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Dólar tem máxima desde março, volatilidade deve continuar

Sâo Paulo - O dólar fechou no maior nível em seis semanas ante o real nesta sexta-feira, cravando a terceira alta seguida em linha com o cenário de maior aversão a risco no exterior, devido a preocupações com a solidez da recuperação econômica global. A taxa de câmbio fechou com valorização de 0,62 por cento, […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2011 às 17h48.

Sâo Paulo - O dólar fechou no maior nível em seis semanas ante o real nesta sexta-feira, cravando a terceira alta seguida em linha com o cenário de maior aversão a risco no exterior, devido a preocupações com a solidez da recuperação econômica global.

A taxa de câmbio fechou com valorização de 0,62 por cento, a 1,633 real na venda, maior patamar desde 29 de março, quando terminou a 1,654 para venda.

A jornada foi bastante volátil, com a cotação oscilando entre queda de 0,49 por cento pela manhã e apreciação de 1,23 por cento na máxima da tarde.

No acumulado da semana, o dólar subiu 0,99 por cento, elevando os ganhos em maio a 3,81 por cento.

"O dólar hoje acompanhou a variação do euro e das commodities. Exatamente no momento de maior estresse lá fora o dólar alcançava as máximas aqui", comentou Jorge Knauer, diretor de tesouraria do Banco Prosper, no Rio de Janeiro.

"Agora você já está vendo o petróleo subir, o euro diminuir as perdas e o dólar subir menos. Não à toa aqui também fechamos longe das máximas", acrescentou.

Investidores repercutiam principalmente as incertezas com a economia mundial, conforme os problemas de dívida na zona do euro voltavam ao radar e aproximava-se o fim do programa de estímulos do Federal Reserve, previsto para junho.

Os mercados também ficaram ressabiados após dados mostrarem que a leitura em 12 meses da inflação ao consumidor nos Estados Unidos alcançou o maior patamar em dois anos e meio. A alta de 0,4 por cento em abril levou a taxa anual a 3,2 por cento, a maior desde outubro de 2008 .

O comportamento das bolsas de valores espelhava o aumento da cautela. O índice MSCI de ações mundiais caía 0,6 por cento, enquanto a volatilidade medida pelo índice VIX saltava 5 por cento. O petróleo, contudo, esboçou alguma reação e fechou em alta de 0,69 por cento nas operações eletrônicas em Nova York.

Segundo José Carlos Amado, operador de câmbio da corretora Renascença, a alta do dólar nesta sessão se deveu basicamente a fatores externos, o que não necessariamente ditou grandes ajustes de posições no mercado futuro.

"Está subindo sem grandes mudanças no mercado. É basicamente para não ficar para trás em relação ao exterior", disse.

Dados da BM&FBovespa confirmam alguma estabilização nas apostas contra o dólar. De acordo com números mais recentes e relativos à véspera, os investidores estrangeiros mantinham cerca de 14,8 bilhões de dólares em posições vendidas na moeda norte-americana nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI), praticamente o mesmo valor de quarta-feira.

Próxima semana

Na opinião de Knauer, do Banco Prosper, o dólar provavelmente continuará experimentando volatilidade na próxima semana, principalmente devido às dúvidas dos agentes financeiros sobre a força da recuperação econômica mundial.

"O dólar tinha caído muito e após chegar na casa de 1,56 (real) fez um movimento de correção. Agora está 'brigando' para encontrar um ponto de acomodação", afirmou.

"Nossa taxa de juros ainda é elevada e mesmo com o IOF o fator juros ainda deve seguir atraindo capital. Óbvio que o IOF diminuiu um pouco a arbitragem, ajudando a diminuir o fluxo, mas ainda assim algumas janelas de oportunidades vão continuar sendo usadas, o que na minha opinião inviabiliza uma reversão na tendência de queda do dólar." (Reportagem de José de Castro)

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Sâo Paulo - O dólar fechou no maior nível em seis semanas ante o real nesta sexta-feira, cravando a terceira alta seguida em linha com o cenário de maior aversão a risco no exterior, devido a preocupações com a solidez da recuperação econômica global.

A taxa de câmbio fechou com valorização de 0,62 por cento, a 1,633 real na venda, maior patamar desde 29 de março, quando terminou a 1,654 para venda.

A jornada foi bastante volátil, com a cotação oscilando entre queda de 0,49 por cento pela manhã e apreciação de 1,23 por cento na máxima da tarde.

No acumulado da semana, o dólar subiu 0,99 por cento, elevando os ganhos em maio a 3,81 por cento.

"O dólar hoje acompanhou a variação do euro e das commodities. Exatamente no momento de maior estresse lá fora o dólar alcançava as máximas aqui", comentou Jorge Knauer, diretor de tesouraria do Banco Prosper, no Rio de Janeiro.

"Agora você já está vendo o petróleo subir, o euro diminuir as perdas e o dólar subir menos. Não à toa aqui também fechamos longe das máximas", acrescentou.

Investidores repercutiam principalmente as incertezas com a economia mundial, conforme os problemas de dívida na zona do euro voltavam ao radar e aproximava-se o fim do programa de estímulos do Federal Reserve, previsto para junho.

Os mercados também ficaram ressabiados após dados mostrarem que a leitura em 12 meses da inflação ao consumidor nos Estados Unidos alcançou o maior patamar em dois anos e meio. A alta de 0,4 por cento em abril levou a taxa anual a 3,2 por cento, a maior desde outubro de 2008 .

O comportamento das bolsas de valores espelhava o aumento da cautela. O índice MSCI de ações mundiais caía 0,6 por cento, enquanto a volatilidade medida pelo índice VIX saltava 5 por cento. O petróleo, contudo, esboçou alguma reação e fechou em alta de 0,69 por cento nas operações eletrônicas em Nova York.

Segundo José Carlos Amado, operador de câmbio da corretora Renascença, a alta do dólar nesta sessão se deveu basicamente a fatores externos, o que não necessariamente ditou grandes ajustes de posições no mercado futuro.

"Está subindo sem grandes mudanças no mercado. É basicamente para não ficar para trás em relação ao exterior", disse.

Dados da BM&FBovespa confirmam alguma estabilização nas apostas contra o dólar. De acordo com números mais recentes e relativos à véspera, os investidores estrangeiros mantinham cerca de 14,8 bilhões de dólares em posições vendidas na moeda norte-americana nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI), praticamente o mesmo valor de quarta-feira.

Próxima semana

Na opinião de Knauer, do Banco Prosper, o dólar provavelmente continuará experimentando volatilidade na próxima semana, principalmente devido às dúvidas dos agentes financeiros sobre a força da recuperação econômica mundial.

"O dólar tinha caído muito e após chegar na casa de 1,56 (real) fez um movimento de correção. Agora está 'brigando' para encontrar um ponto de acomodação", afirmou.

"Nossa taxa de juros ainda é elevada e mesmo com o IOF o fator juros ainda deve seguir atraindo capital. Óbvio que o IOF diminuiu um pouco a arbitragem, ajudando a diminuir o fluxo, mas ainda assim algumas janelas de oportunidades vão continuar sendo usadas, o que na minha opinião inviabiliza uma reversão na tendência de queda do dólar." (Reportagem de José de Castro)

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