Dólar sobe 1% com crise na Europa e medida do BC
O dólar teve alta de 1,09 por cento no mercado à vista, a 1,582 real para venda
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2011 às 18h36.
São Paulo - A preocupação com a crise na Europa elevou o dólar nesta segunda-feira, na primeira sessão após o Banco Central restringir ainda mais o espaço para apostas na valorização do real.
O dólar teve alta de 1,09 por cento no mercado à vista, a 1,582 real para venda.
A taxa Ptax, usada como referência para contratos futuros e outros derivativos, fechou a 1,5796 real para venda, em alta de 1,04 por cento.
Em relação a uma cesta com as principais divisas, o dólar avançava 1,09 por cento às 16h30, com o euro beirando o nível de 1,40 dólar pela primeira vez em seis semanas.
A aversão a risco era estimulada pela preocupação com a crise na Europa. Autoridades da zona do euro se reuniam em Bruxelas nesta segunda-feira para discutir os problemas na Grécia e a ameaça de contágio na Itália.
A alta global do dólar se misturou, dentro do Brasil, com os efeitos de mais uma medida do governo para tentar frear a queda do dólar. Na noite de sexta-feira, o Banco Central determinou o recolhimento de depósito compulsório sobre a posição vendida dos bancos que exceder 1 bilhão de dólares ou o patrimônio de referência da instituição.
Desde abril esse compulsório era recolhido sobre posição superior a 3 bilhões de dólares.
O governo já havia reforçado na semana passada o arsenal contra a baixa do dólar, lançando mão de um leilão de swap cambial reverso além das compras habituais no mercado à vista. O dólar chegou a ser cotado há uma semana nos menores níveis desde janeiro de 1999, perto de 1,55 real.
Efeito temporário? A medida aumenta a demanda por dólares no mercado à vista, o que contribui para elevar o preço da moeda.
"Devemos esperar o mercado digerir essa nova medida e encontrar um nível de equilíbrio no curto prazo antes de recomendarmos outra vez a venda de dólares", escreveu Diego Donadio, estrategista do BNP Paribas.
Com a maior demanda de dólares por parte dos bancos, o BC fez apenas um leilão de compra no mercado à vista.
Analistas do Barclays, porém, apostam que a tendência de valorização do real --determinada pelos juros brasileiros e pela perspectiva de entrada de capitais-- permanecerá após um momento inicial de volatilidade.
Para o responsável pela tesouraria de um banco nacional, que preferiu não ser identificado, a continuidade da queda do dólar poderia incentivar o governo a tomar outras medidas. Algo que poderia ser feito, diz, é estender o prazo sobre o qual incide uma alíquota maior de imposto em empréstimos externos.
O limite mais rígido sobre as posições vendidas dos bancos no mercado à vista atingiu o cupom cambial, especialmente na parte mais curta da curva. O contrato mais curto do FRA (forward rate agreement) de cupom disparava a 3,95 por cento, em alta de quase 1 ponto percentual ante sexta-feira.
São Paulo - A preocupação com a crise na Europa elevou o dólar nesta segunda-feira, na primeira sessão após o Banco Central restringir ainda mais o espaço para apostas na valorização do real.
O dólar teve alta de 1,09 por cento no mercado à vista, a 1,582 real para venda.
A taxa Ptax, usada como referência para contratos futuros e outros derivativos, fechou a 1,5796 real para venda, em alta de 1,04 por cento.
Em relação a uma cesta com as principais divisas, o dólar avançava 1,09 por cento às 16h30, com o euro beirando o nível de 1,40 dólar pela primeira vez em seis semanas.
A aversão a risco era estimulada pela preocupação com a crise na Europa. Autoridades da zona do euro se reuniam em Bruxelas nesta segunda-feira para discutir os problemas na Grécia e a ameaça de contágio na Itália.
A alta global do dólar se misturou, dentro do Brasil, com os efeitos de mais uma medida do governo para tentar frear a queda do dólar. Na noite de sexta-feira, o Banco Central determinou o recolhimento de depósito compulsório sobre a posição vendida dos bancos que exceder 1 bilhão de dólares ou o patrimônio de referência da instituição.
Desde abril esse compulsório era recolhido sobre posição superior a 3 bilhões de dólares.
O governo já havia reforçado na semana passada o arsenal contra a baixa do dólar, lançando mão de um leilão de swap cambial reverso além das compras habituais no mercado à vista. O dólar chegou a ser cotado há uma semana nos menores níveis desde janeiro de 1999, perto de 1,55 real.
Efeito temporário? A medida aumenta a demanda por dólares no mercado à vista, o que contribui para elevar o preço da moeda.
"Devemos esperar o mercado digerir essa nova medida e encontrar um nível de equilíbrio no curto prazo antes de recomendarmos outra vez a venda de dólares", escreveu Diego Donadio, estrategista do BNP Paribas.
Com a maior demanda de dólares por parte dos bancos, o BC fez apenas um leilão de compra no mercado à vista.
Analistas do Barclays, porém, apostam que a tendência de valorização do real --determinada pelos juros brasileiros e pela perspectiva de entrada de capitais-- permanecerá após um momento inicial de volatilidade.
Para o responsável pela tesouraria de um banco nacional, que preferiu não ser identificado, a continuidade da queda do dólar poderia incentivar o governo a tomar outras medidas. Algo que poderia ser feito, diz, é estender o prazo sobre o qual incide uma alíquota maior de imposto em empréstimos externos.
O limite mais rígido sobre as posições vendidas dos bancos no mercado à vista atingiu o cupom cambial, especialmente na parte mais curta da curva. O contrato mais curto do FRA (forward rate agreement) de cupom disparava a 3,95 por cento, em alta de quase 1 ponto percentual ante sexta-feira.