Dólar tem leve alta depois de superar R$4 no pregão; Bolsa fecha em queda
O dólar fechou com leve alta de 0,29 por cento, chegando a 3,9694 reais, enquanto o Ibovespa fechou em baixa de 0,86%, refletindo nervosismo global
Reuters
Publicado em 7 de maio de 2019 às 17h26.
Última atualização em 7 de maio de 2019 às 17h46.
São Paulo — O dólar engatou a segunda alta consecutiva frente ao real nesta terça-feira, mas fechou longe das máximas do dia, à medida que investidores realizaram lucros depois de mais cedo a cotação ter rompido a barreira dos 4 reais.
O dólar à vista subiu 0,29 por cento, a 3,9694 reais na venda.
Na máxima da sessão, a moeda foi a 4,0010 reais, alta de 1,09 por cento.
O dólar se afastou dos picos ante o real conforme também reduziu ganhos frente a outros rivais. A moeda da Austrália, considerada "proxy" de risco, não apenas zerou as perdas de mais cedo como subia 0,3 por cento no fim da tarde.
Ibovespa
O Ibovespa voltou a fechar em queda nesta terça-feira, mais uma vez contaminado pelo cenário externo, diante de receios sobre as relações comerciais entre Estados Unidos e China, em sessão também marcada pela expectativa de retomada de discussões sobre a reforma da Previdência nesta semana.
A temporada de resultados trimestrais também ocupou os holofotes, com agentes repercutindo balanços de empresas como Magazine Luiza, Ambev e BR Distribuidora e na expectativa de números previstos para após o fechamento, entre eles os da Petrobras.
Referência do mercado acionário brasileiro, oIbovespacaiu 0,65 por cento, a 94.388,73 pontos. O volume financeiro somou 17 bilhões de reais. Na véspera, o índice tinha caído 1,04 por cento.
A deterioração nas relações comerciais entre Washington e Pequim após ameaças tarifárias do presidente norte-americano, Donald Trump, nos últimos dias, reavivou preocupações sobre o crescimento da economia global, particularmente da China, que se refletiram em posições mais defensivas nos mercados de ações.
Wall Street encontrou nos recentes desdobramentos argumento para realizar lucros, poucos dias depois do S&P 500 e o Nasdaq renovaram máximas históricas. Nesta sessão, fecharam em queda de 1,65 e 1,79 por cento, respectivamente.
"A frustração é que alguns dias antes o próprio governo dos EUA havia sinalizado que as conversas entre os dois países estavam evoluindo", destacaram os analistas Fernando Bresciani e Pedro Galdi, da corretora Mirae Asset, em nota a clientes.
Apesar da reviravolta recente, Pequim disse que o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, visitará os Estados Unidos nesta semana para negociações comerciais.
No Brasil, a comissão da Câmara dos Deputados que analisará o mérito da proposta de reforma da Previdência deu início aos trabalhos nesta terça-feira, com o relator apresentando um plano de trabalho que prevê audiências públicas até o fim do mês, mas sem estabelecer uma data para a votação da proposta.
"Os próximos dois meses de discussão do projeto na comissão especial da Câmara ainda devem trazer turbulência, mas talvez menor do que vimos em março e abril", avalia a equipe da Verde Asset Management, no relatório de gestão de abril.
"O consenso de mercado hoje já é bem menos construtivo do que o que víamos no começo do ano, e, portanto, há mais espaço para surpresas positivas", avaliou.
Destaques
- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN recuaram 1,12 e 0,63 por cento, respectivamente, entre as maiores pressões de baixa. Mas BANCO DO BRASIL terminou com variação positiva de 0,24 por cento e SANTANDER BRASIL cedeu 0,68 por cento.
- PETROBRAS PN teve queda de 1,57 por cento, alinhada ao declínio dos preços do petróleo no exterior, antes do balanço. No radar, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que o leilão dos excedentes da cessão onerosa depende de solução jurídica para a viabilizar o pagamento devido à Petrobras.
- VALE teve oscilação positiva de 0,08 por cento. Operações a úmido da mina de minério de ferro Brucutu, a maior da empresa em Minas Gerais, foram paralisadas novamente após decisão do Tribunal de Justiça do Estado.
- SMILES caiu 5,95 por cento, após saída antes do previsto do diretor presidente, que será substituído por André Fehlauer. A empresa também está revisando o plano de negócios de cinco anos, num ambiente de maior concorrência, segundo o Bradesco BBI.
- AMBEV recuou 2,27 por cento. A empresa teve alta de 6,2 por cento no lucro líquido do primeiro trimestre, mas aumento de dois dígitos nos custos de produtos vendidos e maiores despesas financeiras. A fabricante de bebidas manteve aposta em mercado premium de cerveja no Brasil.
- MAGAZINE LUIZA caiu 4,03 por cento após divulgar queda de mais de 10 por cento no lucro líquido do primeiro trimestre, para 132,1 milhões de reais, mas números considerados saudáveis das vendas. A varejista previu crescimento acelerado da unidade de serviços financeiros Luizacred nos próximos trimestres.
- BR DISTRIBUIDORA avançou 3,5 por cento, após salto de 93 por cento no lucro líquido no primeiro trimestre, a 477 milhões de reais. "O trimestre de BR Distribuidora nos impressionou", escreveu o Credit Suisse.
- HAPVIDA, fora doIbovespa, subiu 7,06 por cento. A operadora de planos de saúde chegou a um acordo para comprar a rival São Francisco Saúde por 5 bilhões de reais.
- TAURUS PN valorizou-se 10,45 por cento, maior alta do índice Small Caps, que caiu 0,28 por cento. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro assinou novo decreto sobre armas e munições. O texto estabelece que o porte de arma passa a ser vinculado à pessoa, não mais à arma. Isso quer dizer que o cidadão não mais precisa tirar um porte para cada arma de sua propriedade. Bastará a apresentação do porte junto ao Certificado de Registro de Arma de Fogo válidos. Além disso, o decreto determina que poderão ser adquiridas 5.000 munições anuais por arma de uso permitido e 1.000 para cada arma de uso restrito, e também desburocratiza o procedimento de importação de armas e munições.