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Dólar sobe 1% e volta a encostar em R$ 3,30 com temor político

Às 10:42, a moeda americana avançava 0,99 por cento, a 3,2895 reais na venda, depois de fechar a semana passada com alta acumulada de 4,26 por cento

Dólar: mercado afirma que o maior risco é Temer continuar e não ter governabilidade (Mohamed Abd El Ghany/Reuters)

Dólar: mercado afirma que o maior risco é Temer continuar e não ter governabilidade (Mohamed Abd El Ghany/Reuters)

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Reuters

Publicado em 22 de maio de 2017 às 10h52.

São Paulo - O dólar subia 1 por cento e voltava a encostar na casa de 3,30 reais nesta segunda-feira, com os investidores ainda nervosos com a cena política depois das denúncias que atingiram em cheio o presidente Michel Temer na semana passada e com as consequências sobre o andamento de reformas no Congresso Nacional, sobretudo a da Previdência.

Às 10:42, o dólar avançava 0,99 por cento, a 3,2895 reais na venda, depois de fechar a semana passada com alta acumulada de 4,26 por cento. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1 por cento.

"O maior risco para o mercado é Temer continuar e não ter governabilidade, não conseguir aprovar as reformas", afirmou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado. "Há ainda preocupação com eleição direta, por causa do risco de entrar algum partido que não dê prosseguimento às reformas", acrescentou ele.

Temer é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça, em investigação aberta com base em acordo de delação fechado por Joesley Batista, do grupo JBS. Temer teve uma conversa gravada pelo empresário.

O plenário do STF decidirá na quarta-feira se aceita ou não o pedido de Temer para suspender o inquérito contra ele.

No fim de semana, o cenário político continuou bastante sensível. O PSB decidiu apoiar a renúncia de Temer e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu que apresentará pedido de impeachment contra o presidente, na Câmara dos Deputados, por crime de responsabilidade.

Na véspera, Temer recebeu dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Olivieira (PMDB-CE), promessa de que as duas casas vão manter a normalidade dos trabalhos.

"O cenário doméstico é de completa incerteza e analistas avaliam que não há chance de a reforma da Previdência andar por enquanto e que a volatilidade nos mercados locais deve continuar", resumiu a Advanced Corretora em relatório.

O Banco Central deu continuidade à sua intervenção diante do nervosismo do mercado e vendeu todos os 40 mil novos swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares.

O BC ainda fará leilão para rolagem dos swaps que vencem em junho, com oferta de até 8 mil contratos.

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