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Dólar tem pouca variação; expectativa de estímulo continua

Os investidores estão aguardando novas medidas de estímulo ao crescimento após novos dados da China destacarem as dificuldades de recuperação


	Notas de dólares
 (Oscar Siagian/AFP)

Notas de dólares (Oscar Siagian/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2012 às 12h28.

São Paulo - O dólar registrava pouca variação ante o real nesta segunda-feira, em dia de baixo volume por conta de feriado nos Estados Unidos, e com os investidores aguardando novas medidas de estímulo ao crescimento após novos dados da China destacarem as dificuldades de recuperação da economia global.

Às 12h03, a moeda norte-americana tinha ligeira alta de 0,19 por cento, para 2,0345 reais na venda, atingindo 2,0281 reais na mínima e 2,0350 reais na máxima da sessão. Em relação a uma cesta de divisas, o dólar registrava ligeira queda de 0,05 por cento.

"Continua a expectativa em relação a novas medidas de estímulo, com o mercado esperando agora a reunião do BCE (Banco Central Europeu) na quinta-feira", afirmou o consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo.

Os investidores estão atentos à reunião de política do BCE na quinta-feira, aguardando que a autoridade monetária da zona do euro dê detalhes sobre o seu programa de compra de títulos para diminuir os custos de empréstimo de países altamente endividados do bloco, como Espanha e Itália. Parte do mercado espera ainda por um novo corte na taxa de juros da região, atualmente na mínima histórica de 0,75 por cento.

Dados divulgados nesta segunda-feira sobre a China, a segunda maior economia do mundo, também abasteceram as esperanças de estímulo, uma vez que a desaceleração da economia global está afetando o vasto setor industrial do país.

A leitura final do Índice de Gerentes de Compras (PMI) da indústria da China para agosto caiu para 47,6 em dados ajustados sazonalmente, menor nível desde março de 2009, ante 49,3 em julho e levemente abaixo da leitura preliminar do índice.

"A reação aos dados da China é um contra-senso. O mercado vê dados ruins e reage positivamente por esperar novas medidas de estímulo", afirmou Nakahodo, destacando que tais dados têm força para pressionar o real para baixo, uma vez que o Brasil é uma economia dependente das exportações para o gigante asiático.

Também dependente do mercado chinês, a moeda da Austrália tinha perdas de 0,35 por cento em relação ao dólar.


Dentro da banda

Nakahodo destacou ainda que o dólar está variando dentro da banda informal que o mercado acredita ser defendida pelas autoridades brasileiras, cujo piso seria de 2 reais e o teto, de 2,10 reais.

O BC deixou expirar 4,45 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional, equivalentes a uma venda de dólares no mercado futuro, que vencem nesta segunda-feira, diminuindo a oferta de dólares no mercado e, portanto, exercendo pressão de alta no dólar.

"Nesse momento, no caso do câmbio, tem a questão do governo, que tem deixado claro que quer o dólar dentro daquela banda informal de 2 e 2,10", afirmou o especialista.

O último sinal claro da defesa da banda informal veio no dia 21 de agosto, quando o BC atuou por meio de um leilão de swap cambial reverso, que equivale a uma compra de dólares no mercado futuro, quando a moeda aproximou-se de 2 reais.

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