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Eleições americanas, Haddad cancela viagem, balanço do Itaú, Copom e Fomc: o que move o mercado

Na semana, investidores estão atentos aos números de Petrobras (PETR4), que saem na quinta-feira, 7, após o fechamento do pregão

Radar: Haddad e Lula se reúnem com ministros hoje às 9h. Expectativa é que autoridades discutam pacote de corte de gastos (Ton Molina/NurPhoto/Getty Images)
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 4 de novembro de 2024 às 08h45.

Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 08h46.

Os mercados internacionais operam em alta na manhã desta segunda-feira, 4.A semana promete ser agitada com eventos importantes como as eleições americanas na terça-feira, 5, e as decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), por aqui, e do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, na conhecida Super Quarta, 6.

De olho em todos esses movimentos, os índices futuros de Nova York avançam no pré-mercado. Na Europa, as bolsas também operam em alta. Na Ásia, em meio a expectativas de que uma reunião de líderes na China traga novas promessas de estímulos, as bolsas fecharam majoritariamente em alta, com o índice Xangai Composto avançando 1,17%.

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Eleições americanas

O grande destaque da semana são as eleições americanas. Já nesta terça-feira, 5, será possível conhecer o novo presidente (ou nova presidenta) da maior economia do mundo.

E a disputa pela presidência dos Estados Unidos chega à reta final em situação muito acirrada. Nos sete estados-chave, o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris estão em situação de empate técnico, conforme mostram as pesquisas exclusivas feitas pelo instituto Ideia e divulgadas pela EXAME nos últimos dias.

Isso porque, no sistema eleitoral americano, a votação é indireta. Assim, o voto popular não escolhe o novo presidente, mas sim o Colégio Eleitoral. O candidato que vence em um estado conquista todos os votos dos delegados daquele estado no Colégio Eleitoral (a regra vale em 48 dos 50 estados). Em resumo, a disputa presidencial é feita estado a estado

Na maioria dos 50 estados, as pesquisas já indicam um vencedor claro. No entanto, em sete deles, a disputa está em aberto, e será preciso vencer ali para conquistar a Presidência.

Para o mercado, seja Kamala ou Trump, os EUA devem vivenciar uma política fiscal expansionista e, consequentemente, uma pressão inflacionária - apesar de caminhos diferentes. Enquanto o republicano tem uma postura mais protecionista, como o desejo por tarifas mais fortes sobre as importações chinesas, Kamala tem planos para gastos, principalmente sociais.

Após dólar a R$ 5,87, Haddad cancela viagem

E, falando em expectativas desancoradas, todas as atenções também se voltam nesta semana para o dólar. Na última sessão, a divisa americana alcançou a cotação de R$ 5,87, o segundo maior valor nominal da história, ficando apenas atrás do dia 13 de maio de 2020, quando fechou aos R$ 5,901.

Um dos motivos para a disparada do câmbio são as incertezas em relação ao fiscal no Brasil. O mercado aguarda com ansiedade o anúncio do pacote de gastos fiscais pelo governo e a demora em detalhar as medidas (e o tamanho), explica o mau humor dos investidores.

Era esperado que o anúncio ocorresse depois das eleições municipais. Entretanto, a notícia de que ele deveria ser adiado por conta da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), à Europa piorou ainda mais o cenário.

Com os ânimos do mercado exaltados, Haddad cancelou sua viagem, atendendo a um pedido do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O movimento aumenta a expectativa para o anúncio das medidas de cortes de gastos nos próximos dias. Hoje, Lula, Haddad e outros ministros se reúnem às 9h.

Fomc e Copom na Super Quarta

Um dia após as eleições, na quarta-feira, 7, o Fomc se reúne para decidir a próxima taxa de juros por lá.

Os últimos dados, como a taxa de desemprego de outubro que se manteve inalterada, solidificaram a tese de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deve cortar a taxa em 0,25 pontos percentuais (p.p.). Isso porque o mercado de trabalho ainda segue aquecido nos EUA.

Por volta das 8h, a plataforma FedWatch, do CME Group, apontava que 98,1% do mercado apostam em um corte de 0,25 p.p., enquanto 1,9% apostam em uma manutenção na atual faixa de 4,75% a 5%.

Por aqui, no mesmo dia (conhecido como Super Quarta) também haverá decisão de política monetária pelo Copom. Na contramão dos EUA, o mercado aguarda que o Banco CentraL (BC) opte por acelerar o ritmo de ajuste para 0,50 p.p. (de 0,25 p.p. na reunião anterior), levando a taxa Selic para 11,25% a.a.

Para o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), uma combinação de fatores como a atividade econômica resiliente, o mercado de trabalho robusto, a inflação de 12 meses acima do limite superior, as expectativas de inflação desancoradas e um ambiente externo adverso devem levar o BC a tomar essa decisão.

Balanços

De olho na temporada de balanços, Itaú (ITUB4) divulga seus resultados hoje após o fechamento da sessão. O mercado também conhece os resultados do terceiro trimestre de BB Seguridade (BBSA3), Klabin (KLBN11), Aura Minerals (AURA33), Copasa (CSMG3), Pague Menos (PGMN3) e Tim (TIMS3).

Entretanto, o grande destaque da semana é para os números de Petrobras (PETR4), que saem na quinta-feira, 7, também após o fechamento do pregão.

Boletim Focus

O mercado avalia a divulgação do Boletim Focus desta semana.

O Banco Central (BC) elevou pela quinta semana consecutiva a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024, de 4,55% para 4,59%. Já a de 2025 subiu de 4% para 4,03%, enquanto a projeção de 2026 avançou de 3,60% para 3,61%. A inflação para 2027 se manteve em 3,50%.

A única estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) que foi alterada foi a de 2024, de 3,08% para 3,10%. As de 2025, 2026 e 2027 se mantiveram em 1,93%, 2% e 2%, respectivamente.

O BC ainda projeta uma Selic em 11,75% ao final de 2024. Porém, as estimativas dos outros três anos saltaram de 11,25% para 11,50% (2025), 9,50% para 9,75% (2026) e de 9% para 9,25% (2027).

Por fim, as estimativas para o câmbio de todos os anos foram revisadas para cima, de R$ 5,45 para R$ 5,50 (2024), de R$ 5,40 para R$ 5,43 (2025), de R$ 5,33 para R$ 5,40 (2026) e de R$ 5,35 para R$ 5,40 (2027).

Agenda

Segunda-feira, 4 de novembro

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