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Dólar volta a operar acima de R$ 1,70 após swap reverso

O swap cambial reverso é um derivativo que funciona como uma compra de dólares pelo Banco Central no mercado futuro

Notas de dólar (Getty Images)

Notas de dólar (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2012 às 12h08.

São Paulo - O dólar operava em alta nesta quarta-feira, revertendo a queda registrada no início da sessão após o Banco Central anunciar um leilão de swap cambial reverso. No exterior, a divisa norte-americana era pressionada pela injeção de liquidez do Banco Central Europeu (BCE) no sistema financeiro. O dólar caía 0,09 por cento ante uma cesta de divisas.

Às 11h19 (horário de Brasília), o dólar era negociado a 1,7040 real para venda, em alta de 0,31 por cento.

Mais cedo, a taxa de câmbio atingiu mínima de 1,6880 real e 1,6948 real no momento do anúncio do leilão, após os bancos tomarem cerca de 530 bilhões de euros na segunda oferta de financiamentos de três anos do BCE.

A operação do Banco Central Europeu registrou volume levemente acima das previsões, aumentando esperanças de que mais crédito flua no sistema financeiro e beneficie a economia. "Com o volume absurdo que o BCE colocou no mercado hoje, as bolsas lá fora se animaram, influenciando (o mercado de câmbio) aqui", afirmou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel. Segundo ele, como esse dinheiro foi diretamente para os bancos, tais instituições podem investir grande parte da quantia em mercados emergentes, como o Brasil, devido aos juros maiores, o que pressiona ainda mais o dólar para baixo.

Para segurar a derrocada da moeda nesta sessão, o Banco Central anunciou um leilão de swap cambial reverso, em que foram vendidos 30.500 contratos de uma oferta de 40 mil, no equivalente a 1,523 bilhão de reais. O swap cambial reverso é derivativo que funciona como uma compra de dólares pelo BC no mercado futuro.

Na véspera, a divisa fechou abaixo de 1,70 real -piso informal considerado pelo BC, na visão do mercado- pela primeira vez em quatro meses. O BC voltou a atuar no mercado de câmbio em 3 de fevereiro, valendo-se de leilões à vista, a termo e de swap cambial reverso para conter a valorização do real. "Na verdade, o que vamos ver é até onde vai o fôlego do Banco Central para manter esse patamar", disse Battistel.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou na terça-feira que o banco manterá o processo de acumulação de reservas internacionais, acrescentando que o BC vai continuar entrando no mercado de câmbio para dar condições para que ele funcione. O BC divulga às 12h30 desta quarta-feira os números atualizados sobre o fluxo cambial do mês até a última sexta-feira, bem como as aquisições de moeda no período.

Nas três primeiras semanas de fevereiro, o saldo cambial foi positivo em 6,520 bilhões de dólares.

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