O Banco Central fez um leilão de compra enquanto o governo anunciava as medidas do pacote de incentivo à indústria (AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2012 às 17h39.
São Paulo - O mercado de câmbio doméstico reagiu pontualmente, mas sem grande força, às declarações desta terça-feira do ministro da Fazenda sobre possíveis novas medidas para combater a apreciação do real e, à tarde, à sinalização da ata da última reunião do Federal Reserve, que reduziu a chance de um terceiro programa de estímulo à economia norte-americana. Em nenhum desses momentos, porém, a moeda norte-americana resgatou o sinal positivo registrado na abertura da sessão, quando ainda havia incerteza sobre o teor do pacote de medidas para estimular a indústria e o setor exportador.
O Banco Central fez um leilão de compra enquanto o governo anunciava as medidas do pacote de incentivo à indústria, mas conseguiu apenas aliviar a pressão de baixa sobre o dólar.
O mercado mostrou, por meio do comportamento do dólar, que não ficou a expectativa de eventuais novas medidas diferentes das já adotadas, disse o operador de tesouraria de um banco. O dólar caiu muito mais em cima de especulação, via devolução de compras preventivas da véspera, do que de fluxo cambial positivo. No fechamento, a moeda norte-americana à vista caiu 0,05%, a R$ 1,8320 no balcão. Na BM&F, o dólar spot recuou 0,04%, a R$ 1,830.
Como mais cedo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, apenas realimentou expectativas em relação às medidas, mas não apresentou de imediato novidades que possam impactar a formação de preço do dólar, os investidores relaxaram e reduziram posições defensivas, pressionando o dólar para baixo. O leilão do Banco Central tentou limitar a queda do dólar, já que a autoridade definiu uma taxa de corte superior ao preço de mercado da moeda. Mesmo assim, o dólar só desacelerou as perdas. Foi na sessão vespertina, após a ata da última reunião do Fed, que houve uma reação mais visível.
A ata do Fed sugeriu crescimento moderado e queda gradual do desemprego nos Estados Unidos. Este cenário provocou redução das apostas em aperto monetário dos Fed Funds no fim de 2013, beneficiando a moeda norte-americana.