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Dólar sobe com decisão sobre IOF

Pela terceira vez desde o início do ano passado, foi ampliado o alcance do Imposto sobre Operações Financeiras sobre empréstimos externos

Imagem de notas de 100 dólares norte-americanos na sede do Korea Exchange Bank, em Seul (Jo Yong hak/Reuters)

Imagem de notas de 100 dólares norte-americanos na sede do Korea Exchange Bank, em Seul (Jo Yong hak/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2012 às 10h31.

São Paulo - O mercado doméstico acorda com mais uma medida cambial, que tende a pressionar o dólar para cima, segundo avaliação dos especialistas. Pela terceira vez desde o início do ano passado, foi ampliado o alcance do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre empréstimos externos, que agora passa a ser cobrado em operações de até três anos, ante dois anos anteriormente. O dólar balcão abriu a R$ 1,716 e subiu à máxima de R$ 1,725 (+0,52%).

Para o gerente da mesa de dólar da Icap, Ítalo Abucater, essa pressão de alta do dólar tende a durar somente enquanto os investidores digerem a novidade. A sua percepção, que é compartilhada pelo economista chefe Banco Indusval & Partners, Daniel Moreli Rocha, é de que a mudança atinge poucos operações e, por isso mesmo, deve funcionar "mais como um aviso". Apesar de atingir o tipo de operação que mais está trazendo dinheiro estrangeiro para o Brasil neste ano, a decisão do governo deixou a maior parte das captações de fora, já que os prazos têm variado, na maioria dos casos, de cinco a dez anos.

O mercado também deve respirar aliviado pelo fato de que ficaram de fora os investimentos diretos. Nos últimos dias, e muito fortemente ontem depois da atuação agressiva do Banco Central em leilões de swap cambial e no mercado à vista, especulou-se com essa possibilidade. O mercado deve gostar também do fato de o BC ter isentado as operações com os Brazilian Depositary Receipts (BDR), num recado claro de que o governo pretende continuar poupando os investimentos em bolsa na sua luta contra a valorização do real.

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