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Dólar sobe para R$3,33 diante de temores com cena política

O novo desafio para o governo do presidente Michel Temer passa pelo PSDB agora

Dólar: "Ainda é difícil ser muito otimista diante de novas batalhas que virão" (Foto/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 12 de junho de 2017 às 15h56.

Última atualização em 12 de junho de 2017 às 15h56.

São Paulo - O dólar ampliou a alta a cerca de 1 por cento nesta segunda-feira e encostou em 3,33 reais, com temores dos investidores com a cena política brasileira e o andamento das reformas no Congresso Nacional.

Às 15:10, o dólar avançava 0,94 por cento, a 3,3230 reais na venda, depois de acumular alta de 1,15 por cento na semana passada.

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Na máxima do dia, a moeda norte-americana atingiu 3,3278 reais, maior cotação intradia desde 19 de maio (3,3471 reais). O dólar futuro subia cerca de 0,80 por cento.

"Ainda é difícil ser muito otimista diante de novas batalhas que virão", informou a corretora Guide em comentário a investidores.

O novo desafio para o governo do presidente Michel Temer passa pelo PSDB agora. O partido se reúne nesta tarde para definir se continua na base governista depois que Temer foi absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na sexta-feira.

De modo geral, os tucanos têm dito que, mesmo que eventualmente saiam do governo, ainda vão manter o apoio às reformas. Para o mercado financeiro, sobretudo a aprovação da reforma da Previdência é fundamental, porque é essencial para colocar as contas públicas em ordem.

O mercado também trabalhava com a expectativa de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, possa denunciar Temer no Supremo Tribunal Federal (STF), onde o presidente já é investigado por crime, entre outros, de corrupção passiva.

Outro motivo de cautela do mercado eram os desdobramentos da denúncia de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pode ter sido acionada por Temer para vasculhar a vida do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.

No final de semana, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, fez duras críticas à possibilidade de espionagem contra Fachin e classificou a denúncia como "gravíssimo crime".

"O mercado está enxergando que não é tão interessante ficar vendido em dólar. Há o temor de Temer ficar mais preocupado em se segurar no cargo do que em governar", comentou o operador de câmbio de uma corretora nacional.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou 2,050 bilhões de dólares do total de 6,939 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

No mercado internacional, o dólar recuava recuava ante uma cesta de moedas e divisas como o rand e lira turca antes da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, na quarta-feira, quando deve elevar os juros novamente.

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