecem a melhorar”.

Vale e Petrobras

Os papéis da Vale aparecem na liderança das recomendações, em 11 carteiras das 13 recebidas pelo blog Arena. Segundo os analistas do HSBC, os últimos dados macroeconômicos da China (maior cliente da Vale) indicam que a economia do país está se recuperando.” O reflexo dessa melhora impulsionou o preço do minério de ferro recentemente (+19% desde dezembro de 2012), o que deve contribuir positivamente para os próximos resultados da empresa”, diz a corretora do banco em relatório.

Além disso, para os analistas da XP, a Vale “é uma empresa forte geradora de caixa, com endividamento baixo e com projetos que garantirão seu crescimento no longo prazo tanto em minério de ferro quanto em outras vertentes de seu negócio”. Para a corretora, as ações ainda estão baratas, se comparadas a outras empresas do setor, o que torna o patamar atual de preço “um bom ponto de compra para o papel”.

Assim como no mês passado, a Petrobras é mencionada em poucas carteiras, em comparação ao cenário de meses atrás. Em abril, os papéis da estatal petrolífera estão em seis das 13 carteiras recomendadas. Os analistas permanecem reticentes em relação à empresa, dados os problemas de produção que ela deve apresentar ao longo de 2013, e à demora do governo em reajustar o preço dos combustíveis rumo à paridade com o mercado internacional.

Abaixo, as carteiras de ações recomendadas por 13 corretoras para abril: