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Dólar volta a R$3,20 com ação mais forte do BC e fluxo

Mais cedo, a moeda norte-americana foi negociada em alta diante da sinalização da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, de maiores altas de juros

Dólar: o BC brasileiro anunciou na noite passada aumento na oferta de swap tradicional (Mark Wilson/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 17h29.

Última atualização em 19 de janeiro de 2017 às 17h39.

São Paulo - O dólar recuou nesta quinta-feira e voltou ao patamar de 3,20 reais, influenciado pela atuação um pouco mais pesada do Banco Central no mercado de câmbio e por algum fluxo de ingresso de recursos.

Mais cedo, a moeda norte-americana foi negociada em alta diante da sinalização da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, de maiores altas de juros nos Estados Unidos neste ano e com cautela um dia antes da posse do presidente eleito norte-americano, Donald Trump.

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O dólar recuou 0,58 por cento, a 3,2002 reais na venda, depois de ter ido a 3,1933 reais na mínima do dia e a 3,2325 reais na máxima. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 1 por cento no final desta tarde.

"A leitura de que o BC vai rolar integralmente o swap de fevereiro deu leveza à moeda aqui", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional.

O BC brasileiro anunciou na noite passada aumento na oferta de swap tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- para 15 mil contratos nesta sessão.

Com isso, sinalizou que pretende rolar o estoque total que vence em fevereiro, equivalente a 6,431 bilhões de dólares. Até então, o BC vinha vendendo 12 mil contratos swaps por leilão.

Em entrevista a jornalistas, o presidente do Banco Central, Ilan Golfajn, disse que, em princípio, a ideia é mesmo rolar integralmente os vencimentos de fevereiro.

Alguns profissionais comentaram também que houve algum fluxo de ingresso de recursos, o que contribuiu para colocar o dólar na contramão do exterior.

O dólar subia ante uma cesta de moedas e outras divisas de países emergentes, como a lira turca.

"Todo o mundo está na expectativa para a posse de Trump. Além disso, a Yellen foi um pouco mais dura do que o encontro do Fed em dezembro", comentou o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer.

Com a economia dos Estados Unidos perto do pleno emprego e a inflação no caminho para o objetivo de 2 por cento do Fed, "faz sentido" para o banco central norte-americano elevar gradualmente as taxas de juros, afirmou na véspera Yellen.

Segundo ela, "esperar muito tempo para começar a mover-se em direção à taxa neutra poderia levar a uma surpresa desagradável no caminho, ou muita inflação, instabilidade financeira, ou ambos".

E acrescentou: "nesse cenário, poderíamos ser forçados a elevar as taxas de juros rapidamente, o que por sua vez poderia levar a economia a uma nova recessão".

A chegada de Trump ao poder da maior economia do mundo também deixou os mercados atentos, com medo de que sua política econômica seja inflacionária e obrigue o Fed a elevar ainda mais os juros.

Se isso se concretizar, recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira, poderiam migrar aos Estados Unidos em busca de mais rendimentos.

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