Dólar tem maior alta anual ante o real desde 2008
Sessão desta terça-feira quase não viu negócios, uma vez que só foram permitidas operações que não alteram quantitativamente posições cambiais
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2013 às 12h34.
São Paulo - O dólar fechou estável no último pregão do ano, mas acumulou em 2013 o maior avanço ante o real desde 2008, com perspectivas de continuar em alta diante de um cenário de incertezas dométicas e globais.
A divisa dos Estados Unidos fechou estável nesta terça-feira, a 2,3575 reais na venda. No ano, a alta ficou em 15,11 por cento, maior avanço desde 2008, quando subiu 31 por cento em meio à crise financeira global. Em dezembro, a divisa avançou 0,86 por cento.
A sessão desta terça-feira quase não viu negócios, uma vez que só foram permitidas operações que não alteram quantitativamente posições cambiais.
A perspectiva de que o estímulo monetário norte-americano continuará sendo reduzido e os temores com a situação fiscal brasileira agravada pelas eleições devem preocupar os investidores em 2014, segundo analistas.
"Este foi um ano muito volátil e de apreciação do dólar, e o ano que vem tem tudo para ter ainda mais sobe e desce", afirmou o operador de câmbio da Intercam Glauber Romano.
O Federal Reserve, banco central norte-americano, dará início em janeiro à redução de seu estímulo monetário, reduzindo as compras mensais de títulos em 10 bilhões de dólares, para 75 bilhões de dólares.
Embora a reação inicial do mercado ao anúncio do Fed tenha sido contida, analistas afirmam que a incerteza acerca do ritmo da retirada do programa deve continuar gerando turbulências no câmbio.
"O mercado tende sempre a antecipar as coisas, mas é claro que, para bem ou para mal, cada um aposta para um lado. Sempre que houver alguma sinalização do Fed sobre a retirada de estímulos, tem algum tipo de realização", afirmou a economista do Itaú BBA Gabriela Fernandez.
Além disso, as contas públicas brasileiras têm enfrentado dificuldades ao longo de todo o ano, piorando a imagem do país aos olhos dos investidores internacionais. O temor do mercado é que a deterioração das finanças domésticas motive rebaixamento da classificação de risco brasileira, reduzindo fortemente o fluxo de recursos.
Em novembro, o setor público brasileiro registrou superávit primário recorde para o mês, mas contou com o reforço de receitas extraordinárias. No mercado, a percepção é que o governo ainda não será capaz de cumprir a meta ajustada de pouco mais de 110 bilhões de reais para 2013, equivalente a 2,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
"E no ano que vem, o fiscal deve ser pior do que o desse ano, já que é ano eleitoral", afirmou o sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi.
No entanto, analistas ressaltaram que a constante atuação do Banco Central no câmbio tende a atenuar parte dessas pressões.
O BC vem atuando diariamente no câmbio por meio de swaps cambiais tradicionais --equivalentes a venda futura de dólares-- e leilões de linha. No próximo ano, a autoridade monetária já anunciou que reduzirá a força das intervenções, mas deixou a porta aberta para mais operações, se necessário.
"Um nível menor de intervenção permitirá que o real se deprecie de maneira controlada, esperamos, processo que consideramos essencial para o ajuste da economia brasileira", afirmou o chefe de pesquisas para mercados emergentes nas Américas do Nomura, Tony Volpon.
O BC voltará aos mercados na quinta-feira com oferta de 4 mil contratos de swap cambial tradicional, já nos novos moldes do programa de rações diárias.
São Paulo - O dólar fechou estável no último pregão do ano, mas acumulou em 2013 o maior avanço ante o real desde 2008, com perspectivas de continuar em alta diante de um cenário de incertezas dométicas e globais.
A divisa dos Estados Unidos fechou estável nesta terça-feira, a 2,3575 reais na venda. No ano, a alta ficou em 15,11 por cento, maior avanço desde 2008, quando subiu 31 por cento em meio à crise financeira global. Em dezembro, a divisa avançou 0,86 por cento.
A sessão desta terça-feira quase não viu negócios, uma vez que só foram permitidas operações que não alteram quantitativamente posições cambiais.
A perspectiva de que o estímulo monetário norte-americano continuará sendo reduzido e os temores com a situação fiscal brasileira agravada pelas eleições devem preocupar os investidores em 2014, segundo analistas.
"Este foi um ano muito volátil e de apreciação do dólar, e o ano que vem tem tudo para ter ainda mais sobe e desce", afirmou o operador de câmbio da Intercam Glauber Romano.
O Federal Reserve, banco central norte-americano, dará início em janeiro à redução de seu estímulo monetário, reduzindo as compras mensais de títulos em 10 bilhões de dólares, para 75 bilhões de dólares.
Embora a reação inicial do mercado ao anúncio do Fed tenha sido contida, analistas afirmam que a incerteza acerca do ritmo da retirada do programa deve continuar gerando turbulências no câmbio.
"O mercado tende sempre a antecipar as coisas, mas é claro que, para bem ou para mal, cada um aposta para um lado. Sempre que houver alguma sinalização do Fed sobre a retirada de estímulos, tem algum tipo de realização", afirmou a economista do Itaú BBA Gabriela Fernandez.
Além disso, as contas públicas brasileiras têm enfrentado dificuldades ao longo de todo o ano, piorando a imagem do país aos olhos dos investidores internacionais. O temor do mercado é que a deterioração das finanças domésticas motive rebaixamento da classificação de risco brasileira, reduzindo fortemente o fluxo de recursos.
Em novembro, o setor público brasileiro registrou superávit primário recorde para o mês, mas contou com o reforço de receitas extraordinárias. No mercado, a percepção é que o governo ainda não será capaz de cumprir a meta ajustada de pouco mais de 110 bilhões de reais para 2013, equivalente a 2,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
"E no ano que vem, o fiscal deve ser pior do que o desse ano, já que é ano eleitoral", afirmou o sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi.
No entanto, analistas ressaltaram que a constante atuação do Banco Central no câmbio tende a atenuar parte dessas pressões.
O BC vem atuando diariamente no câmbio por meio de swaps cambiais tradicionais --equivalentes a venda futura de dólares-- e leilões de linha. No próximo ano, a autoridade monetária já anunciou que reduzirá a força das intervenções, mas deixou a porta aberta para mais operações, se necessário.
"Um nível menor de intervenção permitirá que o real se deprecie de maneira controlada, esperamos, processo que consideramos essencial para o ajuste da economia brasileira", afirmou o chefe de pesquisas para mercados emergentes nas Américas do Nomura, Tony Volpon.
O BC voltará aos mercados na quinta-feira com oferta de 4 mil contratos de swap cambial tradicional, já nos novos moldes do programa de rações diárias.