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Dólar supera R$ 1,72, na maior alta em 1 mês

Moeda americana pode fechar com o maior valor desde novembro de 2010

O dólar chegou a subir 3,2% (Stock.xchng)

O dólar chegou a subir 3,2% (Stock.xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2011 às 18h19.

São Paulo e Rio de Janeiro - O dólar tem a maior alta em um mês e caminha para fechar na maior cotação em mais de nove meses com o receio de agravamento da crise europeia e a expectativa de menores juros internos reduzindo a demanda pela moeda nacional.

A moeda americana subia 2,8 por cento às 16:04, cotado a R$ 1,7207. O dólar chegou a registrar alta de 3,2 por cento, atingindo R$ 1,7274 na máxima, às 15:12. É a maior valorização desde 8 de agosto e maior preço, em termos de fechamento, desde 29 de novembro.

No exterior, o euro recuou para o menor nível desde 2001 ante o iene, e as bolsas internacionais e commodities, como soja, cobre e trigo, caem pelo terceiro dia seguido com especulações de que a Alemanha pode estar se preparando para uma moratória da Grécia.

“Está tudo na dependência de uma solução para os países mais endividados da Europa”, disse Francisco Carvalho, diretor de câmbio da Liquidez DTVM Ltda, em entrevista por telefone de São Paulo hoje. Para ele, a aversão ao risco está tendo um efeito maior no dólar do que as medidas adotadas pelo governo para conter a apreciação cambial. “O que o governo não conseguiu, o mercado está fazendo agora”.


Carvalho considera que a aposta em novos cortes da taxa básica após a redução da Selic pelo Comitê de Política Monetária em 31 de agosto. “O juro menor ajuda a manter o dólar em patamar mais alto”.

O mercado aumentou a projeção para a taxa de câmbio de R$ 1,60 para R$ 1,65 na semana passada, segundo os cinco economistas com maior grau de acerto na pesquisa Focus do Banco Central. A projeção mediana para a taxa básica Selic caiu de 12,38 por cento para 11 por cento no final de 2011 e de 11,88 por cento para 11 por cento no final de 2012, disse o BC em pesquisa divulgada hoje.

Em 9 de setembro, o dólar fechou a R$ 1,6741, em alta de 0,8 por cento, na sexta valorização seguida, acompanhando o cenário de aversão externa ao risco e ainda refletindo o corte dos juros anunciado em 31 de agosto pelo Comitê de Política Monetária.

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